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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Capítulo 38

Estava numa sorveteria com meu pai rindo com uma taça de sorvete de todos os tipos de chocolates existentes no local na minha frente.
- Nossa, achei que era o único que gostava só de sorvete de chocolate – John comentou rindo.
-Ah eu amo, não gosto – eu disse rindo.
- Percebe-se... – Ele disse e ficou calado, sua feição era pensativa e triste.
- O que foi? – Procurei não gostando de o ver naquele estado.
- Eu perdi tanto tempo, poderia ter passado muitas coisas ao seu lado... – Ele disse me olhando e rindo sem achar graça alguma. – Mas eu sou um burro e tinha medo de te ver.
- Que isso pai, não fala isso, esquece o passado, você não é burro – eu disse pegando na mão dele e acariciando.
- É o melhor que eu posso fazer – ele disse sorrindo de lado para mim.
- Sim, agora quero que você se anime de novo – eu disse sorrindo para ele e ele levou minha mão até seus lábios e beijou-a.
- Tudo bem, minha princesa – ele sorriu ao dizer isso e eu fiquei envergonhada. – Eu sempre quis dizer isso à você. Minha princesa!
Não sei o que aconteceu, eu só conseguia sorrir e repentinamente uma lagrima caiu de meus olhos.
- Você está chorando? – Perguntou ele limpando a lágrima fujona.
- Sim, mas é de felicidade, é tão bom estar aqui... Com você... Com meu pai – eu enfatizei a palavra pai.
- Seu pai? – Ouvi uma voz atrás de mim. – Mas você odeia seu pai... Não odeia?
Me virei lentamente para encarar a pessoa que estava atrás de mim e que meu pai encarava também.
- Não odeio mais – eu disse sorrindo para o meu pai. – Mas o que você faz aqui Thiago?
- Eu vim tomar sorvete e te vi aqui – ele deu de ombros. – Fiquei sabendo da Paola, ela está pirada...
- Pirada é pouco, tem que internar ela – eu disse dando de ombros.
- Não quer se sentar? – Perguntou meu pai a Thiago que sorriu e aceitou, sentando-se em seguida.
- Então, quem é teu amigo Susan? – Meu pai sorriu ao me perguntar.
- Ah é... – Eu ri envergonhada pela falta de educação de não apresentá-los. – Pai, esse é o Thiago, Thiago, esse é meu pai John Winchester.
- Prazer Thiago! – Meu pai estendeu a mão para ele que apertou respondendo um “O prazer é todo meu”.
“Merda, o que ele faz aqui? Cara, se alguém me vê nessa sorveteria e me dedar para o Dougie eu vou ter que me explicar muito”. Estava temerosa, eu iria apenas tomar um sorvete com meu pai e depois ir para casa, mas a com a chegada de Thiago isso iria complicar um pouco.
Ficamos alguns minutos conversando e o celular do meu pai apitou, era o alarme, era hora dele ir para o aeroporto.
- Susan, está na hora de ir, vamos? – Ele disse se levantando, eu ia me levantar também quando Thiago pegou na minha mão e eu gelei.
- Fica aqui, eu te levo para casa, claro, se o senhor deixar – ele sorriu para mim e para John, eu olhei para meu pai com um olhar suplicante de que ele me tirasse dessa. “Por favor John, diga que tem que me deixar em casa, diga que tem que me deixar em casa, diga que tem que me deixar em casa...” Fiquei repetindo isso mentalmente.
-Claro, se ela quiser – meu pai concordou sorridente, meu coração parou e depois eu senti o sangue queimar nas minhas veias de tão rápido que ele bateu em seguida.
- Ahn... T-t-udo bem então... – Gaguejei sem graça, mas forçando um sorriso.
- Então levanta e dá um beijo em seu pai que agora ele vai para o aeroporto pegar um avião para poder resolver tudo para morar aqui para sempre – eu sorri e levantei para abraçá-lo.
- Obrigada Pai – eu disse no pé do ouvido dele, mas ao mesmo tempo eu queria bater nele por me deixar ali. 
- Pelo que? – Ele perguntou ainda abraçado a mim.
- Por não me odiar, por não ter desistido de mim quando eu te tratava como um estranho – eu mordi o lábio inferior.
- Obrigada você por me aceitar – ele disse e eu sorri. – Ah, e como está o Dougie?
- Ele volta para a escola semana que vem – eu disse sorrindo e me afastando dele, desfazendo o abraço.
- Mande lembranças para ele – disse sorrindo.
- Até mais ver rapaz! – Meu pai disse estendendo a mão para Thiago, esse que levantou e apertou firmemente a mão do mais velho.
- Até mais – Thiago disse sorrindo.
Nisso meu pai saiu e me deixou ali desesperada, pois a medida que ele se afastava meu coração aumentada a velocidade.
- Seu pai é legal – Thiago disse quando meu pai ligou o carro e partiu acenando.
- Sim, ele é... – eu disse encarando o carro até ele sumir.
- Sabe, acho que nunca conversei direito com você depois daquela festa... – Ele disse sorrindo para mim.
- É – eu respondi, o que eu falaria?
- Então, animada com a saída do Dougie do hospital? – Ele perguntou de novo.
- Sim, não agüentava mais ter que vê-lo naquele lugar – respondi algo concreto agora.
- Ele tem sorte – Thiago disse enquanto tomava um gole do seu suco que havia acabado de chegar.
- Porque? – Fiquei confusa.
- Por ter você cuidando tão bem dele – ele deu de ombros. Eu nunca sei o que falar quando ficam mandando essas indiretas para mim, fiquei sem fala.
- Você deveria achar alguém assim para você – eu tentei mudar o foco da conversa para ele.
- Na verdade é difícil achar alguém quando você não consegue olhar para os lados – ele agora me encarava, seus olhos estavam fixados aos meus, eu abaixei os meus para as minhas unhas que ficaram interessantes naquele momento.
- Não olha porque não quer, tem um monte de garotas que gostariam de uma chance – eu disse e olhei para uma garota que passava e o encarava, ele olhou para ela e em menos de um segundo me olhava novamente.
- Mas a que eu quero dar a chance não deseja isso – ele disse e eu perdi literalmente o ar. Me levantei da cadeira de supetão.
- Acho melhor eu ir, minha mãe deve ter chegado em casa já – eu disse enquanto colocava o casaco. – Até mais Thiago! – Eu disse e quando fui dar um beijinho de despedida no rosto dele ele negou.
- Eu te levo, vamos – ele se levantou e pegou seu casaco o vestindo.
- Tudo bem – eu disse. “Seria mais seguro eu ir a pé, merda”
- Susan, o que exatamente a Paola fez? – Perguntou ele quando já estávamos dentro do carro.
- Ela não te contou? – Perguntei irônica.
- Não, ela é uma idiota – ele respondeu amargo.
- Bom, ela estava no quarto quando Dougie acordou e disse ser a namorada dele, ou seja, eu, daí ela ficou falando que eu era Paola e ela era Susan, ela até ficou beijando ele – trinquei por dentro ao lembrar essa parte.
- Mas como Dougie descobriu a verdade? – Perguntou ele.
- O Harry estava com ela no quarto quando ele acordou e ficou desmentindo ela, embora ela estivesse insistindo em mentir – dei de ombros.
- Nossa, que horror, ela não pode ser da minha família – Thiago se lamentou.
- Infelizmente não escolhemos nossos parentes – eu dei um sorriso amarelo para ele.
- É, infelizmente – ele concordou, sorrindo galanteador quando ele parou na frente da minha casa nova, que por sinal fica no bairro dele. – Chegamos!
- Como sabia onde eu moro agora? – Perguntei curiosa.
- Segredo de estado – ele respondeu e eu ri.
- Ok senhor segredo, obrigada pela carona – eu ia abrindo a porta do carro quando ele segurou minha mão esquerda.
- Não ganho nem um beijo de despedida? – Perguntou fazendo bico e eu ri sem graça.
- Ganha – respondi me aproximando dele para dar um beijo na bochecha, mas ele se virou e acabou que eu beijei o lado da sua boca. Me afastei rápido e olhei assustada para ele. – O que foi isso?
- Não resisti, me perdoa – ele disse arrependido.
- Só não faça isso novamente! – O adverti saindo do carro rápido antes que ele tentasse mais coisas.

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