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domingo, 12 de dezembro de 2010

Capítulo 29

Estávamos os cinco jogados no mesmo sofá rindo um em cima do outro quando Tia Sam chegou, a mãe do Dougie, chegou.
- Passou um furacão pela minha sala? – Nós paramos de rir e ficamos todos olhando para ela com cara de assustados olhando para ela.
- Mãe... – Dougie disse tentando segurar a risada depois que o choque da surpresa passou. – Você chegou!
- Não, é meu espírito que está aqui – ela disse rindo em seguida –, e vocês vão arrumar essa bagunça antes de meu corpo chegar!
Achei curioso ela fazer piada daquela situação, lembrou minha mãe.
- Pode deixar tia, eu organizo o mutirão aqui – Tom disse com um tom de voz de liderança.
- Que bom Tom! – Ela disse se dirigindo para a escada – Vou tomar banho, quando descer quero ver essa sala limpa.
- Puxa saco! – Danny disse assim que Tia Sam sumiu escada acima, Tom mostrou língua para o Danny e começou a mandar a gente fazer as coisas. Ele estava me irritando já, estava me segurando para não mandar ele ir se ferrar.
- QUE COISA TOM, PARA DE MANDAR A GENTE FICAR FAZENDO AS COISAS, JÁ ESTAMOS FAZENDO! – Danny berrou antes de mim fazendo todo mundo parar o que fazia.
- VAI TE CATAR DANIEL! – Tom retrucou.
- DÁ PARA PARAR DE GRITAR! – Maira estressada jogou o travesseiro, que ela tinha acabado de colocar no sofá, no chão. Danny correu de perto dela com cara de assustado e Tom se abaixou atrás do sofá, Dougie e eu estávamos perto da porta do cozinha um pouco longe dela e ficamos rindo da cena.
- Nossa, que bando de histéricos! – Dougie cochichou para mim que concordei rindo baixinho.
- Tomem cuidado meninos, a Mai está com o olhar fatality dela... Se possível corram – eu disse rindo mais ainda, Danny acreditou em mim e correu para se esconder atrás de Dougie.
- Danny seu lesado, saí daqui que não gosto de macho atrás de mim! – Dougie disse empurrando Danny – A Suh estava só brincando.
- Que bom... – Ele disse passando a mão a nuca. – Poxa, eu fiquei com medo – ele comentou e todos riram.
Voltamos a arrumar a sala. Ainda estava a maior, tinha pipoca e doce para todo lado, sorte que não tinha nada líquido ali, assim não precisaríamos limpar o chão. Passou um tempinho e de relance eu olhei para o relógio, era 22:48h.
- MAIRA DO CÉU! – Eu gritei e ela jogou a vassoura que segurava no chão.
- O QUE EU FIZ? – Perguntou assustada.
- São quase 23:00h! – Ela que estava tensa relaxou e começou a rir. – MAIRA, SEUS PAIS VÃO TE MATAR E VOCÊ ESTÁ RINDO?
Gritei enfezada com ela.
- Calma, lembra que eu saí do castigo? – Ela pegou novamente a vassoura que tinha deixado cair antes e voltou a varrer os doces e as pipocas.
- Oh é mesmo... Eu esqueci! – Disse relaxando também, como eu poderia ter esquecido aquilo?
- Caduca! – Todo mundo riu de mim.
- Que justificativa você vai dar para eles? Se você falar que estava na casa do seu namorado até uma hora dessas, você fica de castigo para o resto da vida.
- Quem disse que eu vou voltar para casa hoje? – Ela sorriu maliciosa.
- Não entendi – Maira revirou os olhos impaciente diante da minha ignorância.
- Vou ligar para eles e perguntar se posso dormir na sua casa, eles vão deixar e aí eu não vou precisar de desculpas, entendeu? – ela falou com tom de obviedade na voz e se sentou no sofá com o Tom já que tínhamos acabado a arrumação.
- Oh! Bem bolado esse plano amor! – Tom disse dando um selinho nela que abriu um sorriso enorme.
- Obrigada! Sei que sou demais! – Ela disse fazendo cara de esnobe. E eu taquei um travesseiro que vi na cara dela.
- Sua... Safada! – Ela disse tacando o travesseiro de volta em mim e eu o peguei com as duas mãos antes dele me atingir.
- Há! Dessa vez não! – Eu disse orgulhosa de ter pego o travesseiro enquanto ela fez cara de indignada.
- Sem graça! – Danny disse se jogando na poltrona que ele estava antes com um travesseiro na mão. – Achei que ia começar uma nova guerra de travesseiros.
- Mas nem que porcos voem! – Levamos um susto quando Tia Sam apareceu de repente no topo da escada rindo.
- Nossa, da onde a senhora tira essas coisas mãe? Coisa brega! – Dougie disse rindo da expressão de surpresa dela.
- Nem queira saber! – Ela disse descendo até a metade da escada para conversar melhor conosco.
- Sabia que vocês são muito bagunceiros? Fala sério, ouvi suas vozes do banheiro, achei que estavam se matando aqui! – Ela disse rindo.
- Oh, mas agora a sala está arrumada Tia, nem parece que estava de pernas para o ar em menos de meia hora! – Tom disse puxando saco como sempre.
- É mãe! – Dougie confirmou.
- Não quero parecer grossa nem nada, mas... – Ela hesitou um pouco antes de falar. – Não está muito tarde para duas moças andarem sozinhas pela rua? – Ela disse e eu não sabia onde enfiar minha cara. Ela estava certa.
- Está sim mãe, e é por isso que nós vamos levá-las – Dougie disse passando a mão pelas minhas costas e pousando-a no ombro do outro lado me abraçando.
- Se quiserem eu levo vocês – “seria um prazer sogronha!” pensei comigo mesma e tive que me segurar para não rir do meu pensamento imbessíl.
- Não sei, o que vocês acham? – Dougie perguntou olhando para mim e depois para Maira.
Olhei para Maira e ela deu de ombros.
- Pode ser... – disse meio sem graça.
- Bom que assim eu fico sabendo onde minha norinha linda mora! – Tia Sam disse e eu quase saí correndo da sala de tanta vergonha, todos ficaram me olhando com um sorriso idiota na cara. – Vou pegar as chaves do carro... – ela disse dando as costas para nós subindo a escada e voltando para o segundo andar.
- Norinha hein! – Maira me cutucou e eu dei um soco no braço dela.
- Cala a boca! – Eu disse rindo envergonhada.

Tia Sam parava em frente a minha casa quando vi uma pessoa conhecida parada lá.
- Mas será possível? – Dougie disse revirando os olhos.
- O que foi Dougie? – Danny perguntou e ele só apontou para o portão. Paola e Thiago estavam lá na frente falando com minha mãe. Senti um calafrio ao ver aquela cena. – Ah!
Descemos todo do carro, só Danny continuou lá dentro. Dougie segurou minha mão e eu respirei fundo.
- Susan! – Minha mãe me chamou num tom de voz estranho.
- Que foi mãe? – Perguntei tentando adivinhar o que era, mas era impossível saber, eu não tinha feito nada de errado, pelo menos que eu saiba.
- Porque você nunca trouxe esses meninos maravilhosos para mim conhecer? – Ela disse séria e eu fiquei com cara de tacho olhando para ela, o que eu ia falar?
- É que... É que conheci eles faz pouco tempo... – Eu disse meio vagamente
- Mesmo assim! – Ela disse me repreendendo com o olhar. Eu estressei com isso, fala sério, agora todo mundo que eu conheço tenho que apresentar para ela?
- Ah mãe, você nem fazia tanta questão da minha vida antes de engravidar! – Eu disse apertando a mãe de Dougie que gemeu do meu lado, eu olhei para ele e afrouxei a mão.
- Não é bem assim! – Ela disse se virando para entrar para dentro. – Mas isso a gente discute depois quando estivermos sozinhas.
Ela entrou para dentro antes que eu dissesse qualquer coisa. Estavam todos parados olhando o nosso curto debate que é normal para quem convive com nós duas.
- Bom Suh, nós já estávamos de saída! – Paola disse indo me dar um beijo, mas eu não ia deixá-los ir sem nenhuma explicação de o que eles estavam fazendo ali.
- Espera, vocês não queriam falar comigo? – Perguntei e ela parou onde estava.
- É queríamos, mas como você não estava e sua mãe achou que chegaria logo nos chamou para entrar e começamos a falar que até perdemos a noção do tempo – ela disse voltando a se aproximar e me deu um beijo no rosto e na Maira também. quase voei nela quando ela foi dar um beijo no Dougie, Maira também a fuzilou quando foi beijar o Tom, “Hey, que intimidade é essa?” Pelo menos o Jones não estava ali! – Temos que ir agora, amanhã a gente se fala na escola, minha mãe já me ligou para ir para casa.
- Tudo bem... – eu disse e Thiago veio para me dar um beijo também e eu não soube o que fazer, dava um beijo nele ou não? Ah ele veio e me deu dois beijos um em cada bochecha e eu senti a mão de Dougie apertando a minha nesse momento, ele também teve a cara de pau de dar beijinhos na Maira também. “Não sei porque minha mãe tinha que ter me ensinado a ser educada com quem eu não gosto!”.
- Cara entrosado! – Tom resmungou olhando ele abrir a porta do carro para Paola.
- Entrosado é pouco! Aquela Paola também é igual o primo, ah se ela te tocasse eu esgoelava ela! – Maira disse puxando Tom para o portão que riu dela. – Vocês vão querer entrar?
- Não, temos que ir embora, só descemos para protegê-las! – Tom disse, Dougie estava quieto, mas também pondera, um garoto que ele sabe que está dando em cima da namorada dele dá um beijo nela na frente dele! Puxei ele para um lugar meio afastado do outro casal para conversar.
- Doug... – Comecei a dizer e ele lascou um beijo em mim até quase ficarmos sem fôlego.
- Te amo Pequena! – Ele sussurrou no meu ouvido e eu arrepiei da cabeça as pés. “Ele me chamou de pequena, ouw que lindo!” – Não quero te perder... – Ouvi ele dizer depois de alguns segundos de silêncio, os quais eu recuperava a força, minhas pernas tinham bambeado.
- Você nunca vai me perder... – Eu disse dando um selinho nele – Eu também nunca quero te perder.
- Ok, se continuarmos não querendo perder um ao outro nós nos teremos para sempre! – Ele disse filosofando e eu ri puxando ele para o portão, onde Maira e Tom estavam se beijando.
Depois que eles foram embora ficamos olhando eles por trás em silêncio. Senti um aperto no peito vendo ele ir embora, mas ignorei. Levei um susto com Maira me cutucando, rindo e mostrando os garotos que estavam agora um pouco mais longe.
- Ai aquela bunda do Fletcher, que vontade de morder! – eu comecei a rir dela e entrei puxando ela.
- Só você mesmo, mas a do Poynter não é de se jogar fora também... – Eu disse rindo. – Se fosse igual a do Judd seria bem melhor, mas ele é perfeito do jeito que é!
- Verdade, a do Judd é enorme... Sorte da Pri! – Ela disse enquanto entrávamos em casa. – Vou ligar para minha mãe.
- Eu vou subir e arrumar os colchões no chão para farrearmos! – Eu disse sumindo pelo corredor enquanto ela tirava o telefone do gancho.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Capítulo 28

- Minha nossa, como aconteceu coisas desde a última vez que você me contou algo dele – minha mãe disse com um tom de voz querendo parecer magoada.
- Desculpa mãe, é que tudo aconteceu tão rápido – eu disse e ela sorriu para mim.
- Tudo bem – ela respondeu e se levantou. – Agora que está tudo resolvido a grávida aqui precisa ir dormir, com licença.
- Boa noite Cintia! – Meu pai disse.
- Boa noite tia – Maira disse.
- Boa noite mãe... – eu disse enquanto ela saia da cozinha bocejando. De repente eu arregalei os olhos preocupada. - Que horas são?
- 8:30PM – John disse, “vai se difícil eu me acostumar a chamá-lo de pai ok”. Eu relaxei, ainda estava espantada que o  tempo tinha passado tão rápido, eu ia  ter que ir dormir muito tarde porque eu ia ter que pensar mais tarde já que eu queria ir com a Lara visitar o Tom, ele morava com Dougie e eu estava com saudade do meu fofo. – Bom meninas, tenho que ir para casa, ainda está tudo uma bagunça porque as coisas do caminhão que tinha estragado chegou hoje e eu não tive tempo nem paciência para arrumar.
- Tudo bem pai – enfatizei essa palavra – volta aqui amanhã depois da escola para sairmos para dar uma volta por aí e nos conhecer?
- Claro! – Ele respondeu radiante.
- Passa aqui lá pelas 3:30PM que eu tenho certeza que já estarei aqui... – Perguntei e ele negou com a cabeça.
- Não, amanhã eu te pego na escola – Eu abri um sorriso enorme, meu pai indo me buscar na escola, parecia um sonho... “O que foi? Eu nunca tive um homem fazendo o papel de pai na minha vida, isso é emocionante tá!”.
Fui com ele até a sala abraçada de lado de um lado e Maira do outro lado, confesso que fiquei com ciúmes, mas ela pode.
- Até amanhã Suh, tchau de novo Maira! – Ele disse passando pela porta, respondemos e ele fechou a porta indo embora e eu fiz bico, Lara veio e me deu um abraço.
- Maira, você ainda vai na casa do Tom? Seus pais não vão brigar se você chegar quase 10:00PM em casa? – Eu perguntei depois que nos sentamos no sofá.
- Sim, eu vou e Suh... Saí do castigo hoje! – ela disse e eu comecei a dar gritinhos, só não foram muito altos porque minha mãe estava dormindo. Estávamos pulando igual doidas, se nos vissem naquele estado nos levariam para o manicômio, logo paramos o nosso ataque e bateu uma saudade do Dougie.
- Vamos logo para a casa do Tom – eu disse puxando ela para a porta.
- Nem sei porque você está com tanta pressa de irmos lá – ela disse ironicamente e eu ri dela.
- Deixa para resmungar no caminho... – parei de falar quando abri a porta, porque um ser lesado que ia bater na porta bateu no meu nariz.
- Ah desculpa Suh! – Danny disse pulando em cima e mim e alisando meu nariz enquanto Maira ria loucamente atrás de mim.
- Sai daqui Jones... – Eu disse empurrando ele para trás, menino retardado. – Tadinha da porta, dói tanto uns socos desses... Danny, você não viu que tem campainha aqui não? – eu disse mostrando o botão para ele que riu sem graça.
- Não vi não... – ele coçou a nuca olhando pro chão.
- Na verdade, o que você veio fazer aqui sozinho? – Perguntei rindo da cara de culpado que ele estava.
- É que eu fui dar uma volta com a Paola pela pista, aí o primo dela apareceu e ofereceu carona e ela foi embora com ele, aí eu estava voltando para casa e resolvi passar aqui antes – ele nos lançou um sorriso amarelo depois que acabou de falar.
- E a Lara Danny? Já esqueceu ela? – Maira perguntou rindo e ele mostrou língua pra ela.
- E você e o Tom? – Ele perguntou querendo rebater à altura, no mínimo não tinha visto o garoto depois do ocorrido na praça.
- Estamos bem, obrigada! – Ela respondeu e ele ficou com uma cara de bobo.
- Vocês se acertaram? – Ele finalmente caiu em si.
- Aham! – Maira respondeu.
- Hum que bom... – eu disse virando Danny pelos ombros e empurrando para o portão. – Estávamos mesmo indo para sua casa ver o Tom e o Dougie.
- Mas não vai nem me chamar para entrar na sua casa? – Ele resmungou tentando resistir aos meus empurrões.
- Danny-se – eu disse brincando com o nome dele e ele não entendeu, “ok, dá um desconto que ele não pegou todas as gírias brasileiras ainda”.
- Explica melhor? To boiando... - - Ele disse coçando a nunca e olhando para o chão de novo.
- Deixa para lá, vamos embora! – Maira disse rindo dele.
Fomos a pé à casa dos garotos, falando bobeiras rindo e pagando mico.

Chegamos rindo muito de mim que quase caí do meio fio e molhei tudo a barra da minha calça quando fui inventar de me equilibrar igual fazia quando saía para passear com minha mãe.
- O que vocês estão fazendo andando com esse pateta? – Ouvi uma voz conhecida vindo da cozinha, me virei e vi Dougie com um saco de pipoca de microondas numa mãe e um saco de doces na outra. Ele se aproximou e me deu um selinho. – O que aconteceu com seu nariz Suh?
Dougie estava com uma cara de espanto e entregou o que segurava para o Tom que estava sentado no sofá com Maira vendo alguma coisa na TV.
- O Danny que foi bater na porta da minha casa e eu a abri bem na hora e ele bateu no meu nariz – eu disse rindo ao lembrar do que aconteceu.
- Danny, você é um monstro lesado, não viu que na casa dela tem campainha? – Ele franziu o cenho – E o portão? Danny, como você passou pelo portão? – até aquele momento eu não tinha pensado nisso, como ele tinha entrado na minha casa sendo que para abrir o portão por fora é só com a chave?
- Ah o portão estava aberto e eu entrei... – ele deu de ombros como se aquilo fosse natural.
- Que estranho, fui a última a entrar e posso jurar que fechei o portão! – Maira que estava no maior Love com o Tom disse. Eu fiquei pensando por alguns segundos e de repente me veio à luz!
- É, fomos as últimas a entrar, mas não a sair... – eu disse erguendo uma sobrancelha e ela ficou pensando.
- Ah é, o Marcelo e o John saíram de lá depois que entramos! – Vi os olhos de Tom e Dougie se revezarem entre Maira e eu.
- Quem são esses? – Maxilares duros, oi! Tom perguntou frio.
- Está com ciuminhos Thomas? – Maira provocou, ele não respondeu.
Dougie agora olhava sério para o nada, quando nossos olhares se cruzaram eu gelei por dentro, o azul dos olhos dele estavam escuros, quase verdes. “Será ciúmes? Oh God!”.
- Calma gente, não é nada disse que vocês estão pensando, deixa eu explicar... – Disse essa frase de propósito, já disse que adoro fazer piada de tudo?
- Se ferrou Suh, você disse a frase dos culpados! – Danny disse e Tom e Dougie lançaram olhares mortais para ele.
- Cuida da tua vida Daniel! – Tom falou tão bravo que se sentou em uma poltrona sem graça, pelo menos ele entendeu dessa vez.
Eu ainda estava em pé com o Dougie por trás dos sofás, ele estava segurando em cima do sofá e os dos seus dedos estavam brancos, então parei de brincar.
- Marcelo é o namorado, ou noivo, da minha mãe... E o John... Bom, ele é meu – eu não queria falar ainda para eles, mas foi o jeito. – Pai!
Eles relaxaram, e em suas faces aparentavam arrependimento.
- Vocês são tão dramáticos! – Maira disse rindo deles.
- É, mas analisa a nossa situação, nossas namoradas falando de caras que nem conhecemos e não querem que nós tenhamos ciúmes? – Dougie reclamou fazendo bico, eu fui até ele e dei um selinho.
- Tudo bem meu amor, eu te entendo – disse puxando ele pela mão até o sofá, ele sentou e eu deitei no sofá com a cabeça no colo dele, demorei alguns segundo para olhar para a TV porque fiquei observando ele do queixo pra Cida de um ângulo diferente, ele era lindo de qualquer jeito mesmo!
Passava uma cena estranha, um homem de cabelo branco de penteado esquisito estava apavorado na torre de uma igreja tentando pegar um fio para conectar em algo que estava na sua mão enquanto um garoto acelerava um carro estranho e com uma espécie de antena atrás, tipo aquelas de carrinho de bate-bate dos parques de diversão no fim de uma rua deserta.
- Que filme é esse? Parece ser tão antigo! – Perguntei curiosa, tinha a impressão de já ter visto o filme, mas não lembrava de nada.
- De Volta Para o Futuro I – Tom respondeu enfiando uma pipoca na boca.
- O Tom adora tanto esse filme que ele me disse que se fosse mulher ele ia casar com o Michael J. Fox – Danny disse e eu só vi um travesseiro voando.
- Cala a boca Jones, nunca disse isso! – Tom falou enquanto Danny ria na maneira retardada dele.
- Falou sim – Dougie disse e Tom jogou um travesseiro nele também que pegou em mim, eu peguei o travesseiro e taquei de volta, só que acertou Maira, que tacou em mim que já estava em pé e desviei e pegou em Dougie. Começamos uma guerra de travesseiro com dois travesseiros somente.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Capítulo 27

Chegando em casa, eu entrei quase levando o portão comigo de tanta pressa.
- Calma Suh, assim você não chega viva lá dentro – Ela disse rindo quando eu tropecei no degrau da escada que levava a porta.
- Eu sei, é que estou nervosa! – Disse rindo com ela.
Abri a porta e entrei, nem me dei o trabalho de ser educada e esperar Maira entrar e fechar aporta, ela sabe fazer isso. Fui quase correndo para a cozinha e pude sentir Maira atrás de mim, ela parecia tão nervosa quanto eu, não é para menos, ela sempre soube do um sofrimento, do que eu não falava nem para minha mãe. Amo tanto ela que se fosse homem eu casava com ela, sério.
Quando abri adentrei a cozinha eu estava sorrindo por dentro, mas com o semblante sério, não iria chegar pulando em John, claro que não, mas era o que eu queria fazer.
- Oi gente, cheguei – disse levantando a sobrancelha esquerda quando vi Marcelo ali conversando com John e minha mãe naturalmente como se aquilo fosse coisa que eles faziam todo final de semana.
- Susan – John disse cauteloso.
Continuei calada e agarrei o braço de Maira para me sentir mais protegida e confortável pela presença inesperada de Marcelo ali.
- Não sabia que ele ia var para uma conversa familiar – eu disse desafiadoramente.
- Se é familiar, porque ela está aqui? – Marcelo apontou para Maira e eu o fuzilei.
- Porque ela é família, ela é minha melhor amiga e irmã de consideração que sabe mais d mim do que eu mesma às vezes – lancei um olhar cínico e vitorioso para ele.
- Chega vocês dois! – minha mãe disse brava.
- Parei – eu disse revirando os olhos e cruzando os braços, eu deveria saber que nada na minha vida é do jeito que eu pensava.
- Bom mesmo porque o assunto aqui é sério – ela disse com um tom de autoridade na voz enquanto eu me sentava na mesa ao lado de John e Maira se sentou do meu outro lado. Marcelo e minha mãe se sentaram do outro lado de frente para nós.
- Bom, creio que se todos estamos aqui, é porque todos sabemos de tudo o que está acontecendo né? – ela enfatizou as palavras todos e tudo e depois olhou para Maira que acenou.
- Eu contei tudo para a Maira – disse convencida, minha mãe me lançou um olhar repreensivo que eu ignorei, a vida é minha e eu conto o que eu quiser para quem eu quiser. - Ninguém me pediu segredo!
- Tudo bem, ela tem razão – John disse e eu tive vontade de abraçá-lo pelo menos ele me defendia, mas eu apenas olhei para Maira sorrindo e ela sorriu para mim de novo, ela entendeu que eu me achei o máximo por ele ter falado aquilo.
- Vamos recapitular o que aconteceu. – eu disse chamando a atenção de todos na cozinha. – Já vou avisando que esse é o meu ponto de vista, o que eu entendi...
Ninguém disse nada e eu continuei.
- Minha mãe está grávida e vai se casar com o Marcelo, o John, meu pai – quando eu disse isso ele abriu um sorriso luminoso maior que o do Tom mais cedo quando chegou de surpresa e ouviu o que Maira disse. -, resolveu voltar para a cidade para o caso de não dar certo eu morar com o Marcelo e minha mãe eu ir morar com ele, mas como eu não queria o ver nem pintado de ouro até ter uma conversa reveladora com minha mãe hoje ainda vocês tinham medo de falar isso para mim.
- Exatamente! – John mesmo confirmou ainda sorriso, sua feição estava diferente, uma que uma palavra não faz?
- Bom, agora é a vez de vocês falarem, uma vez que eu já entendi tudo e o assunto não é mais apenas hipotético para mim – será que estou querendo impressionar com minha “maturidade”? Falei bonito agora!
- Agora vou explicar o motivo de Marcelo estar presente aqui hoje – minha mãe disse olhando direto para mim, uma direta bem direta hein! – É que queremos avisar que vamos nos casar daqui há um mês.
Entrei em estado de choque, senti Maira segurar uma de minhas mãos e John segurar a outra.
- Desde... Desde quando...? – Não conseguia falar, tinha um nó na minha garganta, o sentimento de traição foi enorme, armaram tudo pelas minhas costas, não conseguia olhar para minha mãe, mas eu já tinha feito a promessa que não choraria, eu estava parecendo uma criança esses dias, se eu recebesse um não de alguém chorava.
- Desde que descobri que eu estava grávida, mas marcamos o dia do casamento essa semana.
- Por isso você andava tão estranha? Acordando mais cedo que eu, me mimando? Eu sabia que você queria me dizer algo... – eu disse ainda lunática.
- Isso mesmo, para você ver que não escondemos nada de você por muito tempo, mas o problema era que você não parava muito em casa e quando estava acompanhada, dormindo ou eu não estava em casa – ela disse adivinhando que eu estava me sentindo traída.
- Tem mais... – Marcelo disse e eu o fuzilei com os olhos, não suporto a voz dele, não sei se vou conseguir morar na mesma casa que ele, e agora infelizmente eu teria um irmão tendo ele como pai.
- Tem mais? – Perguntei para minha mãe depois de desviar o olhar do idiota.
- Nós vamos nos mudar para uma casa maior semana que vem – eu arregalei os olhos surpresa.
- MAS JÁ? – gritei sem querer e todos se assustaram na mesa, inclusive eu mesma por minha voz ter saído alta demais.
- Vamos para a casa que eu comprei aqui mesmo nessa rua, aquela da esquina. Ela é maior que essa, tem cinco quartos, todos são suítes, duas salas, duas cozinhas, um quintal enorme com uma piscina, é de dois andares, e tem um terraço, sua mãe disse que você gosta de olhar as estrelas... E o melhore de tudo, você vai poder levar suas amiguinhas lá direto.
Não gostei do jeito que ele falou amiguinhas, eu estremeci na base.
-Tanto faz a casa, o que importa é quem está dentro dela, não adianta morar numa mansão e morar com gente desprezível. Preferia morar num barraco de favela com gente que eu amo – joguei uma indireta nada discreta na cara dele e finalizei com um sorriso sínico.
- Para isso que John está aqui! – Ele retrucou.
- Vai se ferrar – rebati novamente estressada.
- Chega! Vocês terão que superar essa desigualdade, não podem ter uma brechinha que começam a discutir! – Minha mãe se estressou com nossa discussão.  Fiquei quieta no meu canto sem falar mais nada.
- Bom, chegamos no ponto crítico, Suh, não queríamos colocar você nessa posição, mas é impossível escolhermos por você... – John se manifestou – Você vai ter que decidir com quem você vai querer morar, com sua mãe ou comigo.
- O quê? Já? Assim de repente? Não vou ter tempo para pensar pelo menos? – Dei um ataque, me levantei da cadeira e comecei a gritar feito uma louca – vou ter que escolher com quem eu vou morar assim? Numa tarde? Ou eu escolho morar numa casa com minha mãe e o namorado infernal dela ou morar com o meu pai com que eu nunca tive muito contato e que eu ainda preciso conhecer porque a última vez que fizemos papel fraternal eu ainda usava fraudas?
Eu estava andando de uma lado para o outro na cozinha, ninguém me interrompeu e ai de quem fizesse isso também, eu estava fora de mim.
- Suh, se acalma... – Maira se manifestou pela primeira vez desde que se sentou. – Eles vão te dar um tempo para pensar não é? – Ela olhou para os três sentados na mesa que acenaram leve e rapidamente.
Ela se levantou, veio até mim e me levou até a cadeira que eu estava antes.
- Te daremos alguns dias para analisar e escolher Susan, não precisa desse show todo – Marcelo retrucou assim que eu me sentei rendida pelas palavras de Maira.
- Dá para parar de provocá-la? – Minha mãe ralhou com Marcelo que fez uma cara que mesmo eu com raiva não consegui segurar a vontade de rir e lancei um olhar de “bem feito” para ele. Minha mãe se virou para mim e eu voltei minha feição para aborrecida. – O Marcelo tem razão, nós vamos lhe dar alguns dias para pensar.
- Isso é tudo ou tem mais uma bomba para jogar em cima de mim e me deixar mais nervosa, estressada e querendo me matar? – Eu disse me levantando.
- Sim – John me disse e eu olhei surpresa para ele – que você faça uma escola sábia, que faça você feliz.
- Obrigada! – agradeci por ele ser educado e ser o único adulto ali a pensar nos meus sentimentos.
- Cintia, tenho que ir, tenho que contratar algumas pessoas para poder cuidar da nossa casa – Marcelo disse eu senti uma pontada no peito, eu adoro essa minha casa pequena na qual eu cresci, tudo bem que morar numa casa grande, com piscina e ainda mais com um terraço para poder ver as estrelas era perfeito, pena que a casa tinha um defeito. Seu dono.
- Tudo bem amor – eu fiz uma careca quando minha mãe disse isso e deu um selinho nele, para me distrair eu me virei para John que também olhava a cena lamentável.
Das fotos que minha mãe havia me mostrado ele não havia mudado quase nada. Seu cabelo ainda era preto e farto, seus olhos ainda eram verdes, só algumas rugas haviam aparecido embaixo dos olhos quando ele sorria, o que ele fez quando percebeu que eu o olhava.
- O que foi queria? – Ele me perguntou com um sorriso terno.
- Nada, eu estava pensando que você é homem que eu sempre imaginei que queria para ter como pai... Em pensar que eu poderia ter sido menos cabeça dura e ter te aceitado quando você tentou se aproximar de mim... – Eu parei de falar, estava com vergonha de continuar.
- Não se culpe, a culpa foi minha de nunca ter vindo te visitar por egoísmo – ele disse com o olhar triste. – Se eu voltasse no tempo passaria por cima do meu orgulho e viria te ver sempre, talvez assim eu teria evitado tanto sofrimento.
- Mas não pode – eu disse pegando uma das mãos dele. – Então vamos viver cada minuto a partir de agora e esquecer o que se passou.
- Me desculpa? – Ele disse com os olhos cheios de lágrimas e então percebi que uma lágrima caiu dos meus olhos.
- Claro, nem tem o que perdoar... Pai! – Eu disse isso e logo em seguida ele me deu um abraço forte, porém terno chorando tanto que estava começando a soluçar.
- Você não sabe o quanto eu esperei ouvir você falando isso para mim – ele disse quando e acalmou um pouco.
- Você não imagina como essa palavra ficou engasgada na minha garganta a vida toda – eu disse e ele pegou as minhas mãos e beijou.
- Nunca imaginaria que uma menina de 15 anos pudesse ser tão madura como você é! – Ele disse me levantando – Como você é bonita, nem parece aquele bebê que eu pegava no colo quando tinha apenas alguns dias de vida...
- É, eu cresci, estou até namorando! – Porque eu disse isso? me arrependi na hora, porque eu tinha que ter falado isso agora? Não precisava, nem minha mãe sabia ainda... De repente caiu a ficha que Maira e minha mãe ainda estavam na cozinha ainda, principalmente quando a voz da minha mãe pairou pelo ar me fazendo tremer pelo tom de sua voz.
- Que história é essa? – Merda, agora teria que contar tudo para ela e agora que eu tinha feito as pazes com meu pai teria que contar para ele também.
Olhei para Maira e me sentei.
- Sentem-se vocês dois, a história não é longa, mas assim é mais confortável.
Eles se sentaram e eu comecei a contar tudo, do dia em que eu vi ele na praça até o dia em que ele me pediu em namoro. Algumas partes minha mãe sabia, mas tinha alguém ali no cômodo que nem sabia quem era Dougie então tive que contar tudo né! Ainda bem que eu tinha Maira ali do meu lado para ajudar a contar algumas partes.



Capítulo 26

Me virei e dei de cara com o Tom se aproximando de nós.
- O que foi Mai, parece que viu um fantasma – eu disse me virando para ela. Achei que era alguém que ia nos matar pela cara que ela fez. Ela disfarçou um pouco a expressão louca que ela estava e começou a falar normalmente comigo.
- Suh, depois quero te falar uma coisa...
- Ta bom – só deu tempo de responder isso, Tom tinha chegado onde nós estávamos sentadas.
- Hey Tom! – Eu disse me levantando e dando um beijo no rosto dele.
- Oi Suh – ele disse me dando um beijo na bochecha também.
- Oi Tom – Maira disse num tom tímido, seja o que for que ela quer me contar tem algo haver com o Tom, tenho certeza.
- Oi – Tom respondeu seco, eu não entendi nada. – O que vocês fazem por aqui? Achei que a praia de vocês era a pista...
Ele disse enquanto eu me sentava novamente onde estava antes.
- A gente se cansou de lá... – Eu disse rindo e ele sorriu e mostrou a monocova dele, é tão linda. – E você? O que faz por aqui?
Ele ficou sem graça.
- Eu estou indo para a biblioteca, vou pegar uns livros sobre astronomia para eu ler – ele disse meio sem jeito e eu comecei a rir.
- Ai Tom, você é muito nerd! – eu disse ainda rindo e ele tampou a cara com as mãos.
- Ah é que eu estava sem nada para fazer, no tédio, e os meus livros vão chegar daqui há uma semana...
- Não tudo bem, eu só estava brincando com você, agora vai lá senão a biblioteca fecha, já é quase cinco horas.
- Oh God, é mesmo! Ainda bem que ela fica aqui na praça mesmo senão eu estava ferrado – ele falou correndo para a única construção que havia no meio da praça onde foi instalada a biblioteca municipal. – Tchau Suh...
- Tchau – respondi para o vento já que ele havia sumido no pequeno corredor que dava acesso à porta da biblioteca. – Porque ele não falou tchau para você? Pode me falar o que você queria me falar, aposto que tem algo haver com ele.
Semicerrei os olhos para a Maira que encolheu no banco?
- Acertou – ela disse meio sem jeito.
- Hum, você está gostando dele e ele descobriu e está te dando um gelo? Não, o jeito que ele te tratou está mais para um toco ou algo que você falou para ele e ele não gostou... – Eu disse mais para mim que para ela, como se estivesse analisando as alternativas em voz alta – Ou...
- CHEGA SUSAN! – Maira explodiu e eu quase caí do banco de tanto susto – Deixa eu falar, pode ser ou está difícil?
- Fala – eu falei com a voz reprimida.
- Bom, hoje durante a aula, o Harry falou para a Pri que o Tom estava afim de mim, me achava legal e essas coisas, daí eles armaram para nós ficarmos na saída da escola, nós ficamos em frente a quadra – ela disse tampando a cara com as mãos, tentando esconder a vermelhidão que eu já havia visto antes desse gesto.
- Tá, e daí? Você beija tão mal assim para o Tom te tratar desse jeito? – Eu perguntei rindo dela.
- Não, não é por causa disso, é porque depois que nós terminamos o beijo, ele disse que estava afim de mim e que queria tentar um namoro comigo, mas eu fiquei com medo não sei de quê e falei que não estava pronta para namorar, mas que eu gosto dele... – Ela disse e eu fiquei olhando para ela com a minha melhor cara de indignada.
- Você recusou namorar com ele? – Eu estava com os olhos arregalados e de boca aberta.


ON Maira’s POV’s

- Mais ou menos... – Eu disse com vergonha, Susan me olhava indignada, mas o que eu podia fazer? Eu achava tão legal ser amiga dele que tinha medo de perder essa amizade com um namoro.
- Mas você gosta dele né? – Ela me perguntou e eu caí no meu sonho de fantasias.
- Sim, ele é tão lindo, fofo, engraçado, perfeito... – Eu disse e tinha certeza que estava com cara de boba sonhadora e Susan ria muito de mim.
- Esqueci de falar que ele é inteligente, romântico, fofo, engraçado, lindo.
- Você já disse isso! – Ela disse e eu percebi que tinha repetido mesmo os adjetivos. – Mas me responde uma coisa.
- Pergunte – rebati.
- Porque você não aceitou namorar com ele quando ele te pediu? – Ela perguntou, gostaria que ela tivesse lido minha mente que assim eu não precisaria repetir o que havia pensado há pouco.
- Porque eu adoro ser amiga dele, amo mesmo, e tenho muito medo de perder a amizade dele – eu disse com um tom de lamento na voz.
- Só por isso? Sabia que quando se namora um amigo a amizade faz é aumentar e não diminuir?
- Já pensei nisso, e agora estou arrependida de não ter pedido um tempo para pensar e sim dar um toco no Tom! – Eu disse soltei todo o ar do pulmão, com raiva de mim mesma.
- Então olhe para trás – Susan disse e eu olhei confusa para ela e olhei para trás logo depois.
Meu coração parou quando eu vi quem estava atrás de mim com um sorriso maior que o Sol.
- Tom? Você não estava na biblioteca? – foi a única coisa que consegui dizer comum esforço sobrenatural.
- Ela estava fechada... - Ele não disse nada, apenas veio até mim, que estsva de pé pelo susto que levei e me deu um beijo, digamos, caliente e eu retribuí agarrando os cabelos dele e apertando seu rosto contra o meu, como se isso fosse natural.
Depois que ele separou seus lábios dos meus eu fiquei zonza, e ao olhar para os olhos brilhantes dele vi toda a felicidade que continha dentro dele. Ficamos nos olhando por alguns instantes até ouvirmos um pigarreio que nos fez voltar para o planeta Terra. Susan estava sentada olhando para nós sorrindo com ternura.
- Você começou a fazer essas perguntas por que ele estava atrás de mim não é? – Perguntei para ela que acenou com um sorriso sapeca no rosto.
- E você senhorito? Quem disse que pode ficar ouvindo a conversa de garotas? Isso é muito feio – Eu disse pressionando o dedo indicador no nariz dele.
- Mas valeu a pena dessa vez – ele disse me roubando um selinho e eu dei um tapa no braço dele.
- É, valeu – eu disse agora roubando outro selinho dele.
- Dá pra parar de ficar roubando selinhos um do outro que agorinha isso dá um beijo que eu não quero ver? – Susan perguntou e nós rimos.
- Tudo bem senhorita invencível! – Eu disse sentando no banco com Tom do meu lado.
- Bom, vou repetir a pergunta que eu fiz hoje de manhã – Quando Tom disse isso meu coração acelerou e minhas mãos começaram a suar, se eu estivesse em pé minhas pernas vacilariam, mas com tudo isso eu sabia o que ia responder. Eu olhei para Susan e ela estava me olhando com um sorriso luminoso e eu retribuí, eu amo tanto essa menina, ela sempre me ajuda quando eu mais preciso, por isso eu a ajudo também.
Tom se levantou, parou na minha frente de joelhos pegou minha mãe direita e com a outra ele tirou a mão esquerda que tampava minha cara de vergonha e segurou meu rosto pelo queixo para que eu olhasse dentro de seus olhos.
- Maira Hopkins, quer namorar comigo? – Ele perguntou e eu só sabia rir dele, que coisa mais careta e de mil e antigamente, mas foi fofo.
- Sim – eu respondi sorrindo mais que ele.
- Que coisa mais fofa! – Ouvi uma voz masculina falar ironicamente bem na hora que íamos nos beijar de novo, intrigada eu parei de me aproximar de Tom e olhei na direção da voz.
- Thiago! Paola! – Ouvi Susan resmungar – Mai, acho que essa praça aqui está sendo movimentada pelas mesmas pessoas que vão na pista, temos que achar outro lugar para fofocar em paz! – ela cochichou para mim e Tom riu.
- Concordo Suh – respondi no mesmo tom que ela.
- O que vocês fazem aqui? – Susan perguntou, era segunda vez que ela pergunta isso em menos de uma hora.
- Estávamos no cinema e o carro do Thiago está ali – Paola mostrou para um Peugeot preto atrás de nós.
- Um Peugeot novo? Ta podendo hein! – Tom disse com uma cara deslumbrada.
- Ganhei de aniversário – Thiago disse dando de ombros, devia estar acostumado a mimos desse jeito.
O celular de Susan deu um bip e ela o pegou do bolso. Enquanto ela lia Tom começou a falar sobre o carro com Thiago, Paola ficou mexendo no iPhone dela e eu boiando na maionese.
- Gente, vou ter que ir, minha mãe... Er... Deixa para lá... – Ela disse se levantando.
- Vou com você – disse me levantando também.
- E eu Mai? – Tom fez biquinho para mim.
- Vá para casa que mais tarde eu vou lá – disse mandando um beijo para ele que fingiu pegar e coloca no peito, eu revirei os olhos rindo.

Susan quase corria de tão rápido que estavam seus passos.
- Calma Suh, você logo ali na frente... – Ela continuou no mesmo passo – O que aconteceu?
- Meu pai está lá em casa – ela disse pai com um sorriso empolgado no rosto, parece que ela estava gostando de ter um pai na vida dela.
- E eu te atrapalhando, vou voltar para a praça, beijos... – eu disse parando para me virar mas ela me puxou pela blusa.
- Nem pensar senhorita, você vai comigo, você é a única que sabe disso ainda e depois você vai me ajudar a lembrar dos detalhes para contar para o mundo como eu me reconciliei com o John.
- Tudo bem – eu disse rindo dela.

OFF Maira’s POV’s


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Capítulo 25

Quando a tensão passou, tive uma tarde alegre com minha mãe comendo bobeiras e assistindo filmes clássicos com ela, eu até havia me esquecido do ocorrido como Thiago na escola, mas quando minha mãe recebeu uma ligação de Marcelo e foi se arrumar para sair com ele e me deixou sozinha, o turbilhão de preocupações me tomou de novo.
Quando deitei na minha cama me bateu uma vontade louca de dividir o que aconteceu comigo com alguém, precisava que alguém soubesse e conversasse comigo, mas que essa pessoa não estivesse enrolada na encrenca. Precisava falar não só dobre o retorno de John, mas também sobre as novidades que mudarão minha vida para sempre.
Peguei meu telefone e disquei o número de Maira, chamou por alguns segundos até eu ouvir um bip e logo após a voz conhecida.
- Oi Suh?
- Oi Mai, a fim de conversar hoje? – Disse para ela que tinha novidades indiretamente.
- O que você quer me falar? – Ela entendeu na hora.
- Tanta coisa – disse esvaziando meus pulmões.
- Me encontra na pista daqui há 15 minutos então?
- Não, na pista não – Lá era um local muito movimentado por pessoas que conhecemos e sempre podia aparecer alguém.
- Então na praça em frente ao cinema? – Ela sugeriu o lugar perfeito, raramente encontramos conhecidos por lá.
- Perfeito, mas é para me encontrar lá daqui à 10 minutos – exigi, a praça era mais perto da casa dela então não via porque demorar tanto.
- Tudo bem, vou estar lá – ela disse e mesmo pelo telefone soube que ela estava sorrindo – Só não morra antes de aparecer que eu estou curiosa.
Dei uma risada alta do comentário dela.
- Tchau Mai – disse ainda rindo.
- Tchau Suh – ela respondeu rindo também.

Cinco minutos após ter desligado o celular eu já estava saindo de casa e fui me arrastando até a praça para o tempo passar mais rápido. Quando eu dobrei a esquina vi que ela já estava lá e logo ela me avistou.
- SUUUUUUUUUUUUUUUH! – Ela me gritou abanando os braços freneticamente, eu morrendo de vergonha acenei para ela indicando que eu já a tinha visto e ela parou de acenar, aí eu comecei a andar mais rápido para onde ela estava, mas podia jurar que eu estava vermelha ainda.
- Por que não pegou um megafone e um nariz de palhaço que chamava menos atenção – eu disse rindo ao chegar perto da doida.
- Engraçadinha – ela disse me mostrando língua. – Agora me conta, hoje eu saí mais cedo e nem conversamos muito né? – Ela começou a cuspir as palavras e eu comecei a rir.
- Você tomou coca-cola e comeu chocolate ao mesmo tempo ou bebeu mesmo cachaça? – Eu disse rindo – Respira um pouco...
- Haha, você me conhece mesmo né? Tomei coca-cola comendo chocolate – ela disse rindo e pulando ao mesmo tempo.
- Claro, você geralmente é mais quieta, ou menos louca – eu disse puxando ela pra se sentar num banco pra conversarmos. Mas vendo ela naquele estado acho que ela não levaria as coisas a sério, então resolvi dar algo pra ela pra cortar o efeito.
- Vem, vamos na padaria comprar algo salgado... – Puxei ela contra vontade até a padaria que ficava em frente a praça, comprei um enroladinho e fiz ela empurrar para dentro.
Eu fiquei ouvindo ela falar besteiras e rindo das mesmas até ela voltar ao normal e se lembrar de que eu tinha algo para falar.
- O que você queria me falar? – Perguntou ela lúcida agora.
- Bom, é tanta coisa...
- Veio contar para a pessoa certa - ela disse com um sorriso meigo na cara que me fez ficar confiante de contar tudo para ela naquele momento.
- Bom, o Thiago veio com uma conversa estranha para cima de mim hoje, minha mãe está grávida e para finalizar... O John Winchester se mudou para a cidade! – Despejei as palavras para ela e depois de um minuto de choque ela recuperou a consciência.
- Para tudo, seu pai se mudou para cá? – Ela disse meio nerd por causa do bombardeio que joguei nela.
- aham – Confirmei.
- E você vai ter um irmão? – Ela queria ligar os fatos.
- Isso mesmo – eu disse e ela arregalou os olhos.
- Sua mãe engravidou do seu pai? – Quando ela perguntou isso eu não consegui segurar o riso. Ri tanto que chorei e minha barriga começou a doer.
- Não... Nã... Minha... Minha mãe está... Está grávida... Do... Do Mar... Do Marcelo – eu tentei explicar mas não consegui porque estava rindo muito.
- Qual é a graça? – Ela perguntou começando a ficar irritada.
- A sua cara – eu disse normalmente por já ter parado de rir. – Foi tão engraçada.
Depois que disse isso o riso quis voltar, mas eu segurei.
- Ah fala sério – ela disse cruzando os braços. – Mas vamos começar pelo que eu já estou familiarizada, sobre o Thiago.
Meu coração acelerou, que droga, porque sempre que ia falar dele meu coração fica nesse estado?
- Eu esquecei meu casaco hoje na sala, daí quando fui buscar acho que o Thiago me viu entrar na escola de novo sozinha, quando eu estava saindo da sala ele me parou, perguntando coisas do tipo, se eu gostava dele, mas não só como amigo, se ele tinha chance comigo... – Eu disse fazendo uma cara confusa e Maira parecia analisar a situação.
- E o que você falou? – Ela perguntou depois de um breve silêncio.
- Eu não disse nada, não consegui responder, queria dizer que não, mas me pareceu errado... – Eu disse atropelando as palavras porque nem eu as entendia.
Maira arregalou os olhos.
- E aí? O que ele achou do seu silêncio?
- Como eu não o respondi, ele refez a pergunta... Perguntou que se o Dougie não tivesse aparecido ele tinha chance comigo – eu disse tensa só de pensar em nunca ter conhecido o Dougie.
- E você...? – Ela me encorajou a contar.
- Ah eu disse que sim, que eu sempre tive uma queda por ele até o Dougie aparecer – eu disse e o queixo dela caiu.
- Não acredito que você teve coragem de dizer isso – ela falou com uma cara de quem estava gostando da minha confusão.
- Ele me pressionou – eu disse corando. – E era verdade.
- E aí, o que ele falou? Que gostou do que ouviu? – Ela perguntou radiante, será que ela tinha esquecido do Dougie?
- Que já tinha ouvido o que queria, daí ele me deu um selinho e saiu – quando falei do selinho ela ficou de queixo caído de novo.
- Selinho? – Ela iria dar um infarto.
- É, ele foi tão rápido que nem tive tempo de recuar... – Disse com vergonha.
- Minha nossa Suh, e se ele estiver gostando de você – aquilo é o que minha consciência me dizia desde que ele saiu daquela sala, mas que eu me recusava a aceitar, não podia ser, justo agora que o Dougie apareceu.
- Se isso for verdade azar o dele, eu gosto do Dougie – disse firme.
- É, azar o dele! – Ela concordou comigo orgulhosa nem sei por quê. – E agora me conta sobre o seu pai, sobre o Thiago a gente fala mais depois...
- Bom, eu quase voei no pescoço dele quando vi ele sentado lá na cozinha... – eu disse sentindo remorso[?] – Xinguei Deus e o mundo... Ele disse que eu iria morar com ele contra minha vontade, eu dizia que não. Mas eu me estressei tanto com ele quando culpou minha mãe por eu não gostar dele que eu mandei ele embora de casa aos berros porque eu precisava falar umas coisas pendentes com minha mãe, daí eu descobri que ela estava grávida e também descobri que tudo que eu sempre pensei de John... Não passou de um engano...
- Oh God, Suh, isso é... Tão… Complicado… - Ela disse depois de um tempo pensando. Eu não ia falar mais nada até ela absorver tudo, ela é minha amiga desde que me entendo por gente e ela sabe o que eu sofri, acho que até mais que eu mesma, acho que por isso tenho vontade de falar tudo para ela primeiro.
Ela continuou pensando por cerca de uns cinco minutos e eu esperei pacientemente já que tinha desabafado tudo mesmo.
- Você vai morar com ele? Você aceitou a gravidez da sua mãe? Ela vai casar com o Marcelo? Você vai aceitar isso? – Maira jogou a enxurrada de perguntas e eu comecei a rir da cara dela, depois respirei fundo para parar de rir.
- Vou responder uma pergunta por vez tá! – eu disse com um tom de humor na voz ainda. – Aceitei a gravidez da minha mãe sim já que eu não posso fazer nada, fora que eu sempre quis um irmãozinho caçula...
- Que bom – ela disse sorrindo meigamente.
- Ela falou que vai se casar com o Marcelo – fiz uma cara de que tinha chupado limão ao dizer isso – infelizmente...
- Ai que raiva, eu não gosto dele Suh... A Tia Cintia anda tão distante desde que começou a namorá-lo – ela disse com pesar na voz.
- Imagina como eu me sinto então... – eu disse triste.
- E você não me respondeu se vai morar com o John – ela me cobrou uma resposta.
- Depois que descobri que o John realmente me ama como filha, e que voltou para a cidade, eu resolvi fazer um teste, vou morar com minha mãe e o Marcelo, se não der certo eu me mudo para a casa do meu pai – Maira arregalou os olhos e eu também ao perceber o que eu acabara de dizer.
- Você falou pai? – Ela estava em choque.
- É, acho que disse – eu respondi, mas parecia que eu estava em Marte.
- Ain que bonitinho Suh... – Ela disse me dando uma braço de lado que me deixou sem ar e eu comecei a rir.
- Se você contar para alguém isso você morre – fingi ameaçá-la com o dedo na cara dela.
- Tudo bem, bico calado! – Ela disse apertando os lábios com os dedos, indicador e polegar e eu caí na risada.
Enquanto eu ria ela fixou os olhos em um ponto fixo atrás de mim, eu até fiquei com medo de olhar só pela expressão dela.