ON Dougie’s POV’s
Susan é uma cabeça dura, não queria me ouvir. Eu ainda
estava confuso com o que Paola disse, mas depois do que ela falou para mim na
sala da minha casa, me caiu a ficha de que a Paola poderia estar mesmo
mentindo. Por que eu ainda fui dar-lhe ouvidos? A garota tentou se passar pela Suh!
Sim, estou arrependido e acho que a pancada na minha cabeça deve ter atingido
meus neurônios, mas eu fui falar com a Suh e ela não quer nem olhar na minha
cara, mas quando eu comecei a me explicar, apareceu a Lara e eu, com a raiva
toda guardada para mim, as deixei sozinhas, mas não fui embora, fique no andar
debaixo conversando com a mãe dela, sim, minha sogra é muito legal, sim, eu não
vou deixar a Susan me escapar, ela e minha namorada e só será depois da conversa
que teremos hoje. Tia Cíntia me deu vários conselhos e me abriu a mente para o
que Paola fez, ela pode ser a mãe da minha namorada, mas ainda assim é uma
mulher sábia e que parece ver o lado da razão.
Depois de algum tempo, eu resolvi subir novamente,
agora a Lara que me desculpasse, mas eu iria falar com a Susan de qualquer
jeito, nem que tivesse que prendê-la dentro do banheiro comigo para lhe falar o
que eu queria.
Subi as escadas lentamente e segui assim até perto
do quarto de Suh, onde a porta encontrava-se aberta, como eu havia deixado,
então pude ouvir o que elas conversavam.
- Eu não sei se dará certo – ouvi a voz abafada da Suh
falar, ela estava chateada.
- Por que você diz isso? Vocês são perfeitos um para
o outro, amiga! – Perguntou Lara. “Acho a
mesma coisa” pensei.
- Lah, ele não confia em mim, preferiu acreditar
naquela vadia da Paola, por que ele confiaria em mim estando longe? – Perguntou
Susan com o tom de voz revoltado, senti o peito apertar. Me sentia horrível
fazendo isso, mas eu não conseguia ir mais para frente, estava parado no meio
do corredor.
- Você nem sabe se eles ficarão muito tempo longe –
Lara disse tentando limpar a barra para o meu lado “Obrigada Lara”.
- Mas é uma possibilidade – retrucou Susan sem
pestanejar. Revirei os olhos.
- Você pensa muito negativo – Lara respondeu a amiga.
- Olha quem fala, você que esta querendo que eles
não passem no teste só para ter alguém para implicar contigo – ri com esse
comentário, Danny estaria cor de pimentão uma hora dessas.
- Que saco, você só sabe falar do Danny – a outra reclamou
revoltada.
- Eu não falei o nome dele –Susan respondeu rindo em
seguida, confesso que só não soltei uma gargalhada também porque estava
espionando-as. – Own amiga, estou brincando, não faço mais isso, ok? – Susan disse
depois que se acalmou.
- Tudo bem – ouvia a Lara responder com uma voz
manhosa.
Ficaram em silêncio por alguns segundos, e eu achei
esse o momento oportuno para entrar, retomei o movimento dos meus pés, mas
quando cheguei perto da porta, estanquei novamente.
- Suh, o que você ainda faz aqui? – Ouvi Lara dizer rudemente
e arregalei os olhos, agora as vozes estavam mais altas pela maior proximidade
que eu tinha agora.
- O que? – Suh perguntou com a voz vaga, parecia
estar saindo de um desvaneio.
- Vai falar com o Dougie menina! – Lara disse com a
voz um tom mais elevado e eu arregalei os olhos. E se Susan me pegasse aqui,
ouvido a conversa delas, o que seria de mim? Eu ia dando meia volta e descer as
escadas, mas algo me impediu de fazer isso.
- Não vou – ouvi a voz determinada da minha menina
falar e senti o peito esmigalhar novamente.
- Sua cabeça dura! – Lara disse em tom brincalhão,
mas não desfez o aperto no peito.
- Sou mesmo, com muito orgulho e amor! – Susan
respondeu orgulhosa.
- Tudo bem, então fique aí, sozinha com a sua fossa,
eu tenho que ir – Ouvi Lara dizer e me alarmei, ou eu iria até o quarto ou vazava
fora da casa agora mesmo.
- Mas já? – Suh perguntou manhosa e eu não havia
movido um músculo, podia ouvir os passos da Lara ficarem mais perto e me
encostei a parede.
- Já, falei para minha mãe que eu iria ajudá-la com
a decoração da sala, ela está reorganizando as coisas por lá, aquela velha
mania de mudar as coisas – ela disse já no batente da porta.
- Então vai lá e boa sorte – Lara mandou um beijo no
ar para Suh e se virou para o corredor, deu uns três passos e me viu parado e
também estancou. Quando ela abriu a boca para falar algo, eu a impedi colocando
a mão esquerda na sua boca e colocando o indicador da direita nos meus lábios
pedindo silêncio. Ela assentiu e eu gesticulei com a cabeça para ela seguir em
diante, então eu fui até a porta do quarto de Susan.
Ela estava deitada de costas na cama, com as pernas
cruzadas e um travesseiro na cara.
- Merda! – ouvi-a falar com a voz abafada pelo
objeto, então eu dei três batidinhas na porta e ela se sentou, ficando
assustada quando me viu.
- Posso entrar? – Perguntei timidamente.
- Se quiser – ela deu de ombros se fingindo de
indiferente.
Eu entrei e me sentei ao seu lado.
- Eu acredito em você – disse depois de um longo
tempo em silêncio de ambas as partes.
- Por que somente agora? – Perguntou ela com a voz
fria.
- Porque antes eu agi de cabeça quente – falei olhando
no fundo dos olhos dela.
- Só por isso? – Perguntou insistente, ela sabia que
eu estava escondendo algo antes mesmo que eu falasse algo. Garotas e seus sentidos
aguçados.
- Susan, eu realmente agi errado, mas estou aqui
para me desculpar, sei que não deveria ter duvidado de você ainda mais por
causa de uma coisa que a Paola disse, eu não sei o que ela quer com nós dois,
mas acho que se continuarmos brigando, ela provavelmente ficará muito feliz,
vamos mostrar para ela que confiamos um no outro, que podemos superar o que for
que ela invente, por favor... – As últimas palavras saíram em um sussurro. Eu não
sei de onde tirei essas palavras, elas saíram do coração.
Os olhos de Susan marejavam e os meus também, estávamos
nos encarando, uma lágrima fujona caiu dos olhos dela e eu segurei seu rosto,
limpando o rastro da gota com o polegar.
- Dougie, eu... – Ela disse e parou.
- Não precisa falar nada... – Falei colando minha
testa na dela.
- Mas eu quero – ela respondeu saindo da posição que
estávamos, passando seus braços pela minha cintura em seguida e apoiando sua
cabeça no meu peito, ainda sentados. – Eu não quero ficar longe de você, nunca
mais...
- Eu também não, minha pequena – falei passando a
mão pelo cabelo dela e senti suas lágrimas molhando minha roupa.
- Dougie, você vai para a Inglaterra? – Perguntou-me
ela com o olhar triste ao levantar a cabeça para me encarar.
- Não vamos falar sobre isso agora, está bem? –
Perguntei dando um beijo na sua testa. – Que tal tomarmos um sorvete?
- Sorvete não, já tive muitas experiências ruins em
sorveteria por essa semana – ela disse e eu ri.
- Mas lindinha, eu vou estar lá para te proteger –
falei flexionando os braços para mostrar meus músculos.
- Meu herói – ela disse me dando um selinho e
limpando o rosto enquanto se levantava. – Mas eu estou afim de cinema, que tal?
- Adoro cinema – sorri com segundas intenções a
fazendo gargalhar.
Ficamos nos encarando alguns segundos, ela sorria
ternamente para mim, de pé, e eu sentado sorria igualmente para ela, segurando
suas mãos. Nós nos curtimos nesse silêncio, é um silêncio bom.
- Como pode? – Ela perguntou respirando fundo.
- Como pode o que? – Perguntei confuso.
- Você – ela disse calmamente e passou a mão pelo
meu rosto. –, como pode você, me fazer mudar de humor assim tão bruscamente?
- Essa é uma pergunta que eu me faço todo dia –
respondi me levantando e lhe dando um abraço, depois unindo nossos lábios, mas
não por muito tempo, logo parti o beijo e a soltei. – Vá se arrumar, estou
doido para ir no cinema.
- Acho que de herói você passou para safado – ela disse
rindo enquanto ia se arrumar.
OFF Dougie’s POV’s
Continua...