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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Capítulo 31

Acordei cedo com minha mãe batendo na porta, implorei tanto para ela me deixar ir para a escola, mas ela não deixou. Comecei a encaixotar minhas coisas, eu pegava cada coisa com tanto carinho que parecia que era hiper sensível ao toque, cada coisa que eu tinha no meu quarto era especial e tinha um valor sentimental.

Meus móveis que eu tinha desde que me entendo por gente não iriam comigo, nem minha maca iria para a casa nova. Aquilo me deixou mais para baixo ainda. Eu não iria apenas mudar de casa, eu ia abandonar o meu passado.

- Vamos Susan, você é muito enrolada! – Marcelo me gritou do carro onde ele e minha mãe estavam me esperando enquanto eu olhava a pequena casa a qual eu vivi a minha vida toda, eu tinha lágrimas nos olhos e segurava um urso de pelúcia, daria tudo por um abraço de algum dos meus amigos.
- Estou indo! – Eu disse limpando a lágrima fujona que escapou e virando para entrar no carro. Meu coração estava apertado, não gosto muito de mudanças.
- Não fique assim Suh, só vamos mudar de casa, nada vai mudar! – Minha mãe acariciou meu cabelo quando eu me sentei no banco de trás e encostei nos bancos da frente os braços e deitei a cabeça nos mesmos.
- Eu sei, mas eu quero chorar! – Eu disse com a voz manhosa e ouvi Marcelo bufar do meu lado.
- Tudo bem, então chore, isso lhe fará bem, afinal, foram tantas novidades assim de uma hora para outra! – Ela disse com voz de mãe coruja.
- Obrigada mãe! – Respondi com a voz embargada pelo choro, porque ela tinha que ser tão fofa?
Fui quieta até a nova casa, não demorou muito mais que 10 minutos, mas para mim pareceu uma eternidade. Ela ficava num bairro onde as casas todas tinham piscinas ou quadras no fundo, ou seja, das famílias classe-média alta da cidade. Também era o bairro onde mora o Thiago!
Marcelo parou o carro na frente de uma casa enorme e branca, com um jardim lindo e com uma fonte no meio. A casa era de três andares e as janelas eram de vidros assim como a lateral porta de madeira trabalhada em flores. Havia um caminho que ia do portão pequeno até a pequena escada que antecipa o hall da porta. Marcelo deixou minha mãe e eu na frente do pequeno portão e entrou com o carro pelo portão da garagem. Caminhamos até a porta e quando ela abriu meu queixo caiu. Era praticamente uma mansão! A primeira coisa que eu vi foi o grande lustre e a escada que subia de dois lados, havia também do lado direito uma sala onde deveria ser a sala de estar e do lado esquerdo uma mesa que deveria ser aonde comeríamos, adentrando a casa eu pude ver além da sala de estar a sala de TV. Nesse momento eu já tinha esquecido da casa antiga, subi correndo as escadas do lado direito e cheguei num espaço onde eu entrei e encontrei dois corredores e uma outra escada que eu ignorei, queria achar meu quarto, o da direita havia três portas e o da esquerda cinco. Deduzi que o meu quarto ficava na esquerda, já que o Marcelo havia falado que havia quarto para as minhas amigas nessa casa. Entrei no corredor, mas antes de ir muito longe ouvi passos atrás de mim e me virei.
- Procurando seu quarto Suh? – Minha mãe perguntou sorridente e vindo até mim.
- Sim, qual é? – Eu perguntei toda animada.
- É o do fim do corredor! – Ela disse e eu saí andando, quase correndo e o abri.
Meu queixo furou o chão quando eu abri a porta. O quarto era todo trabalhado branco e vermelho, os móveis, as cortinas e a colcha da cama.
- Nossa mãe, esse quarto é lindo! – Eu disse admirada.
- Eu sabia que você iria gostar! – Ela disse com um tom de orgulho na voz. – Agora o Marcelo está trazendo suas coisas, arrume e mais tarde eu deixo você sair!
Ela não me deixou nem admirar o quarto direito e já me deu coisas para fazer, revirei os olhos e em seguida o chato entrou no quarto com minha uma caixa enorme na mão, a caixa onde estavam meus enfeites que estavam sobre a minha antiga cômoda, eu a abri e comecei a arrumar quando os dois saíram do quarto me deixando sozinha, o que aconteceu apenas por alguns poucos minutos porque logo eles apareceram trazendo outras caixas e minhas malas. Eu apenas sorria amarelo e votava a atenção para o que fazia. Era 15:30PM e eu sozinha, só ouvindo música no mp4, ninguém havia me ligado nem nada e eu ainda estava enrolada arrumando meus livros na prateleira. Aquilo iria até tarde e não daria tempo de sair, até vontade de chorar eu estava.
Chegou uma hora que eu fiquei com raiva e joguei as coisas no chão, queria ver o Dougie e não poderia porque teria que arrumar aquilo, eu estranhei ele não me ligar. Bufei e fui em direção a porta do quarto para descer e comer alguma coisa e beber água, já que eu não havia descido para almoçar, achando que iria comer alguma coisa na rua. Quando abri a porta quase caí para trás.
- O que vocês fazem aqui? – Eu perguntei com um sorriso bobo na cara.
- Viemos te ajudar, tenho certeza que você estava querendo quebrar tudo por não termos dado sinal de vida! – Maira disse me abraçando.
- Tem razão Mai, olha os livros jogados – Priscilla disse entrando no quarto e catando um livro do chão.
- Suh, temos uma surpresa para você! – Lara disse com um sorriso sapeca no rosto.
- Ah o que é? – Perguntei curiosa e querendo sair parar fora do quarto, mas Maira e Priscilla me puxaram para trás.
- Nananinanão, volta aqui!
- Ah me deixa ir ver Maira! – Eu falava com voz birrenta.
- Não, e não vamos te mostrar enquanto não parar de querer ver o que é! – Eu não desisti até me dar por vencida, então parei e cruzei os braços fazendo um bico.
- Tá, nem quero mai saber o que é! – Eu disse pegando um livro do chão e segundos depois eu ouvi a porta abrir.
- Não quer mesmo? – Eu sorri antes de virar ao reconhecer a voz de quem havia entrado no quarto.
- PAI – Eu gritei e corri para abraçá-lo.
- Filha, como você está? – Ele perguntou depois que me colocou no chão.
- Estou bem, tirando o fato de que fiquei isolada em casa o dia todo arrumando o quarto – eu disse e ele olhou o quarto todo.
- É, está bem arrumado, tirando o fato desses livros jogados no chão! – Ele disse sorrindo.
- Ahn... É que eu deixei cair sem querer... – Menti e lancei um olhar para as garotas que seguraram o riso. Afinal porque eu menti?
- Hum, sei – Acho que ele não acreditou muito em mim, mas tanto faz. – Quer ajuda?
- Seria ótimo – eu disse sorrindo.
- E rápido! – Ele disse se abaixando para pegar os livros.
- E vocês? Vai só ficar olhando a gente trabalhar? – Eu disse cerrando os olhos para as garotas sentadas na cama conversando sobre algo que eu não sabia o que era.
- Hum, acho que sim, é bem mais fácil! – Priscilla disse rindo.
- Pois eu vou ajudar minha amiga linda – Maira disse com uma voz de puxa saco e se abaixando ao meu lado.
- Ah se é assim eu também vou! – Lara disse e Priscilla ficou olhando os quatro arrumar a estante.
- Ah para de ser orgulhosa Priscilla, sei que você que quer nos ajudar! – Lara disse para um Priscilla sem graça sentada na cama e fingindo interesse nas unhas. – Veeem!
Ela se juntou a nós e em pouco tempo os livros estavam nos seus devidos lugares.
- Nossa, quando eu estava arrumando sozinha parecia que nunca ia acabar isso! – Eu disse olhando a grande prateleira cheia de livros. Eu adoro ler e minha mãe sempre gostou disso, por isso estava sempre comprando livros novos para mim.
- Bom, está feito! – Meu pai disse sorrindo e se virando para nós. – Quem quer tomar sorvete?
As quatro abriram sorrisos enormes e responderam um “Eu” um pouco animado demais.


3 comentários:

  1. ASUHAUSHA a Suh não tome cuidado não... que as amigas sequestram o pai dela :O

    deu saudade do Dougie nesse capítulo -'

    hm, quando eu vi a inspetora Lola... ain Lola, lá-lá-lá-lá Lola.. @.@

    to adogando,continua (:

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  2. AAAAAAAAAAAAAAAh *-* to amando.

    bjus =*

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