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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Capítulo 32

De noite eu estava sentada na minha cama olhando o nada e lembrando da tarde que passei com minhas amigas e meu pai. Foi realmente muito boa e relaxante. O que eu estranhei foi que Dougie não me ligou nem uma vez durante a tarde e eu estava com mau pressentimento, mas eu evitei pensar nisso. Acho que era ainda receio do sonho que eu tive um tempo atrás. Me deitei e liguei a TV que tinha no quarto, coloquei na MTV e passava um programa de comédia onde algumas pessoas faziam pegadinhas com outras. Eu comecei a rir loucamente das caras que as pessoas faziam. Perdi a noção do tempo e acabei cochilando com a janela aberta e a TV ligada.

- Suh? – Ouvi uma voz me chamar, achei que era alguma espécie de sonho, mas quando abri meus olhos vi uma silhueta em cima de mim, eu me sentei na hora e estremeci de frio, eu não tinha nem me coberto, mas ignorei esse fato encarando a pessoa que me olhava com um sorriso tímido no rosto.
- Dougie? – Minha voz falhou devido o fato de eu ter acabado de acordar. – O que você faz aqui uma hora dessas?
- Eu não agüentei de saudade e resolvi vir te visitar... – Ele disse sorrindo e fazendo carinho no meu rosto com o polegar.
- Mas é tarde da noite, como você entrou? – Eu perguntei ainda confusa. Meu coração estava a mil.
- Dei um jeito, queria muito te ver e dizer que te amo e que não é para você se esquecer disso – ele sorriu de lado o que fez meu coração se acelerar, mas agora era de vertigem, ele não pode sorrir perto de mim assim, quando eu acabo de acordar, só se quiser me matar, eu sorri também e o abracei.
- Senti saudades também, porque você não me ligou? – Foi estranho aquele abraço, ele estava lá e não estava. Ele ia me responder, mas ouvi um baque do outro lado da porta e olhei para a mesma me afastando dele, quando olhei na minha frente Dougie tinha sumido. Eu fiquei sem entender nada. Olhei para os lado para ver se ele estava no quarto ainda, mas só vi o quarto vazio e a janela aberta. Fiz que ia me levantar mas não consegui. A porta se abriu...

Eu acordei suando e a garganta trancada. Olhei para a janela e a mesma se encontrava aberta, e logo percebi a porta aberta. Era minha mãe, ela entrou bem devagar, acho que ela pensou que eu ainda dormia, e desligou a TV. Quando ela ia saindo eu a chamei.
- Mãe?
- Suh? Te acordei? – Ela perguntou um pouco culpada.
- Não, eu estava acordada desde antes da senhora entrar – eu disse me sentando na cama. – Veio alguém aqui me ver?
- Não querida, porque? – Ela disse se sentando na beira da minha cama.
- Nada, é que... Deixa pra lá... – Respirei fundo me levantando da cama.
- Tenta dormir de novo, é 1h P.M. ainda! – Minha mãe disse se levantando.
- Vou beber uma água – eu disse acompanhando ela até embaixo. Bebi minha água e subi, deitei na cama e liguei de novo a TV e acabei dormindo com ela ligada novamente. Mas dessa vez eu não tive pesadelo, nem nenhum outro tipo de sonho.

- SUH – Ouvi Lara gritar no meu ouvido quando cheguei na escola. – Nunca vou me acostumar com essa história de você não vir mais com a gente para escola!
Ela fez biquinho e eu ri dela, Maira, que estava ao seu lado, também riu.
- Ora, e eu então? Vou ter que vir todo dia com o chato do Marcelo, não reclama! – Eu disse cruzando os braços um pouco revoltada por isso, mas eu ainda sorria.
- E aí, como foi a primeira noite na casa nova? – Maira me perguntou mudando de assunto.
- Um horror! – Respondi lembrando do pesadelo.
- Nossa, que houve? – Lara perguntou achando estranho o modo como eu falei.
- Tive um pesadelo, sei lá. Algo do tipo... – Eu respondi não tendo certeza do que dizia, afinal, foi um pesadelo ou só um sonho estranho por Dougie ter sumido?
- Como assim? – Maira perguntou confusa. Quando fui responder fui interrompida.
- Oi gente linda! – Uma Priscilla chega toda sorridente, felicidade que logo passou a ver minha cara de enterro. – Nossa, o que está acontecendo?
- Depois a gente fala disso, pode ser? – Eu disse impaciente.
- Tudo bem então – Lara concordou fazendo bico, de novo, mas não me importei, em um lugar público como a escola sempre existe urubus que podem sair espalhando por ai coisas sobre a gente por ter ouvido o trecho de uma conversa em que não tem nada haver com o que essa pessoa interpreta.
- Então, porque essa animação toda dude? – Perguntei para Priscilla e lembrando do Dougie ao dizer a palavra que ele ama dizer, “dude”.
- Nada, só acordei feliz! – Ela disse abrindo um sorriso.
- Que bom Pri! – Lara respondeu se jogando na garota e quase levando as duas para o chão.
- Hey, calma aí Lah, eu não quer cair aqui no meio do pátio! – Priscilla reclamou me fazendo rir também e esquecer um pouco a aflição a qual eu me encontrava.
- Gente, vocês viram algum dos garotos por aí? – Maira perguntou tirando as palavras da minha boca.
- Não, eu não vejo eles desde ontem na hora do intervalo... – Lara respondeu.
- Estranho, ontem eles mal falaram conosco e o Dougie nem veio... O que será que aconteceu? – Priscilla entrou na conversa e com essas palavras dela minha angústia aumentou. Eu devo ter ficado com uma cara de que tinha visto algum fantasma porque elas me olharam assustadas.
- Suh, você está bem? – Ouvi Maira perguntar, eu balancei a cabeça positivamente.
- Não, você não está bem, ficou branca de uma hora para outra – Priscilla disse com um tom firme na voz. Ela estava certa, eu sabia que algo tinha acontecido, acho que por isso que eu tive um sonho tão real com Dougie, a ultima vez que isso aconteceu foi quando minha avó morreu. Eu sonhei com ela vindo me falar que sempre estaria comigo e que era para mim cuidar da minha mãe e que era para mim ser forte, na hora não soube o que ela quis dizer no sonho, mas de manhã eu soube. Vou falar que tenho medo disso e queria achar que fosse só uma coincidência, mas minha mente se recusava a aceitar isso.
- Lembram do sonho, pesadelo, tanto faz, que eu falei que tive essa noite? – elas afirmaram. – Então, eu sonhei com o Dougie, ele veio no sonho me dizer que me ama muito e que não era para mim esquecer disso... Foi tão real... – Eu disse e meus olhos começaram a lacrimejar. As garotas sabem como eu tenho medo de sonhos assim, elas olharam entre si e se sentaram ao meu lado ao mesmo tempo que bateu o sino. Nos levantamos e fomos para a sala. Eu não queria ir e me sentar ao lado de um banco vazio. Dougie não iria para a escola, eu sabia, mas me recusava a aceitar. Só queria poder ligar para ele e ter certeza de que ele estava bem, e eu faria isso no intervalo. Eu nem sei porque não liguei para ele ontem mesmo. Sou uma burra. Porque ele que tem que ligar? Estamos no século XXI, não preciso mais esperar ele ligar.
Me sentei no meu lugar com o coração apertado. A professora de Geografia começou a dar a aula dela e todos estavam até quietos. Parecia que tinha séculos que ela estava lá falando, mas tinha se passado só quinze minutos. Eu percebi uma movimentação fora da sala e direcionei minha atenção para lá. Era a diretora acompanhada de uma mulher que eu não via o rosto, mas me era conhecida. Fiquei reparando nelas e nem percebi que vinham umas pessoas atrás delas, quando os vi meu coração bateu forte. Estavam Harry, Danny e Tom caminhando no pátio atrás das duas e um segundo depois eu vi que era a mãe de Dougie. Não ia conseguir ficar lá na sala sentada, precisava falar com os garotos, onde estava Dougie afinal? Vi que eles subiram para o refeitórios e eles estavam sérios, coisa que eu nunca tinha visto.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Capítulo 31

Acordei cedo com minha mãe batendo na porta, implorei tanto para ela me deixar ir para a escola, mas ela não deixou. Comecei a encaixotar minhas coisas, eu pegava cada coisa com tanto carinho que parecia que era hiper sensível ao toque, cada coisa que eu tinha no meu quarto era especial e tinha um valor sentimental.

Meus móveis que eu tinha desde que me entendo por gente não iriam comigo, nem minha maca iria para a casa nova. Aquilo me deixou mais para baixo ainda. Eu não iria apenas mudar de casa, eu ia abandonar o meu passado.

- Vamos Susan, você é muito enrolada! – Marcelo me gritou do carro onde ele e minha mãe estavam me esperando enquanto eu olhava a pequena casa a qual eu vivi a minha vida toda, eu tinha lágrimas nos olhos e segurava um urso de pelúcia, daria tudo por um abraço de algum dos meus amigos.
- Estou indo! – Eu disse limpando a lágrima fujona que escapou e virando para entrar no carro. Meu coração estava apertado, não gosto muito de mudanças.
- Não fique assim Suh, só vamos mudar de casa, nada vai mudar! – Minha mãe acariciou meu cabelo quando eu me sentei no banco de trás e encostei nos bancos da frente os braços e deitei a cabeça nos mesmos.
- Eu sei, mas eu quero chorar! – Eu disse com a voz manhosa e ouvi Marcelo bufar do meu lado.
- Tudo bem, então chore, isso lhe fará bem, afinal, foram tantas novidades assim de uma hora para outra! – Ela disse com voz de mãe coruja.
- Obrigada mãe! – Respondi com a voz embargada pelo choro, porque ela tinha que ser tão fofa?
Fui quieta até a nova casa, não demorou muito mais que 10 minutos, mas para mim pareceu uma eternidade. Ela ficava num bairro onde as casas todas tinham piscinas ou quadras no fundo, ou seja, das famílias classe-média alta da cidade. Também era o bairro onde mora o Thiago!
Marcelo parou o carro na frente de uma casa enorme e branca, com um jardim lindo e com uma fonte no meio. A casa era de três andares e as janelas eram de vidros assim como a lateral porta de madeira trabalhada em flores. Havia um caminho que ia do portão pequeno até a pequena escada que antecipa o hall da porta. Marcelo deixou minha mãe e eu na frente do pequeno portão e entrou com o carro pelo portão da garagem. Caminhamos até a porta e quando ela abriu meu queixo caiu. Era praticamente uma mansão! A primeira coisa que eu vi foi o grande lustre e a escada que subia de dois lados, havia também do lado direito uma sala onde deveria ser a sala de estar e do lado esquerdo uma mesa que deveria ser aonde comeríamos, adentrando a casa eu pude ver além da sala de estar a sala de TV. Nesse momento eu já tinha esquecido da casa antiga, subi correndo as escadas do lado direito e cheguei num espaço onde eu entrei e encontrei dois corredores e uma outra escada que eu ignorei, queria achar meu quarto, o da direita havia três portas e o da esquerda cinco. Deduzi que o meu quarto ficava na esquerda, já que o Marcelo havia falado que havia quarto para as minhas amigas nessa casa. Entrei no corredor, mas antes de ir muito longe ouvi passos atrás de mim e me virei.
- Procurando seu quarto Suh? – Minha mãe perguntou sorridente e vindo até mim.
- Sim, qual é? – Eu perguntei toda animada.
- É o do fim do corredor! – Ela disse e eu saí andando, quase correndo e o abri.
Meu queixo furou o chão quando eu abri a porta. O quarto era todo trabalhado branco e vermelho, os móveis, as cortinas e a colcha da cama.
- Nossa mãe, esse quarto é lindo! – Eu disse admirada.
- Eu sabia que você iria gostar! – Ela disse com um tom de orgulho na voz. – Agora o Marcelo está trazendo suas coisas, arrume e mais tarde eu deixo você sair!
Ela não me deixou nem admirar o quarto direito e já me deu coisas para fazer, revirei os olhos e em seguida o chato entrou no quarto com minha uma caixa enorme na mão, a caixa onde estavam meus enfeites que estavam sobre a minha antiga cômoda, eu a abri e comecei a arrumar quando os dois saíram do quarto me deixando sozinha, o que aconteceu apenas por alguns poucos minutos porque logo eles apareceram trazendo outras caixas e minhas malas. Eu apenas sorria amarelo e votava a atenção para o que fazia. Era 15:30PM e eu sozinha, só ouvindo música no mp4, ninguém havia me ligado nem nada e eu ainda estava enrolada arrumando meus livros na prateleira. Aquilo iria até tarde e não daria tempo de sair, até vontade de chorar eu estava.
Chegou uma hora que eu fiquei com raiva e joguei as coisas no chão, queria ver o Dougie e não poderia porque teria que arrumar aquilo, eu estranhei ele não me ligar. Bufei e fui em direção a porta do quarto para descer e comer alguma coisa e beber água, já que eu não havia descido para almoçar, achando que iria comer alguma coisa na rua. Quando abri a porta quase caí para trás.
- O que vocês fazem aqui? – Eu perguntei com um sorriso bobo na cara.
- Viemos te ajudar, tenho certeza que você estava querendo quebrar tudo por não termos dado sinal de vida! – Maira disse me abraçando.
- Tem razão Mai, olha os livros jogados – Priscilla disse entrando no quarto e catando um livro do chão.
- Suh, temos uma surpresa para você! – Lara disse com um sorriso sapeca no rosto.
- Ah o que é? – Perguntei curiosa e querendo sair parar fora do quarto, mas Maira e Priscilla me puxaram para trás.
- Nananinanão, volta aqui!
- Ah me deixa ir ver Maira! – Eu falava com voz birrenta.
- Não, e não vamos te mostrar enquanto não parar de querer ver o que é! – Eu não desisti até me dar por vencida, então parei e cruzei os braços fazendo um bico.
- Tá, nem quero mai saber o que é! – Eu disse pegando um livro do chão e segundos depois eu ouvi a porta abrir.
- Não quer mesmo? – Eu sorri antes de virar ao reconhecer a voz de quem havia entrado no quarto.
- PAI – Eu gritei e corri para abraçá-lo.
- Filha, como você está? – Ele perguntou depois que me colocou no chão.
- Estou bem, tirando o fato de que fiquei isolada em casa o dia todo arrumando o quarto – eu disse e ele olhou o quarto todo.
- É, está bem arrumado, tirando o fato desses livros jogados no chão! – Ele disse sorrindo.
- Ahn... É que eu deixei cair sem querer... – Menti e lancei um olhar para as garotas que seguraram o riso. Afinal porque eu menti?
- Hum, sei – Acho que ele não acreditou muito em mim, mas tanto faz. – Quer ajuda?
- Seria ótimo – eu disse sorrindo.
- E rápido! – Ele disse se abaixando para pegar os livros.
- E vocês? Vai só ficar olhando a gente trabalhar? – Eu disse cerrando os olhos para as garotas sentadas na cama conversando sobre algo que eu não sabia o que era.
- Hum, acho que sim, é bem mais fácil! – Priscilla disse rindo.
- Pois eu vou ajudar minha amiga linda – Maira disse com uma voz de puxa saco e se abaixando ao meu lado.
- Ah se é assim eu também vou! – Lara disse e Priscilla ficou olhando os quatro arrumar a estante.
- Ah para de ser orgulhosa Priscilla, sei que você que quer nos ajudar! – Lara disse para um Priscilla sem graça sentada na cama e fingindo interesse nas unhas. – Veeem!
Ela se juntou a nós e em pouco tempo os livros estavam nos seus devidos lugares.
- Nossa, quando eu estava arrumando sozinha parecia que nunca ia acabar isso! – Eu disse olhando a grande prateleira cheia de livros. Eu adoro ler e minha mãe sempre gostou disso, por isso estava sempre comprando livros novos para mim.
- Bom, está feito! – Meu pai disse sorrindo e se virando para nós. – Quem quer tomar sorvete?
As quatro abriram sorrisos enormes e responderam um “Eu” um pouco animado demais.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Capítulo 30

Acordei de manhã e muito cansada por ter passado quase a noite toda acordada com Maira, ficamos jogando UNO até quase cairmos de sono. Me espreguicei olhando para o despertador e o desliguei. Meu sistema estava lerdo. Acordei Maira e fui me arrumar, ela foi para um quarto de hóspedes para se arrumar também, emprestei uma roupa para ela já que ela não tinha ido na casa dela buscar. Ela ainda se arrumava quando eu desci para tomar café. Já que a Maira era de casa eu não precisava esperá-la.

- Bom dia mãe! – Eu disse, bocejando, para minha mãe que preparava um café da manhã, eu tinha me adaptado ao novo horário dela. Ela tinha até saído do trabalho dela para se ter uma idéia!
- Bom dia Susan! – Ela quase cantou esse bom dia, de tão feliz que parecia estar.
- Que felicidade é essa? – Perguntei rindo do jeito happiness dela.
- O Marcelo já quer que nos mudemos para a outra casa... – Ela disse deixando um silêncio no ar e se virando para pegar algo na geladeira, mas ainda sorria.
- Quando? – acho que era isso que ela tentava pensar em como me falar.
- Essa semana mesmo – como ela podia sorrir com uma noticia dessas? “Ah é, ela é namorada dele, daqui a pouco esposa!” Eu fiquei quieta, não poderia falar nada para evitar aquilo então preferi o silêncio. – Não vai falar nada?
- Não – eu disse com cara de paisagem mas querendo sair quebrando tudo na casa.
Ainda bem que Maira apareceu antes da minha mãe começar a falar.
- Bom dia tia Cintia! – Lara disse, ela estava toda maquiada e com meu perfume que uso só para sair, fuzilei ela quando percebi isso.
- Bom dia Maira! – Minha mãe respondeu sorridente, aquela felicidade estava me irritando. “Não, não sou insensível, o que me irrita é o porque dela estar feliz, aquilo seria um mártire”. – O que vai querer? Temos torrada com geléia de morango, pão de queijo, frutas...
- Vou comendo uma torrada pelo caminho! – Ela respondeu pegando umas cinco e colocando a mochila nas costas.
- Tudo bem então, boa aula para vocês meninas – minha mãe deu de ombros e veio me dar um beijo. – Suh, não fique com essa cara menina, lá vai ser legal, você vai ver!
- Espero que sim – disse desanimada, “duvido que será bom morar com aquele idiota”.

- Nossa que cara de cú é essa? – Maira me perguntou quando passamos pela porta.
- Minha mãe quer se mudar essa semana – respondi chutando uma pedrinha na minha frente.
- Já? – Ela perguntou exaltada. – Não, não, não, eu adoro aquela sua casa, é tão confortável, sou acostumada com ela, oh não! – Ela falava enquanto comia, eu olhei para ela e comecei a rir.
- Sabe, até sem querer você me faz rir, olha sua situação garota! – Eu disse colocando ela de frente para um carro para se olhar, ela começou a rir também e a limpar a boca que tinha muitos farelos de torrada.
- Ainda bem que eu tenho você, senão iria chegar igual uma mendiga na escola e o Tom nem ia mais querer falar comigo! – Ela disse me dando um abraço que quase me sufocou.
- Ah, então é por causa dele que você usou meu perfume mais favorito e caro? – Me lembrei de brigar com ela por causa disso.
- Haha foi, mas eu sei que você me ama e nem liga, é por uma causa maior – ela disse piscando freneticamente os olhos e sorrindo, foi tão engraçado que quase chorei de rir.
- Sua louca, acho que você não deveria namorar o Tom, deveria namorar o Danny, vocês são iguaiszinhos no quesito caretas – Eu disse e ela me deu um tapa no braço rindo também.
- Mas eu acho que ela não combina com ele! – Lara apareceu atrás de nós, que levamos um susto enos viramos bem rápido e quase caímos.
- Nossa Lara, que susto menina! – Eu disse rindo.
- Vocês nem passaram na minha casa né suas amigas da onça! – Ela disse tentando dar um tapa na cabeça de nós duas que desviamos e ela ficou com cara de tacho enquanto riamos.
- Nossa, nem tinha visto que já tínhamos passado da sua casa – Maira disse.
- Nem eu! – Concordei com ela. – E porque a Maira não combina com o Danny? Nasceram um para o outro!
Eu disse quando continuamos a andar.
- Sei lá, não combina! – Ela disse irritada?
- Está com ciúmes Lara? – Maira perguntou rindo, pareceu que ela leu minha mente.
- Nunca, da onde você tirou isso sua louca? – Lara foi agressiva sem precisar.
- Meu Deus menina, acordou com a macaca? – Perguntei e ela revirou os olhos.
- Ah dá licença Susan! – Ela disse empurrando Maira e eu e saiu andando muito rápido na frente.
- Nossa Lara, só estávamos brincando! – Gritei e ela mostrou o dedo do meio para nós que ficamos com cara de bobas paradas no meio da calçada.
- Cruzes, a TMP dela é pior que a de nós duas juntas! – Maira brincou.
- Não acho que seja TMP – eu disse quando continuamos a andar.
- Então o que é? – Maira fez cara de tonta para mim, revirei os olhos e nem respondi, nem parece que ela é nerd.
- Vem dude, vamos alcançar ela e ver o que é que ela tem – eu disse já correndo e puxando Maira.
- Lara, espera aí... – eu disse quase morrendo quando chegamos perto delas.
- Sei que fizemos uma brincadeira de mau gosto, desculpa! – Maira falou e eu concordei com a cabeça.
- É, desculpa!
- Vocês sabem que eu não suporto o Jones e vem fazer uma piadinha dessas, nossa, que belas amigas, nem preciso de inimigos... – Ela disse parando para nos encarar com um olhar mortal.
- Ah para com isso, fala sério, você só pode estar de TPM né? Porque vamos combinar que isso nunca foi coisa para a gente brigar! – Eu estourei com ela e ela pareceu acalmar.
- Só quero ficar sozinha, por favor! – ela disse voltando a andar.
- Tudo bem, mas fique sozinha na escola porque agora não temos como não ir juntas – Maira falou dando um abraço nela. Respeitando a Lara fomos um pouco atrás dela conversando sobre coisas paralelas.

Quando chegamos na escola os garotos nos esperava no portão, menos o Danny que deveria estar andando pela escola galinhando.
- Bom dia! – Harry disse sorridente.
- Bom dia uma ova! – Lara disse empurrando todo mundo.
- NOSSA! O que deu nessa garota? – Danny disse chegando por trás dos outros.
- Nada, deixa ela – Maira disse abraçando o Tom. – Vamos entrar!
Foram todos na frente, Dougie me esperou para irmos juntos atrás. Peguei na mão dele e fui seguindo o pessoal, mas de repente sinto um baque e Dougie me puxa para outro lado.
- Dougie, mas o quê... – nem deu tempo de terminar a pergunta e ele parou na minha frente fazendo com que eu batesse contra o corpo dele e ele me roubar um selinho voltando a me puxar.
- Shiii... Não fala nada! – Ele disse sorrindo para mim e eu apenas assenti com a cabeça.
Ele me levou para um lugar escondido de todo mundo, um beco.
- Nossa Dougie, eu que estudo aqui faz tempo nunca soube desse lugar – eu disse admirada e ele tinha um sorriso convencido no rosto.
- Uma garota chamou o Danny para ficar aqui com ele e ele veio, depois contou para mim onde era... – Ele fez uma cara engraçada. – Depois de eu ter ameaçado cortar o lindo cabelo dele de noite, claro!
- Hum, e para quê você queria saber onde ficava esse lugar? – Eu disse sorrindo e chegando mais perto dele e ele me abraçou pela cintura.
- Você nem imagina porque? – Ele perguntou chegando o rosto tão perto que eu sentia o hálito de morango dele. Deveria estar mascando algum chiclete.
- Não... – Eu disse sorrindo e fechando os olhos para sentir o cheiro que só ele tem. – Me mostra?
Quando disse isso ele selou nossos lábios, logo eu sedi passagem para língua dele e o beijo se aprofundou. Eu coloquei a mão nos cabelos dele e comecei a bagunçá-los e ele passava as mãos nas minhas costas subindo e descendo. Fomos diminuindo o ritmo do beijo até ele finalizá-lo com um selinho.
- Nossa... – Foi a única coisa que eu consegui dizer, ainda estava ofegante.
- HÁ, EU SABIA! – Ouvimos uma voz conhecida gritando da entrada do beco. – Não disse que eles estariam aqui?
- Danny, o que você está fazendo? – Dougie perguntou irado para o Danny. Logo apareceu a turma toda atrás dele. – Pessoal? Ah que saco, vão caçar a turma de vocês.
- Dougie, acabamos de achá-la – Tom disse rindo e eu ri também, só Dougie ficou com a cara amarrada.
- Calma amor, deixa ele, ainda nos vingaremos! – Eu disse lançando um olhar sapeca para todos e levantei a sobrancelha esquerda.
- Aimeldels, o olhar vingativo da Susan! – Maira disse fingindo medo. Antes que alguém dissesse mais alguma coisa ouvimos o sinal bater.
- É melhor irmos – Tom nerd como sempre disse.
- É, vamos! – Dougie disse ainda enfezado, eu vi o olhar mortal que ele mandou para o Danny que não entendeu porque.
Quando chegávamos na sala de aula eis que surge na nossa frente Paola toda sorridente.
- Bom dia! – Ela quase cantou, eu olhei para ela com cara de poucos amigos.
- Bom dia – Dougie disse seco passando por ela e me puxando junto. Ele ainda estava emburrado. Só deu tempo de ouvir ela perguntando o que houve.
- Nossa, ainda bem que eu não tive que falar com a Paola, sei lá, ela não parece confiável... – eu disse pensativa enquanto me sentava.
- Acho que é porque ela é prima do Thiago – Dougie disse dando de ombros. – Devem ser da mesma laia!
Ele gargalhou maleficamente e eu o cutuquei porque o professor já tinha entrado. Na verdade era um professor novo, não o conhecia.
- Bom dia classe, sou o novo o Clark, novo professor de Química, a professora Anna se aposentou – Todas as meninas babavam nele “mas pondera, que professor lindo que era esse Clark, meldels”. Eu só não estava igual porque tinha o Dougie do meu lado.
Os garotos da sala ficaram olhando para as garotas com cara de poucos amigos. Mas imaginem um professor, alto de olhos verde meio acinzentado, cabelos loiros com um corte meio bagunçado e arrepiado para cima com um corpo de deus grego.
- Sou mais você amor! – Cochichei para o Dougie dando um beijo no rosto dele.
- Que bom que você acha isso, senão teria que fazer algo com ele para poder ter você só para mim – Ele disse arriscando me dar um selinho na sala.
- Embora ele lembre o Tio John Bom Jovi – Gargalhei com a última frase.
- Nem vou falar nada! – Ele disse rindo também.
O professor começou a dar a aula dele e eu a reparar nas garotas babando por ele e a zoá-las com junto com o Dougie.
O resto do dia foi normal, saí com as amigas e o Dougie e ficamos o dia todo na rua, só a Lara que estava chata foi para casa. De noite Dougie ficou na minha casa até tarde, ele foi embora porque a mãe dele ligou atrás. Eu tinha falado com minha mãe e ela disse que mudaríamos no outro dia e eu não iria para a escola para ajudar na mudança, então Dougie quis aproveitar o tempo que iríamos perder.