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terça-feira, 24 de abril de 2012

Capítulo 42


ON Dougie’s POV’s

Susan é uma cabeça dura, não queria me ouvir. Eu ainda estava confuso com o que Paola disse, mas depois do que ela falou para mim na sala da minha casa, me caiu a ficha de que a Paola poderia estar mesmo mentindo. Por que eu ainda fui dar-lhe ouvidos? A garota tentou se passar pela Suh! Sim, estou arrependido e acho que a pancada na minha cabeça deve ter atingido meus neurônios, mas eu fui falar com a Suh e ela não quer nem olhar na minha cara, mas quando eu comecei a me explicar, apareceu a Lara e eu, com a raiva toda guardada para mim, as deixei sozinhas, mas não fui embora, fique no andar debaixo conversando com a mãe dela, sim, minha sogra é muito legal, sim, eu não vou deixar a Susan me escapar, ela e minha namorada e só será depois da conversa que teremos hoje. Tia Cíntia me deu vários conselhos e me abriu a mente para o que Paola fez, ela pode ser a mãe da minha namorada, mas ainda assim é uma mulher sábia e que parece ver o lado da razão.
Depois de algum tempo, eu resolvi subir novamente, agora a Lara que me desculpasse, mas eu iria falar com a Susan de qualquer jeito, nem que tivesse que prendê-la dentro do banheiro comigo para lhe falar o que eu queria.
Subi as escadas lentamente e segui assim até perto do quarto de Suh, onde a porta encontrava-se aberta, como eu havia deixado, então pude ouvir o que elas conversavam.
- Eu não sei se dará certo – ouvi a voz abafada da Suh falar, ela estava chateada.
- Por que você diz isso? Vocês são perfeitos um para o outro, amiga! – Perguntou Lara. “Acho a mesma coisa” pensei.
- Lah, ele não confia em mim, preferiu acreditar naquela vadia da Paola, por que ele confiaria em mim estando longe? – Perguntou Susan com o tom de voz revoltado, senti o peito apertar. Me sentia horrível fazendo isso, mas eu não conseguia ir mais para frente, estava parado no meio do corredor.
- Você nem sabe se eles ficarão muito tempo longe – Lara disse tentando limpar a barra para o meu lado “Obrigada Lara”.
- Mas é uma possibilidade – retrucou Susan sem pestanejar. Revirei os olhos.
- Você pensa muito negativo – Lara respondeu a amiga.
- Olha quem fala, você que esta querendo que eles não passem no teste só para ter alguém para implicar contigo – ri com esse comentário, Danny estaria cor de pimentão uma hora dessas.
- Que saco, você só sabe falar do Danny – a outra reclamou revoltada.
- Eu não falei o nome dele –Susan respondeu rindo em seguida, confesso que só não soltei uma gargalhada também porque estava espionando-as. – Own amiga, estou brincando, não faço mais isso, ok? – Susan disse depois que se acalmou.
- Tudo bem – ouvia a Lara responder com uma voz manhosa.
Ficaram em silêncio por alguns segundos, e eu achei esse o momento oportuno para entrar, retomei o movimento dos meus pés, mas quando cheguei perto da porta, estanquei novamente.
- Suh, o que você ainda faz aqui? – Ouvi Lara dizer rudemente e arregalei os olhos, agora as vozes estavam mais altas pela maior proximidade que eu tinha agora.
- O que? – Suh perguntou com a voz vaga, parecia estar saindo de um desvaneio.
- Vai falar com o Dougie menina! – Lara disse com a voz um tom mais elevado e eu arregalei os olhos. E se Susan me pegasse aqui, ouvido a conversa delas, o que seria de mim? Eu ia dando meia volta e descer as escadas, mas algo me impediu de fazer isso.
- Não vou – ouvi a voz determinada da minha menina falar e senti o peito esmigalhar novamente.
- Sua cabeça dura! – Lara disse em tom brincalhão, mas não desfez o aperto no peito.
- Sou mesmo, com muito orgulho e amor! – Susan respondeu orgulhosa.
- Tudo bem, então fique aí, sozinha com a sua fossa, eu tenho que ir – Ouvi Lara dizer e me alarmei, ou eu iria até o quarto ou vazava fora da casa agora mesmo.
- Mas já? – Suh perguntou manhosa e eu não havia movido um músculo, podia ouvir os passos da Lara ficarem mais perto e me encostei a parede.
- Já, falei para minha mãe que eu iria ajudá-la com a decoração da sala, ela está reorganizando as coisas por lá, aquela velha mania de mudar as coisas – ela disse já no batente da porta.
- Então vai lá e boa sorte – Lara mandou um beijo no ar para Suh e se virou para o corredor, deu uns três passos e me viu parado e também estancou. Quando ela abriu a boca para falar algo, eu a impedi colocando a mão esquerda na sua boca e colocando o indicador da direita nos meus lábios pedindo silêncio. Ela assentiu e eu gesticulei com a cabeça para ela seguir em diante, então eu fui até a porta do quarto de Susan.
Ela estava deitada de costas na cama, com as pernas cruzadas e um travesseiro na cara.
- Merda! – ouvi-a falar com a voz abafada pelo objeto, então eu dei três batidinhas na porta e ela se sentou, ficando assustada quando me viu.
- Posso entrar? – Perguntei timidamente.
- Se quiser – ela deu de ombros se fingindo de indiferente.
Eu entrei e me sentei ao seu lado.
- Eu acredito em você – disse depois de um longo tempo em silêncio de ambas as partes.
- Por que somente agora? – Perguntou ela com a voz fria.
- Porque antes eu agi de cabeça quente – falei olhando no fundo dos olhos dela.
- Só por isso? – Perguntou insistente, ela sabia que eu estava escondendo algo antes mesmo que eu falasse algo. Garotas e seus sentidos aguçados.
- Susan, eu realmente agi errado, mas estou aqui para me desculpar, sei que não deveria ter duvidado de você ainda mais por causa de uma coisa que a Paola disse, eu não sei o que ela quer com nós dois, mas acho que se continuarmos brigando, ela provavelmente ficará muito feliz, vamos mostrar para ela que confiamos um no outro, que podemos superar o que for que ela invente, por favor... – As últimas palavras saíram em um sussurro. Eu não sei de onde tirei essas palavras, elas saíram do coração.
Os olhos de Susan marejavam e os meus também, estávamos nos encarando, uma lágrima fujona caiu dos olhos dela e eu segurei seu rosto, limpando o rastro da gota com o polegar.
- Dougie, eu... – Ela disse e parou.
- Não precisa falar nada... – Falei colando minha testa na dela.
- Mas eu quero – ela respondeu saindo da posição que estávamos, passando seus braços pela minha cintura em seguida e apoiando sua cabeça no meu peito, ainda sentados. – Eu não quero ficar longe de você, nunca mais...
- Eu também não, minha pequena – falei passando a mão pelo cabelo dela e senti suas lágrimas molhando minha roupa.
- Dougie, você vai para a Inglaterra? – Perguntou-me ela com o olhar triste ao levantar a cabeça para me encarar.
- Não vamos falar sobre isso agora, está bem? – Perguntei dando um beijo na sua testa. – Que tal tomarmos um sorvete?
- Sorvete não, já tive muitas experiências ruins em sorveteria por essa semana – ela disse e eu ri.
- Mas lindinha, eu vou estar lá para te proteger – falei flexionando os braços para mostrar meus músculos.
- Meu herói – ela disse me dando um selinho e limpando o rosto enquanto se levantava. – Mas eu estou afim de cinema, que tal?
- Adoro cinema – sorri com segundas intenções a fazendo gargalhar.
Ficamos nos encarando alguns segundos, ela sorria ternamente para mim, de pé, e eu sentado sorria igualmente para ela, segurando suas mãos. Nós nos curtimos nesse silêncio, é um silêncio bom.
- Como pode? – Ela perguntou respirando fundo.
- Como pode o que? – Perguntei confuso.
- Você – ela disse calmamente e passou a mão pelo meu rosto. –, como pode você, me fazer mudar de humor assim tão bruscamente?
- Essa é uma pergunta que eu me faço todo dia – respondi me levantando e lhe dando um abraço, depois unindo nossos lábios, mas não por muito tempo, logo parti o beijo e a soltei. – Vá se arrumar, estou doido para ir no cinema.
- Acho que de herói você passou para safado – ela disse rindo enquanto ia se arrumar.

OFF Dougie’s POV’s

Continua...

Capítulo 41


Marcelo disse que atenderia, então eu permaneci no meu lugar assistindo o filme sentada ao lado da minha mãe.
- Filha, espero que tudo fique bem – ela disse sorrindo ternamente para mim.
- Eu também, não fiz nada de errado – me lamentei.
- Suh? – Ouvi uma voz vinda de trás de mim me chamando e arrepiei ao reconhecê-la. Não me virei na esperança de ser uma alucinação minha, mas ao ver minha mãe olhar para trás, eu percebi que era real.
- Oi Dougie – mamãe disse sem graça e se levantou em seguida, eu permaneci sentada, nem olhei para trás, não queria falar com ele.
- Oi tia, será que você poderia me deixar sozinho com ela para podermos conversarmos? – Dougie disse contido e a raiva subiu para a minha cabeça e me levantei imediatamente virando para ele bufando de raiva. O que ele ainda tinha a cara de pau de fazer ali? E ele não tinha que ficar em casa?
- Não mãe, não será preciso, não tenho nada para conversar com esse idiota – só não gritei para manter a elegância, mas depois dessas palavras eu fui em direção às escadas, meu quarto é meu refúgio.
- Suh, espera – Dougie disse indo atrás de mim sem nem pedir permissão, eu comecei a correr e entrei no meu quarto, mas antes que eu pudesse fechar a porta, ele a empurrou e eu a soltei com raiva.
- O QUE VOCÊ QUER DE MIM? NÃO JÁ ESTÁ TUDO RESOLVIDO? ME DEIXA EM PAZ! – Não, eu não estava chorando. Ainda.
- Eu quero conversar com você – ele disse sério, eu revirei os olhos e me joguei de costas na minha cama.
- Falar sobre o quê? Hein? Sobre como eu saio com Thiago escondido e como rimos da sua cara de tolo? – Perguntei sarcástica me sentando na cama e o encarando séria.
- Não, Suh, me escuta... – ele disse se aproximando e se sentando ao meu lado, pegou minha mão e olhou em meus olhos. Eu me perdi neles por alguns segundos, mas quando voltei para a terra, me levantei bruscamente e cruzei os braços de frente para ele.
- Fala – eu disse erguendo a sobrancelha esquerda, esperando ele falar.
- Bom, eu...
- SUUUUUUUUUUUUH! – Lara chegou gritando no meu quarto, nos dando um baita susto.
- Lah? – Eu perguntei com a mão no peito, ela olhou para Dougie, olhou para mim e fez uma cara de culpada, mas eu sorri para ela. – Entra.
Olhei para Dougie e ele estava com uma cara de indignado, eu apenas sorri de lado, o provocando.
- Depois a gente conversa – ele disse saindo do quarto tão rápido quanto chegou, quando ele se foi, meu sorriso esnobe sumiu do meu rosto também.
- Vocês estavam brigando? – Lara perguntou se sentindo culpada, dava para ver na cara dela esse sentimento.
- Eu não queria falar com ele, obrigada – falei lhe dando um abraço. Ela ficou surpresa com esse gesto no começo, mas depois retribuiu o abraço.
- O que houve? Eu te liguei a tarde toda, mas só dava desligado, fiquei preocupada e resolvi vir aqui conferir se você estava bem – ela disse se sentando na minha cama.
- Bem eu não estou, mas também não estou mal – dei de ombros. Claro que eu estava mal, mas não ia falar.
- Fala sério Susan, a mim você não engana – ela falou brava com a mão na cintura.
- Tudo bem, eu não estou bem, pronto, está bem assim? – Perguntei revirando os olhos.
- Você não quer me contar o que aconteceu? – Ela perguntou calmamente me puxando para sentar ao seu lado.
- É tão idiota o motivo que tenho vontade de arrancar os olhos do Dougie! – Soltei me jogando para trás na cama.
- Nossa, agora estou com medo – ela disse e rimos. – Vai me conta.
- Lara, ontem eu fui na sorveteria com meu pai e aí o Thiago apareceu, meu pai foi embora e eu fui praticamente obrigada a ficar sozinha com ele, aí depois quando ele me trouxe em casa... Bom, ele roubou um selinho meu, a Paola descobriu e falou para o Dougie, foi isso – dei de ombros, resumindo totalmente a historia.
- Espera aí, isso está mal contado – ela disse levantando a palma da sua mão para mim, como se me falasse para não explicar mais nada.
Então eu respirei fundo e contei tudo detalhado para ela até o momento que ela chegou enquanto o Dougie tentava me falar algo.
- E foi isso – eu finalizei a narrativa e Lara estava com uma cara indignada, a mesma que minha mãe fez mais cedo.
- O Dougie é um babaca, assim como o amigo dele – ela disse com tanta raiva que suspeitei logo.
- É verdade, mas... Vai, desembucha logo – falei rindo, até esqueci do Dougie.
- Desembuchar o que? Está doida? – Perguntou-me ela, disfarçando o nervosismo.
- Não estou doida, tem algo te incomodando – cutuquei-a.
- Você é uma chata, toda cheia de problemas e ainda consegue perceber algo de errado comigo – Lara revirou os olhos e eu ri.
- Amiga, não estou cheia de problema, estou com UM problema, mas eu não quero pensar nisso agora, não vou entrar em depressão por causa do Dougie e tentar me matar, não sou dessas – respondi convicta. – Agora me conta o que está acontecendo contigo.
- É o Danny como sempre, fica me atormentando – ela disse e ficou vermelha, com os olhos coléricos, então percebi que ele poderia ter extrapolando dessa vez.
- Bom, depois que saímos da casa do Dougie, ele já veio com as gracinhas dele, aí eu fui correndo atrás dele para dar uns tapas e do nada ele parou e me parou com o corpo dele, segurou firme na minha cintura e me beijou, mas não foi um selinho, foi um beijo digno de cinema – enquanto ela contava, pude perceber que ela estava tensa. Eu reprimi o riso, até que demorou um pouco para isso acontecer.
- Mas... Você gostou do beijo? – Perguntei relutante, tentando não demonstrar que eu achei engraçado o que ele fez, mas quando ela ia responder eu a interrompi. – Não vale mentir.
Ela bufou e passou a mão no cabelo.
- Sim, eu gostei, ele tem... Ele tem pegada – ela respondeu num tom de voz mais baixo e soltou um sorrisinho de canto de boca que não durou mais de dois segundos, mas que eu pesquei.
- Você gosta dele? – Perguntei sendo direta.
- Não, ele é muito idiota e irritante – ela pareceu espantada com a pergunta.
- Lara, não mente para mim, fala a verdade, eu vi o seu sorrisinho agora há pouco – falei com o olho semicerrado.
- Não gosto dele, que coisa, já falei – ela disse se irritando.
- Tudo bem, tudo bem – relevei o assunto, ela não iria admitir. – Mas e as novidades?
- Ah, nenhuma, só que os pais do Tom ligaram para ele para contar que a banda conseguiu uma audição em Londres – Lara disse dando de ombros como se fosse uma coisa banal, mas isso me doeu o peito. “Dougie. Banda. Londres. Audição. Brigados” era tudo o que se passava na minha mente.
- E você... Er, você... Bom, você sabe quando eles vão? – Perguntei tentando não demonstrar nervosismo, se a Lara não percebeu, que fique assim.
- Pelo que eles explicaram, o teste é no próximo final de semana – respondeu-me ela. – Vou ficar longe do Danny por alguns dias, olha que beleza! – Ela disse sorrindo abertamente e eu dei um sorrisinho amarelo.
- Mas hoje é quarta – eu disse desesperada, por dentro, porque por fora estava zen.
- E você tem até o fim de semana para se acertar com o Dougie – ela disse me cutucando na costela.
- Eu não sei se dará certo – dei de ombros.
- Por que você diz isso? Vocês são perfeitos um para o outro, amiga! – Lara disse tristemente.
- Lah, ele não confia em mim, preferiu acreditar naquela vadia da Paola, por que ele confiaria em mim estando longe? – Perguntei revoltada.
- Você nem sabe se eles ficarão muito tempo longe – ela brigou comigo.
- Mas é uma possibilidade – retruquei.
- Você pensa muito negativo – ela reclamou e eu revirei os olhos.
- Olha quem fala, você que esta querendo que eles não passem no teste só para ter alguém para implicar contigo – não resisti de atormentá-la com isso.
- Que saco, você só sabe falar do Danny – ela reclamou se sentando na cama.
- Eu não falei o nome dele – disse gargalhando e ela corou. – Own amiga, estou brincando, não faço mais isso, ok?
- Tudo bem – ela disse reprimindo o sorriso, tentando permanecer séria.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, o assunto havia acabado e eu estava pensando em como seria se a banda deles passassem mesmo, Dougie iria ficar na Inglaterra e eu aqui, eu não poderia deixá-lo ir sem resolvermos isso, mas também não estava muito afim de ir na casa dele para ouvir mais coisas que eu não queria.
- Suh, o que você ainda faz aqui? – Ouvi Lara dizer passando a mão na frente do meu rosto, provavelmente ela estava tentando falar comigo, mas eu não percebi.
- O que? – Perguntei confusa.
- Vai falar com o Dougie menina! – Exclamou ela e eu neguei com a cabeça. Ela estava lendo meus pensamentos por acaso?
- Não vou – afirmei dando de ombros.
- Sua cabeça dura! – Ela disse dando uns soquinhos na minha testa e, eu lhe dei um tapa no braço.
- Sou mesmo, com muito orgulho e amor! – Sou irredutível sim, mas acho pouco provável que Dougie volte depois do gelo que eu dei nele.
- Tudo bem, então fique aí, sozinha com a sua fossa, eu tenho que ir – ela disse enquanto encarava o relógio do quarto.
- Mas já? – Perguntei manhosa.
- Já, falei para minha mãe que eu iria ajudá-la com a decoração da sala, ela está reorganizando as coisas por lá, aquela velha mania de mudar as coisas – ela disse revirando os olhos e eu ri.
- Então vai lá e boa sorte – pisquei para ela que já estava na porta, Lara me mandou um beijo no ar e se foi.
Assim que me vi sozinha no meu quarto, eu me joguei para trás novamente na cama e tampei a cara com o travesseiro que eu segurava.
- Merda! – Exclamei com raiva. Segundos depois ouvi batidinhas na porta e me sentei novamente, sentindo o mundo parar ao ver quem era.



domingo, 30 de outubro de 2011

Capítulo 40

Eu cheguei em casa e fui direto para meu quarto, já havia parado de chorar, mas ainda estava com muita raiva.
- Arg, idiota, prefere acreditar naquela doida a acreditar em mim, então que fique com ela seu desgraçado! – Grunhi com raiva pegando meu caderno para escrever algo, precisava extravasar e o melhor jeito era assim.
Escrevi até a mão doer e resolvi sair para respirar ar puro, não queria dormir. Eu pensei em meu pai, mas a essa altura ele deveria estar muito longe. Peguei meu MP4 e fui andando até uma praça aonde ninguém nunca vai, assim era mais difícil de achar algum conhecido.
Chegando lá tinham várias mães com seus filhos no parquinho, algumas pessoas caminhando e uma quadra de tênis aonde haviam vários adolescentes, da minha idade, jogando. Me aproximei da quadra e encostei na barra de ferro horizontal e apoiei o queixo nas minhas mãos vendo o jogo de dois garotos, realmente bons no que faziam, jogar a bola verde de um lado ao outro, ouvindo uma música qualquer do Kansas.
Senti alguém parar do meu lado, dei uma olhadela e voltei minha atenção novamente ao jogo. Eu não sabia as regras, mas ver eles jogar estava legal.
Senti a pessoa ao meu lado me cutucar, uma garota do meu tamanho mais ou menos e com um cabelo todo colorido e bem vestida até, fez um gesto para que eu tirasse os fones de ouvido e eu o fiz.
- Olá, sou a Jessica – ela disse sorrindo.
- Susan – respondi educada e sorrindo também.
- Nova no pedaço? – Perguntou olhando para a quadra, assim como eu fiz também.
- Não, apenas passeando – falei banalmente vendo o carinha da direita marcar um ponto e logo depois piscar para a Jessica, depois ele saiu da quadra e parei de prestar atenção na quadra.
- Ele é meu irmão – ela disse sorrindo ao ver a cara que eu deveria estar.
- Ah – foi a única coisa que consegui falar, sem graça ainda por cima.
- É da onde? – Voltou a perguntar a estranha curiosa.
- Centro, você é daqui? – Eu cansei de responder as perguntas dela.
- Sim, aqui é bom de morar – ela pareceu mesmo orgulhosa do seu bairro.
- Parece ser bom mesmo – incentivei-a. Mas era realmente lindo o bairro, era calmo, organizado e via-se várias pessoas sorrindo sentadas na porta de casa. Se eu fizesse isso em um dia de semana era capaz de ser atropelada por pessoas apressadas que vão pagar suas contas nos bancos perto da minha casa. Morar no centro te deixa presa dentro de casa sabia?
- Mas o que te trouxe aqui? Conhece alguém que mora por aqui? – Cara, ela queria saber demais já!
- Não – me limitei a isso.
- Eu sei, eu pergunto demais, mas é que você parece legal – ela falou ficando vermelha e eu ri internamente. A menina sabe que está incomodando, mas ainda assim está aqui perguntando porque me achou legal.
- Tudo bem, você parece ser legal também – coé, eu não podia ser mal educada e falar “As aparências enganam, honey!“.
Depois disso ela ficou quieta, graças ao Senhor e eu pude ouvir minha música, com um fone só, iria ser mau educada se colocasse os dois, e ver um jogo amador, perto do que estava acontecendo quando cheguei.
Alguns minutos depois o pessoal começou a sair da quadra e Jessica começou a sorrir.
- Vem, quero te apresentar para eles... – ela me puxou pelo braço e veio na minha cabeça a imagem daquelas de desenhos que a pessoa puxa a outra e aí fica a cabeça pra trás e depois vai pra frente com tudo. Comecei a rir daquilo que pensei. – Gente, olha, amiga nova, Susan! – Ela me apresentou.
- Olá – um garoto, dos amadores, o que ganhou, e que estava do lado esquerdo falou sorridente. – Meu nome é Pedro.
- Sou o Charlie – respondeu o irmão dela. Os outros dois garotos, os que perderam tinha ido embora já.
- Vocês são jogadores profissionais? – Perguntei apontando para as raquetes.
- O que? – Perguntou Pedro risonho. – Nãaao, é só por hobbie mesmo... – Deu de ombros e eu fiquei abismada.
- Nossa, vocês jogam tão bem – deveria ter feito uma cara muito estranha, eles riram de novo.
- Obrigada – falou Charlie. – Você sabe jogar?
- Eu não, nunca ninguém me ensinou... – na verdade eu nunca procurei tentar aprender, mas deixa em off.
- Quer aprender? – Perguntou Jessica saltitante.
- Acho melhor não... – ri sem graça.
- Ah, qual é,vamos lá, não é tão difícil! – Pedro insistiu me empurrando de leve com um soquinho.
- Quem sabe um outro dia? – Tentei sair da situação, eu não queria aprender nada.
- Então vamos nos ver mais? – Perguntou Pedro e eu sorri amarelo. O que eu falaria?
- Ain, espero que seja verdade isso, estou completamente só, sem amigas... – Falou Jessica fazendo um drama forçado e todos riram. – Qual é? Minha amiga foi embora para a Grécia!
- Own tadinha dela... – Zuou Pedro e a garota lhe mostrou língua.
- Gente, maneira aí um pouco com o Love de vocês, a Susan vai se assustar e nunca mais volta – falou Charlie vindo até ao meu lado e me cutucando a costela com seu cotovelo. Eu fiz uma careta, doeu, mas acho que ninguém viu. Sorte.
- Estou acostumada, meus amigos são muito mais amorosos um com o outro – ri lembrando de Danny e Tom juntos.
Fiquei conversando com eles por horas, até que eu percebi que o sol estava quase se pondo e tive que ir embora para casa. Fiquei de ir na quadra no outro dia.
Chegando em casa eu fui para o computador, tirei o atraso, fofoquei no twitter, falei do Dougie, falei dos amigos que fiz, e sorte que nenhuma das minhas amigas estavam online para dar o ataque de ciúmes delas, depois disso desliguei e fui procurar algo para fazer, mas não conseguindo pensar em nada resolvi descer para ver o que os outros seres moradores dessa enorme casa estavam fazendo.
- Olá filha, faz tempo que não nos falamos direito não? – Perguntou minha mãe assim que me sentei ao seu lado no sofá, para ver televisão com ela e Marcelo.
- Pois é, com o problema com o Dougie isso ficou muito raro – dei um sorriso amarelo para ela ao lembrar de Dougie, fora que nem contei para ela sobre a briga que tivemos.
- E ele, como está? – Perguntou inocentemente.
- Bem, eu acho... – Realmente eu não sabia como ele estava, mas provavelmente feliz por se ver livre de mim.
- Como assim ‘acho’? – Perguntou minha mãe se posicionando melhor para visualizar minha expressão. – Você não estava com ele a tarde? – Eu neguei com a cabeça e ela franziu o cenho.
- Onde você passou a tarde? – Agora até o Marcelo começou a prestar atenção na conversa. Infeliz.
- Por aí mãe – eu disse e revirei os olhos. Mas nunca que eu ia falar para ela que eu fui do outro lado da cidade, fora que eu descobri que lá realmente não vai gente que eu conheço, e também tenho a certeza que se eu falar para ela isso não será mais possível. “Anonimato é o que há nesses dias”.
- Onde? – Perguntou autoritária, mas eu permaneci quieta e ela mudou de estratégia. – Porque não passou a tarde com o Dougie? Algum problema?
- Ah mãe, ele não confia em mim, pra quê vou ficar com um cara que prefere acreditar em uma menina doida do que na namorada dele? – Revirei os olhos.
- Ah vocês brigaram?! – Dona Cíntia fez uma cara de pena, até parecia que ela quem o namorava.
- É, brigamos e eu não quero mais ver ele na minha frente! – Falei brava.
- Nossa... – Marcelo se pronunciou pela primeira vez...
- É, nossa mesmo... – Dei de ombros. – Alguma novidade gente? – Mudei de assunto rápido.
- Descobrimos que terá uma irmãzinha – mamãe toda feliz me comunicou e eu sorri.
 - Que ótima notícia! – Falei empolgada. – Já sabem o nome?
- Quero Joanna – falou mamãe e Marcelo fez uma cara de “não posso fazer nada né?” e eu só ri disso, mas foi breve.
- Muito lindo esse nome, será que vai ter olho claro igual do Marcelo? – Eu amo olho azul e o do Marcelo era MUITO azul, era lindo. Por mais que eu não gostasse do dono do olho.
- Eu espero que tenha – sorriu minha mãe bobona.
- Estou com fome – falei passando a mão na barriga e minha mãe riu.
- Que me ajudar a fazer algo para comer? – Perguntou ela e eu fiz uma careta. Odeio cozinhar. Ela gargalhou. – Não precisa fazer nada, só companhia.
-Se é assim eu vou – ri e me levantei indo com ela para o outro cômodo.
Chegando lá eu me sentei na bancada e ela foi para os armário.
- Então, o que a donzela vai querer comer? – Perguntou mamãe virando para trás e me encarar.
- Quero... – Pensei no que eu queria. – Torradas!
- Torradas saindo em 10 minutos – ela brincou fazendo uma espécie de continência.
- Ai mãe, só a senhora mesmo para fazer isso – falei balançando a cabeça negativamente e rindo.
- Sim, mas agora quero saber mais sobre o que aconteceu com você – pronto! Estava demorando para ela perguntar do Dougie.
- Aquela Paola de novo... – fechei as mãos em punho em cima do balcão. – Vadia!
- Olha os modos! – Minha mãe ralhou comigo. – O que ela fez?
- Bom, vou resumir... – Anunciei. – Foi assim, aquele dia que eu saí com meu pai e você foi no hospital, o Thiago apareceu na sorveteria, daí papai teve que ir embora e eu ia com ele, mas aí o Thiago se ofereceu para me levar em casa porque eu ainda não havia acabado meu sorvete, aí eu fiquei sabe? Papai deixou, que raiva! – Explicava calmamente para ela, deu uma pausa e ela permaneceu calada, embora ela estivesse preparando as torradas ainda, mas de frente a mim, então ela poderia se expressar, mas como não fez eu continuei. – Aí o Thiago ficou falando do Dougie e tal, mas na hora da volta quando eu fui me despedir e dar um beijo na bochecha dele, ele virou o rosto e quase dei um selinho nele.
- Que horror! – Exclamou mamãe séria.
- Pois é, mas aí eu briguei com ele e ele prometeu que não iria contar nada pra ninguém e que não faria mais isso, só que quando eu ia para a escola irritada, hoje, ele me viu e ofereceu carona, eu não aceitei, daí ele começou a ficar falando de ontem e a va... a Paola se intrometeu e aí acabou que o Thiago deu com a língua nos dentes e a idiota pegou e contou para o Dougie.
- Mas você não tentou explicar para ele? – Mamãe perguntou preocupada.
- Eu IA contar para ele mãe, mas aí quando eu comecei a falar, ele começou a dar piti e falar que eu era uma mentirosa, que eu estava saindo com o Thiago, que a Paola falou para ele que nós ficávamos direto e quando eu disse que ela era uma doida varrida, ele me falou que ela poderia estar certa, afinal, ela é prima do menino e ele sabe que eu tinha uma queda pelo Thiago e que eu poderia estar aproveitando já que agora tenho a oportunidade – falei com a voz carregada de mágoa e ódio de todos.
- Ele não acreditou em você? Que absurdo, o que esse menino tem na cabeça? O cérebro dele foi afetado pela pancada por acaso? – Minha mãe ficou revoltada assim como eu, sorte que ela estava terminando minhas torradas.
- Não quero mais saber de gente que não acredita em mim, eu perdoei ele, que sofreu essa merda de acidente por causa daquela menina e ele ainda têm a cara de pau de falar que ela está certa, ele que vá pro quinto dos infernos e arrasta aquela bitch com ele – mamãe não sabia o que significa bitch.
- Estarei aqui para qualquer coisa ta? – Mamãe falou pondo sua mão sobre a minha, ainda fechada em punho sobre o balcão.
- Pode deixar que eu te procurarei – sorri sincera para ela e ela refletiu meu sorriso no rosto dela.
- Mas me conta, onde passou a tarde? – perguntou pegando o suco e colocando num copo, pondo as torradas e o mesmo em uma bandeja e indo para a sala. Eu fui atrás dela, o meu lanche ia ser vendo filme, oba!
- Eu fui em uma praça aí, conheci pessoas novas, que não sabem dos meus problemas, foi legal, espaireci um pouco – falei me sentando e pegando a bandeja para mim.
- Percebo, você nem quis me matar agora de tarde – nós rimos, ela se sentou ao lado de Marcelo.
- Nem sou tão mal assim! – Ri.
- Ah não, é muito mal – ela riu e desatamos a falar besteiras até a campainha tocar.
Próximo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Capítulo 39

Adentrei meu quarto revoltada com o mundo que estava conspirando contra mim nas ultimas horas.
“Primeiro eu quase tenho um ataque porque achei que minha mãe estava passando mal, depois meu pai aparece quando eu achei que ele estava longe, eu saio para tomar sorvete com ele e Thiago aparece, não bastando meu pai me deixa sozinha com ele que ficou falando do meu namorado, e aí tentou me agarrar. Poderia ter ficado na casa de Dougie.”  Reclamava mentalmente enquanto estava deitada olhando para o teto do quarto e acabei dormindo com raiva.

PEN PEN PEEEEEEEEEEEEN

Acordei com o despertador tocando. Quem havia colocado um despertador no meu quarto? Levantei e fui me arrumar para ir à escola.
- Bom dia filha – ouvi mamãe dizer quando passei pela porta da cozinha.
- Péssimo dia se for igual ontem – falei o mais desanimadamente possível, qualquer coisa que acontecesse nesse dia eu iria explodir.
- Nossa, o que houve? – Perguntou ela toda interessada.
- Nada – suspirei. – Vou para escola, tenha um bom dia mamãe, se cuida.
Dei-lhe um beijo na testa.
- Tenha um bom dia ao quadrado e se cuida você – ela disse sorrindo para mim.
- Obrigada – respondi e saí de casa.
Fui andando até a esquina quando ouço alguém buzinar para mim, ao me virar dei de cara com Thiago no carro preto dele, Paola estava ao lado dele.
- Carona? – Perguntou mostrando os dentes, eu não estava com humor para ele nesta manhã.
- Já vi que escovou seus dentes, pode parar de sorrir – Fui grossa e ele não tirou a porcaria do sorriso do tosto –, vou andando hoje.
- Qual é Suh, entra aí! – Insistiu.
- Já falei que não – eu respondi seca e saí andando, ele veio atrás de mim, me acompanhava com o carro no meu ritmo de caminhada.
- É por causa de ontem que você está assim? – Perguntou ele e eu revirei os olhos.
- O que vocês fizeram ontem? – Paola perguntou toda interessada e debochada. “Posso dar uma na cara dela?”.
- Paola, fica quieta que você só está no meu carro porque minha mãe me obrigou a te trazer – Thiago foi grosso com a prima e eu gostei, mas não demonstrei, claro!
- Vocês estão se encontrando escondidos, OH MEU DEUS! – Paola tirou uma conclusão errônea e eu quis voar no pescoço dela.
- Garota, não viaja – não me agüentei.
- Dougie precisa saber disso – ela disse toda maliciosa. Gelei na hora e precisava agir rápido, não fiz nada e acredito eu que Dougie não acreditaria nela, mas eu não ia deixar ela falar isso para ele, garota insuportável.
- Ele já sabe – menti.
- Então vocês fizeram algo – ela estava jogando verde, “idiota!”.
- PAOLA SUA IMBECÍL, CALAA BOCA! – Thiago explodiu. – Susan estava com o pai dela na sorveteria e eu os encontrei lá, daí o pai dela teve que ir embora e nós ficamos por lá, pois ela não havia terminado o sorvete, a levei para casa e foi só isso!
- Ah e ela ficaria brava com você só por isso? Algo você fez! – Paola é esperta, isso eu tenho que admitir.
- Olha, não fala como seu eu não estivesse aqui, se o Thiago tivesse acelerado esse carro e estivessem sozinhos até aceitaria, mas falar de mim comigo aqui é um abuso, podem me deixar em paz? – Eu estava irritada, era demais pedir para ficar sozinha?
- Vamos Thiago, ela está estressada – Paola debochou e eu apenas revirei os olhos.
- Tchau Suh – ouvi Thiago falar e depois o carro acelerar. Até respirei fundo.
Cheguei na escola e fui para a sala, de novo Dougie não iria pra escola e de novo eu ia ter que sentar sozinha. Quem diria, no começo do ano era o que eu mais queria, agora sentia um vazio.
- Suh, porque está aqui sozinha? Vem comigo para encontrar a galera que está lá fora nesse dia lindo que Deus nos proporcionou – entrou uma Lara toda sorridente na sala falando pelos cotovelos. Sei que é errado e horrível, mas a felicidade dela me deprimiu mais ainda.
- Não Lara, obrigada, pode ir lá se divertir... – Falei com a maior voz de morta, sem querer, mas foi.
- Nossa, o que houve menina? – Perguntou ela preocupada.
- Ah não quero falar disso – falei me virando e pegando meu caderno na mochila.
- Tudo bem então, quando quiser eu sou toda ouvidos – brincou ela se levantando, da cadeira que ela havia se instalado na minha frente, tentando me fazer sorrir, o que não adiantou, mas não posso negar que ela tentou.
- Ok, depois eu falo para vocês todas ta? – Respondi sem nem olhar para ela, que segundos depois estava na porta da sala.
Silêncio.
A aula para mim demorou anos para passar, mas eu preferia muito mais ficar lá dentro da sala do que sair para ter que me socializar nesse dia de treva, porém a professora queria fechar a sala e eu tive que sair.
-Olá Susan a desaparecida do dia! – Brincou Danny e eu já respirei fundo.
- Fica na sua Danny – falei tentando parecer calma.
- Nossa – ele fez cara de espanto e foi sentar do lado da Lara. Lembrei do que ele falou ontem e quase ri da cara que a Lar fez ao vê-lo sentado ao seu lado.
- Gente, não me leva a mal, é que ontem depois que saí da casa do Dougie meu dia azedou completamente e uma porção ficou para hoje – falei deitando a cabeça na mesa da cantina. Senti uma mão passando pelos meus cabelos e eu tinha quase certeza que era Harry.
- Quer contar para a gente? – Perguntou ele confirmando minhas suspeitas.
- Não, eu prefiro contar para o Dougie primeiro – respondi ainda com a cabeça abaixada.
- Tudo bem então, como quiser – senti que o ambiente não estava mais tão pesado assim e eles evitaram de falar comigo até o fim do dia escolar.
Quando bateu o sinal indicando que acabou a ultima aula eu fui para o portão esperar os garotos, eu iria com eles já que eu ia ver Dougie. Enquanto eu estava parada Paola passou e fez umas gracinhas que eu ignorei, minutos depois passou Thiago e depois chegou a turma barulhenta.  As garotas iriam conosco porque estavam querendo ver Dougie também, então depois de sair do ambiente escolar eu melhorei um pouco, mas eu acho mais que era porque eu iria ver Dougie, mas não quero pensar nisso. Chegamos na casa de Dougie e eu já sorria.
- Susan meu amooor – ele veio correndo para me abraçar e eu ri dele, mas o abracei também enquanto o resto da turma ficava resmungando algo como “que coisa melosa” ou as meninas algo como “porque eu fui vir?”. Eu ri e dei um selinho em Dougie, o abraçando de lado em seguida para ficarmos de frente para as outras pessoas da sala.
- Qual é gente, eu estava com saudades – falei rindo enquanto eles nos encaravam com aquelas caras de quem comeu merda.
- Sabemos muito bem de como você sentiu falta, só faltou comer o fígado do pobre do Danny hoje – Tom brincou e todos riram.
- Não foi bem isso, eu só não estava de bom humor – me defendi.
- Aham, sei – falou Maira e riram todos, menos eu que corei.
- Não fiquem culpando-a por sentir falta minha, sei que sou demais – Dougie me apertou no abraço de lado ao falar isso e eu olhei para ele de olho semicerrado e ficamos nos olhando até cair na risada.
Ficamos conversando um tempão até as meninas falarem que tinham que ir embora. Tom se ofereceu para acompanhá-las, mas eu acho que ele só queria era andar mais um pouco com Maira, Danny e Harry foram de enxeridos que são, mas eu vi que ia ser engraçado todos os seis juntos, já que antes de chegar no portão Danny já estava irritando Lara que começou a correr atrás dele fazendo juras de morte enquanto Harry e Priscilla riam que estavam vermelhos. Tom e Maira estavam apenas olhando de mãos dadas a cena e rindo, mas logo eles sumiram e eu fiquei nervosa, eu iria contar para Dougie sobre o que eu fiz ontem depois de ter ido embora antes que alguém, vulgo Paola, resolva se meter na história. “Oh Deus, o que eu fiz para merecer um encosto desse?”
- Dougie... – Chamei ele com a voz tensa e tenho certeza que ele percebeu, só pelo jeito preocupado que ele me olhou.
- Sim? – Perguntou esperando eu falar.
- Tenho uma coisa para te falar – mordi o lábio inferior, ele não falou nada, ficou me olhando só, como se pedisse para que eu continuasse. – Ontem, depois que saí daqui, eu fui para casa...
Dei uma pausa.
- Sim, você não quis ficar – complementou ele fazendo bico.
- Não é assim, eu queria ficar, mas não podia, mas então... Eu cheguei em casa e meu pai chegou em seguida e me chamou para ir tomar sorvete com ele – falei a parte mais fácil da história com o coração na mão, imagina na parte tensa.
- Mas ele não tinha ido viajar? – Perguntou ele confuso enquanto sentávamos no sofá.
- Ele adiou para poder falar tchau para mim – sorri ao pensar nisso.
- Ah sim, mas e daí? – Ele estava curioso. Mas quem não estaria?
-Então... Quando estávamos lá na sorveteria de boa, o Thiago apareceu e...
- Ah então era verdade o que a Paola falou – Dougie levantou de repente, super nervoso.
- O que? Quem falou o que? – Perguntou levantando também.
- É, a Paola me ligou hoje antes de vocês chegarem sabe? Ela me disse que você está se encontrando com o Thiago escondida e fica inventado coisas para parecer casual – Dougie estava de um jeito que eu nunca tinha visto.
- Dougie, você não vai acreditar no que ela disse vai? – Perguntei com o coração começando a despedaçar.
- Não sei... – Ele tampou o rosto com as mãos.
- Dougie, você sabe que ela não gosta de nos ver juntos, sabe que ela quer acabar com nosso relacionamento – eu sentia as lágrimas começarem a se formar no meu rosto.
- Mas ela é prima dele e ela disse que ELE falou isso para ela, que vocês dois saem direto, que ontem até se beijaram – ele falou, já estava vermelho que nem um pimentão.
- Qual é Dougie, não amo ele, eu amo você, não há razão para desconfiar de mim – falei em minha defesa, magoada por ele desconfiar de mim, mas eu não choraria na frente dele.
- Será? Será Susan? Se eu não me engano você já teve uma queda por ele, agora que você tem a chance será que não está aproveitando? – Perguntou ele com a voz amarga.
- Eu não acredito que você está falando isso – eu disse deixando uma lágrima fujona cair do meu olho, mas limpei ela rapidamente e peguei minha bolsa em cima do sofá. – Se você não confia em mim porque estou aqui? Para ser humilhada pela desconfiança de alguém que prefere acreditar em uma louca ou em mim que estava aqui falando a verdade, por mais que arriscasse o namoro igual eu estava fazendo, duvido que alguém mais tenha coragem de contar o que eu iria te contar, mas acho que não é mais necessário, Thiago deve ter falado para Paola e ela deve ter te contado, já que ela é sua amiguinha do peito.
Outra lágrima escorreu em meus olhos, a limpei rápido de novo e saí porta afora deixando Dougie parado no meio da sala da casa dele.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Capítulo 38

Estava numa sorveteria com meu pai rindo com uma taça de sorvete de todos os tipos de chocolates existentes no local na minha frente.
- Nossa, achei que era o único que gostava só de sorvete de chocolate – John comentou rindo.
-Ah eu amo, não gosto – eu disse rindo.
- Percebe-se... – Ele disse e ficou calado, sua feição era pensativa e triste.
- O que foi? – Procurei não gostando de o ver naquele estado.
- Eu perdi tanto tempo, poderia ter passado muitas coisas ao seu lado... – Ele disse me olhando e rindo sem achar graça alguma. – Mas eu sou um burro e tinha medo de te ver.
- Que isso pai, não fala isso, esquece o passado, você não é burro – eu disse pegando na mão dele e acariciando.
- É o melhor que eu posso fazer – ele disse sorrindo de lado para mim.
- Sim, agora quero que você se anime de novo – eu disse sorrindo para ele e ele levou minha mão até seus lábios e beijou-a.
- Tudo bem, minha princesa – ele sorriu ao dizer isso e eu fiquei envergonhada. – Eu sempre quis dizer isso à você. Minha princesa!
Não sei o que aconteceu, eu só conseguia sorrir e repentinamente uma lagrima caiu de meus olhos.
- Você está chorando? – Perguntou ele limpando a lágrima fujona.
- Sim, mas é de felicidade, é tão bom estar aqui... Com você... Com meu pai – eu enfatizei a palavra pai.
- Seu pai? – Ouvi uma voz atrás de mim. – Mas você odeia seu pai... Não odeia?
Me virei lentamente para encarar a pessoa que estava atrás de mim e que meu pai encarava também.
- Não odeio mais – eu disse sorrindo para o meu pai. – Mas o que você faz aqui Thiago?
- Eu vim tomar sorvete e te vi aqui – ele deu de ombros. – Fiquei sabendo da Paola, ela está pirada...
- Pirada é pouco, tem que internar ela – eu disse dando de ombros.
- Não quer se sentar? – Perguntou meu pai a Thiago que sorriu e aceitou, sentando-se em seguida.
- Então, quem é teu amigo Susan? – Meu pai sorriu ao me perguntar.
- Ah é... – Eu ri envergonhada pela falta de educação de não apresentá-los. – Pai, esse é o Thiago, Thiago, esse é meu pai John Winchester.
- Prazer Thiago! – Meu pai estendeu a mão para ele que apertou respondendo um “O prazer é todo meu”.
“Merda, o que ele faz aqui? Cara, se alguém me vê nessa sorveteria e me dedar para o Dougie eu vou ter que me explicar muito”. Estava temerosa, eu iria apenas tomar um sorvete com meu pai e depois ir para casa, mas a com a chegada de Thiago isso iria complicar um pouco.
Ficamos alguns minutos conversando e o celular do meu pai apitou, era o alarme, era hora dele ir para o aeroporto.
- Susan, está na hora de ir, vamos? – Ele disse se levantando, eu ia me levantar também quando Thiago pegou na minha mão e eu gelei.
- Fica aqui, eu te levo para casa, claro, se o senhor deixar – ele sorriu para mim e para John, eu olhei para meu pai com um olhar suplicante de que ele me tirasse dessa. “Por favor John, diga que tem que me deixar em casa, diga que tem que me deixar em casa, diga que tem que me deixar em casa...” Fiquei repetindo isso mentalmente.
-Claro, se ela quiser – meu pai concordou sorridente, meu coração parou e depois eu senti o sangue queimar nas minhas veias de tão rápido que ele bateu em seguida.
- Ahn... T-t-udo bem então... – Gaguejei sem graça, mas forçando um sorriso.
- Então levanta e dá um beijo em seu pai que agora ele vai para o aeroporto pegar um avião para poder resolver tudo para morar aqui para sempre – eu sorri e levantei para abraçá-lo.
- Obrigada Pai – eu disse no pé do ouvido dele, mas ao mesmo tempo eu queria bater nele por me deixar ali. 
- Pelo que? – Ele perguntou ainda abraçado a mim.
- Por não me odiar, por não ter desistido de mim quando eu te tratava como um estranho – eu mordi o lábio inferior.
- Obrigada você por me aceitar – ele disse e eu sorri. – Ah, e como está o Dougie?
- Ele volta para a escola semana que vem – eu disse sorrindo e me afastando dele, desfazendo o abraço.
- Mande lembranças para ele – disse sorrindo.
- Até mais ver rapaz! – Meu pai disse estendendo a mão para Thiago, esse que levantou e apertou firmemente a mão do mais velho.
- Até mais – Thiago disse sorrindo.
Nisso meu pai saiu e me deixou ali desesperada, pois a medida que ele se afastava meu coração aumentada a velocidade.
- Seu pai é legal – Thiago disse quando meu pai ligou o carro e partiu acenando.
- Sim, ele é... – eu disse encarando o carro até ele sumir.
- Sabe, acho que nunca conversei direito com você depois daquela festa... – Ele disse sorrindo para mim.
- É – eu respondi, o que eu falaria?
- Então, animada com a saída do Dougie do hospital? – Ele perguntou de novo.
- Sim, não agüentava mais ter que vê-lo naquele lugar – respondi algo concreto agora.
- Ele tem sorte – Thiago disse enquanto tomava um gole do seu suco que havia acabado de chegar.
- Porque? – Fiquei confusa.
- Por ter você cuidando tão bem dele – ele deu de ombros. Eu nunca sei o que falar quando ficam mandando essas indiretas para mim, fiquei sem fala.
- Você deveria achar alguém assim para você – eu tentei mudar o foco da conversa para ele.
- Na verdade é difícil achar alguém quando você não consegue olhar para os lados – ele agora me encarava, seus olhos estavam fixados aos meus, eu abaixei os meus para as minhas unhas que ficaram interessantes naquele momento.
- Não olha porque não quer, tem um monte de garotas que gostariam de uma chance – eu disse e olhei para uma garota que passava e o encarava, ele olhou para ela e em menos de um segundo me olhava novamente.
- Mas a que eu quero dar a chance não deseja isso – ele disse e eu perdi literalmente o ar. Me levantei da cadeira de supetão.
- Acho melhor eu ir, minha mãe deve ter chegado em casa já – eu disse enquanto colocava o casaco. – Até mais Thiago! – Eu disse e quando fui dar um beijinho de despedida no rosto dele ele negou.
- Eu te levo, vamos – ele se levantou e pegou seu casaco o vestindo.
- Tudo bem – eu disse. “Seria mais seguro eu ir a pé, merda”
- Susan, o que exatamente a Paola fez? – Perguntou ele quando já estávamos dentro do carro.
- Ela não te contou? – Perguntei irônica.
- Não, ela é uma idiota – ele respondeu amargo.
- Bom, ela estava no quarto quando Dougie acordou e disse ser a namorada dele, ou seja, eu, daí ela ficou falando que eu era Paola e ela era Susan, ela até ficou beijando ele – trinquei por dentro ao lembrar essa parte.
- Mas como Dougie descobriu a verdade? – Perguntou ele.
- O Harry estava com ela no quarto quando ele acordou e ficou desmentindo ela, embora ela estivesse insistindo em mentir – dei de ombros.
- Nossa, que horror, ela não pode ser da minha família – Thiago se lamentou.
- Infelizmente não escolhemos nossos parentes – eu dei um sorriso amarelo para ele.
- É, infelizmente – ele concordou, sorrindo galanteador quando ele parou na frente da minha casa nova, que por sinal fica no bairro dele. – Chegamos!
- Como sabia onde eu moro agora? – Perguntei curiosa.
- Segredo de estado – ele respondeu e eu ri.
- Ok senhor segredo, obrigada pela carona – eu ia abrindo a porta do carro quando ele segurou minha mão esquerda.
- Não ganho nem um beijo de despedida? – Perguntou fazendo bico e eu ri sem graça.
- Ganha – respondi me aproximando dele para dar um beijo na bochecha, mas ele se virou e acabou que eu beijei o lado da sua boca. Me afastei rápido e olhei assustada para ele. – O que foi isso?
- Não resisti, me perdoa – ele disse arrependido.
- Só não faça isso novamente! – O adverti saindo do carro rápido antes que ele tentasse mais coisas.

Capítulo 37

- Calma Dougie – Tom disse olhando para a pessoa que tinha acabado de entrar e todos no quarto se levantaram automaticamente e se puseram ao meu lado na cama.
- Nossa, que recepção calorosa – Paola disse sorridente. – Vejo que está melhor.
- Sai daqui sua doida – eu falei cada palavra pausadamente.
- Porque meu amor? Antes de você sair da minha casa e sofrer esse acidente você estava convicto de terminar com essa sem sal e ficar comigo...
- Você está louca, ele estava saindo da MINHA casa quando ele sofreu esse acidente – Susan pronunciou alterada, ficou um silêncio no ar, pois, depois da declaração de Paola eu fiquei pensativo porque eu finalmente caí em mim e lembrei de que eu realmente estava saindo da casa dela, lembro que ela me ligou e pediu que eu fosse na casa dela ajudar com o quintal, eu achei muito estranho mas fui, quando cheguei lá ajudei ela a colocar a sujeira nos sacos de lixo e levar para fora, ela me ofereceu um suco e algumas bolachas e eu aceitei, mas quando eu estava me despedindo dela, ela me deu um selinho, eu chamei ela de doida e saí meio atordoado e por isso fui atropelado.
- Será que vocês poderiam sair do quarto? – Pedi depois de alguns segundos, Susan me olhava estranho, acho que ela percebeu porque eu fiquei quieto depois do que Paola disse, com certeza ela acreditou na garota, eu precisava falar com ela. Todos saíram, Paola resistiu, queria ficar, mas Lara a puxou pela roupa, Paola só não deu um piti porque passou uma enfermeira na porta do meu quarto e brigou com elas, Susan ia saindo também.
- Não, espera, preciso falar com você – Susan parou onde estava e virou lentamente, seu olhar estava triste e eu juro ter visto lágrimas se formando nos olhos dela.
- Dougie, porque você ficou quieto quando ela disse aquilo? Sabia que para mim quem caça consente? – Agora as lágrimas no rosto dela já estavam rolando, não muitas pois ela as seguravam, mas eu senti um nó na garganta.
- É por isso que preciso falar com você – ela ficou no mesmo lugar, não moveu um centímetro, apenas cruzou os braços.
- Pode falar, vai terminar comigo para ficar com ela, aquilo que você disse quando acordou era uma mentira, já sei, eu já sei, não quero ouvir de você, vai doer mais – Ela tentava não chorar, mas era impossível.
- NÃO, Susan, deixa eu explicar, por favor, não vou terminar com você, eu te amo – quando eu disse essas palavras ela fechou os olhos e respirou fundo e começou a chorar e soluçar. – Senta aqui, por favor, vamos conversar, eu vou te falar como foi o acidente, eu fiquei quieto porque eu estava lembrando...
Ela veio até a cadeira do meu lado e puxou-a um pouco para trás, se sentando em seguida.
- Foi assim, depois que eu saí da tua casa, Paola me ligou, pediu para mim ir na sua casa ajudá-la a terminar de limpar o quintal, eu fui, achei muito estranho, mas fui, ela disse que Thiago no atendia o celular e ela não tinha dos outros meninos, então depois de terminado o trabalho ela me ofereceu um lanchinho e eu aceitei e... – Parei nessa parte e respirei fundo enquanto Susan ouvia tudo em silencio, ela já tinha parado de chorar. – Quando eu fui me despedir dela ela me roubou um selinho, mas eu me afastei dela a chamei de doida e saí andando atordoado, foi por isso que não vi o carro saindo da garagem...
- Ela te beijou? – Parece que foi a única coisa que ela absorveu da história.
- Foi, mas eu nunca mais quero chegar perto dessa maluca – eu acrescentei rapidamente.
- Dougie, porque ela tinha seu número de telefone? Porque você foi ajudá-la? Você não estaria aqui se não tivesse ido... – Ela falava com um voz de choro.
- Primeiro... – eu disse puxando a cadeira de Susan mais para perto de mim com toda a força que eu não tinha e peguei na sua mão. – Eu não dei meu número para ela e não sei como conseguiu, segundo, eu não consigo não ajudar as pessoas, me sentiria horrível mais tarde, por isso eu fui, mas quebrei a cara...
- E a cabeça... – Susan já brincava comigo, os dois rimos. – Mas porque ela falou que você iria me deixar?
Ela voltou a tocar no assunto e a ficar séria.
- Porque ela é louca – depositei um beijo na mãe de Susan e a puxei para mim, ela se levantou e ficou com o rosto bem próximo ao meu. – Olha, esquece essa garota, quero distância dela...
Susan sorriu comigo e logo nos beijamos.

OFF Dougie’s POV’s


Abri a porta da casa do Dougie e os garotos ajudavam-no a subir as escadas, ele recebeu alta dos médicos para ir para casa, tinha recuperado toda a memória e todos estavam alertados sobre Paola, ela não fazia mais parte do nosso grupo, se bem que eu acho que nunca fez, ela é muito diferente.
- Em casa finalmente! – Dougie disse enquanto os guys os ajudava a sentar no sofá. – Gente, eu estou bem, só fiquei tonto ao sair do carro, vocês parecem bichinhas querendo pegar em um macho!
Todos na sala riram, Dougie, o nosso Dougie palhacento de sempre havia voltado.
- Ai amor, você me descobriu, agora deixa eu te beijar! – Harry disse tentando beijar Dougie que o impediu com a mão, esse clima deles anima qualquer um, até mesmo eu que estava um pouco triste porque meu pai havia viajado de tarde, ele passaria duas semanas fora resolvendo as coisas para que ele viesse morar na cidade, mas ele nem se despediu de mim.
- Suuuuuuh, você não vai me ajudar aqui não é? – Dougie gritou para mim. – Saaaaaaaai Harryyyyyyyy.
- Eu não, vocês que se resolvam – disse rindo, Tia Sam entrou logo em seguida na casa com o chofer seguindo-a.
- Gente, que isso, o Dougie mal saiu do hospital e vocês já estão desse jeito? – Ela brincou.
- Mãe, me ajuda aquiiiiiii – Dougie agora tentava fazer com que não apenas Harry, mas Danny parassem de beijá-lo.
- Meninos, o Dougie não tomou banho hoje – Tia Sam disse e os garotos saíram de perto do garoto fingindo cuspir e limpando a língua, todos riram na sala, menos os dois.
- Dougie seu porco, deve ter um monte de bactérias de hospital na minha boca – Harry disse.
- Eu não mandei vocês me beijarem – Respondeu o garoto rindo.
- Cara, vocês são sinistros – Tia Sam disse subindo as escadas com o chofer atrás dela com as coisas do Dougie.
- Então Dougie, pronto pra voltar a estudar? Depois de uma semana e meia perdeu muita coisa hein – Tom chegou na casa animado.
- Cara, não fala em escola, acabei de chegar em casa – Dougie riu. – E posso saber onde o senhor estava Thomas?
Tom ficou vermelho, ele era o único que não estava quando o Dougie saiu do hospital, eu sabia onde ele estava, mas não comentei com ninguém.
- Ah eu estava com a Maira... – Ele disse baixo e todo mundo em uníssono fez um “huuuuuuuuuuuuuuuuuuum” o que o deixou mais vermelho.
- Esqueci que ele namora – Danny caçoou do amigo.
- Cala a boca Jones – Ele disse dando um tapa na cabeça do garoto que mostrou língua para ele. – Você bem que está afim da Lara e não fala nada, pelo menos eu tenho atitude...
Tom ficou estático quando percebeu que eu estava na sala, Danny o fuzilou e os outros ficaram quietos.
- THOMAS SEU IMBECIL NÃO ERA PRA NINGUÉM SABER! – Danny brigou com o amigo.
- Ah já foi, mas ninguém daqui vai falar para ela não é? – Perguntou Tom olhando para mim, eu fiquei sem saber o que fazer, mas eu acho que não devo me meter na vida de ninguém.
- Por mim morre aqui! – Eu disse levantando as mãos ao ar.
- Por mim também – Dougie me apoiou.
- Mas Suh... – Danny disse coçando a nuca, “É impressão minha ou ele está vermelho?”.
- Sim? – Perguntei quando ele demorou a responder.
- Você acha que... Bem, a Lara... Ela... Você sabe... Por mim? – Confesso que me deu uma vontade incontrolável de rir dele, a cena foi engraçada, mas contive meu riso e fiquei balançando a cabeça enquanto ele falava.
- Olha, Danny, você consegue despertar um lado negro nela, um que eu nunca tinha visto, mas ela nunca comentou nada de você comigo... – Eu dei de ombros.
- Ah... – Ele disse dando um sorriso amarelo. – Eu vou tomar banho então...
- Tudo bem, vai lá fedido – Brinquei. Ele na verdade estava era fugindo, mas eu não me importei, deixei ele ir. – Gente, eu também tenho que ir, tenho prova amanhã e não sei nada.
- Já amor? Nem deu para te aproveitar – Dougie fez biquinho.
- Você tem seus outros amores – eu mostrei para Harry e Tom. – Eles vão cuidar de você.
Harry fez uma cara pervertida e Tom de “vem cá tesão” e eu ri da cara de medo do Dougie.
- NÃO, eles tem casco grosso, você é macia – ele se levantou e me abraçou pela cintura. – Você não tem barba, tem um cabelo lindo e olhos castanhos que eu me perco, eles não...
- Dougie, o Tom tem olhos castanhos também, não tem barba e cabelo cumprido – eu disse rindo, ele me olhou emburrado me soltando em seguida e sentando no sofá de braços cruzados. – Own Dougie, vem cá seu fofo, só não posso mesmo ficar, eu até iria te chamar para me levar em casa, mas...
- THIS! Lets go... – Dougie me interrompeu e se levantou na hora do sofá, mas sentiu uma tontura e sentou.
- Como eu ia dizendo, mas você está de repouso e não pode ir – eu disse abraçando ele, que havia se levantado novamente.
- Aff Susan, acho que você nem quer ficar comigo mais – Dougie fez ceninha.
- Pow Harry, imagina se quisesse... – Tom entrou no meio da conversa, quando olhamos para o lado eles estavam nos imitando, Dougie e eu rimos da cena.
- Pois é né Tom? Não agüentávamos mais a Suh falando que queria estar no hospital e não na escola... – Harry respondeu com um dedo na boca.
- Cara, vocês são tão gays... – Dougie rolou os olho rindo.
- Você acha? – Tom perguntou com voz fina imitando um gay.
- Não, imagina – Dougie respondeu irônico.
- Gente, tenho que ir! – Eu disse soltando Dougie e dando um selinho nele. – Até mais amor, amanhã depois da aula eu estou aqui.
- Tudo bem, é o jeito né? – Dougie fez uma cara de cachorro sem dono que me deu dó dele e vontade de ficar, mais do que eu já estava.
Me despedi dele e saí, chegando em casa dou de cara com a minha mãe na porta com uma bolsa na mão.
- Vai onde mamãe? – Perguntei olhando dela para a bolsa e da bolsa para ela.
- Ao hospital – Marcelo apareceu por trás dela falando e pegando a bolsa de suas mãos.
- Hospital? Porque? Você está bem? – Comecei a perguntar e me aproximar de mamãe, ela estava com a barriguinha aparecendo já, afinal estava com 4 meses.
- Não é nada comigo filha, é que a prima do Marcelo está internada e eu vou levar roupas para ela, eu estou bem – ela respondeu e eu respirei aliviada. – Até te chamaria para ir junto, mas eu acho que você não vai querer.
- É, realmente, eu quero apenas tomar um banho e cair na cama – eu disse rindo sem graça.
- Então você não vai querer dar uma volta com seu pai? – Ouvi meu pai atrás de mim perguntar. Me virei sorrindo.

- John! Opa, quero dizer, Pai – eu disse correndo até ele. – Você não tinha viajado?
- Eu adiei para poder sair com você um pouco antes de ir – ele deu de ombros me abraçando de lado.
- Suh, você vai ficar ou posso trancar a porta? – Perguntou mamãe do hall. - Pode trancar, eu vou dar uma voltinha – eu respondi piscando para meu pai.