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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Capítulo 32

De noite eu estava sentada na minha cama olhando o nada e lembrando da tarde que passei com minhas amigas e meu pai. Foi realmente muito boa e relaxante. O que eu estranhei foi que Dougie não me ligou nem uma vez durante a tarde e eu estava com mau pressentimento, mas eu evitei pensar nisso. Acho que era ainda receio do sonho que eu tive um tempo atrás. Me deitei e liguei a TV que tinha no quarto, coloquei na MTV e passava um programa de comédia onde algumas pessoas faziam pegadinhas com outras. Eu comecei a rir loucamente das caras que as pessoas faziam. Perdi a noção do tempo e acabei cochilando com a janela aberta e a TV ligada.

- Suh? – Ouvi uma voz me chamar, achei que era alguma espécie de sonho, mas quando abri meus olhos vi uma silhueta em cima de mim, eu me sentei na hora e estremeci de frio, eu não tinha nem me coberto, mas ignorei esse fato encarando a pessoa que me olhava com um sorriso tímido no rosto.
- Dougie? – Minha voz falhou devido o fato de eu ter acabado de acordar. – O que você faz aqui uma hora dessas?
- Eu não agüentei de saudade e resolvi vir te visitar... – Ele disse sorrindo e fazendo carinho no meu rosto com o polegar.
- Mas é tarde da noite, como você entrou? – Eu perguntei ainda confusa. Meu coração estava a mil.
- Dei um jeito, queria muito te ver e dizer que te amo e que não é para você se esquecer disso – ele sorriu de lado o que fez meu coração se acelerar, mas agora era de vertigem, ele não pode sorrir perto de mim assim, quando eu acabo de acordar, só se quiser me matar, eu sorri também e o abracei.
- Senti saudades também, porque você não me ligou? – Foi estranho aquele abraço, ele estava lá e não estava. Ele ia me responder, mas ouvi um baque do outro lado da porta e olhei para a mesma me afastando dele, quando olhei na minha frente Dougie tinha sumido. Eu fiquei sem entender nada. Olhei para os lado para ver se ele estava no quarto ainda, mas só vi o quarto vazio e a janela aberta. Fiz que ia me levantar mas não consegui. A porta se abriu...

Eu acordei suando e a garganta trancada. Olhei para a janela e a mesma se encontrava aberta, e logo percebi a porta aberta. Era minha mãe, ela entrou bem devagar, acho que ela pensou que eu ainda dormia, e desligou a TV. Quando ela ia saindo eu a chamei.
- Mãe?
- Suh? Te acordei? – Ela perguntou um pouco culpada.
- Não, eu estava acordada desde antes da senhora entrar – eu disse me sentando na cama. – Veio alguém aqui me ver?
- Não querida, porque? – Ela disse se sentando na beira da minha cama.
- Nada, é que... Deixa pra lá... – Respirei fundo me levantando da cama.
- Tenta dormir de novo, é 1h P.M. ainda! – Minha mãe disse se levantando.
- Vou beber uma água – eu disse acompanhando ela até embaixo. Bebi minha água e subi, deitei na cama e liguei de novo a TV e acabei dormindo com ela ligada novamente. Mas dessa vez eu não tive pesadelo, nem nenhum outro tipo de sonho.

- SUH – Ouvi Lara gritar no meu ouvido quando cheguei na escola. – Nunca vou me acostumar com essa história de você não vir mais com a gente para escola!
Ela fez biquinho e eu ri dela, Maira, que estava ao seu lado, também riu.
- Ora, e eu então? Vou ter que vir todo dia com o chato do Marcelo, não reclama! – Eu disse cruzando os braços um pouco revoltada por isso, mas eu ainda sorria.
- E aí, como foi a primeira noite na casa nova? – Maira me perguntou mudando de assunto.
- Um horror! – Respondi lembrando do pesadelo.
- Nossa, que houve? – Lara perguntou achando estranho o modo como eu falei.
- Tive um pesadelo, sei lá. Algo do tipo... – Eu respondi não tendo certeza do que dizia, afinal, foi um pesadelo ou só um sonho estranho por Dougie ter sumido?
- Como assim? – Maira perguntou confusa. Quando fui responder fui interrompida.
- Oi gente linda! – Uma Priscilla chega toda sorridente, felicidade que logo passou a ver minha cara de enterro. – Nossa, o que está acontecendo?
- Depois a gente fala disso, pode ser? – Eu disse impaciente.
- Tudo bem então – Lara concordou fazendo bico, de novo, mas não me importei, em um lugar público como a escola sempre existe urubus que podem sair espalhando por ai coisas sobre a gente por ter ouvido o trecho de uma conversa em que não tem nada haver com o que essa pessoa interpreta.
- Então, porque essa animação toda dude? – Perguntei para Priscilla e lembrando do Dougie ao dizer a palavra que ele ama dizer, “dude”.
- Nada, só acordei feliz! – Ela disse abrindo um sorriso.
- Que bom Pri! – Lara respondeu se jogando na garota e quase levando as duas para o chão.
- Hey, calma aí Lah, eu não quer cair aqui no meio do pátio! – Priscilla reclamou me fazendo rir também e esquecer um pouco a aflição a qual eu me encontrava.
- Gente, vocês viram algum dos garotos por aí? – Maira perguntou tirando as palavras da minha boca.
- Não, eu não vejo eles desde ontem na hora do intervalo... – Lara respondeu.
- Estranho, ontem eles mal falaram conosco e o Dougie nem veio... O que será que aconteceu? – Priscilla entrou na conversa e com essas palavras dela minha angústia aumentou. Eu devo ter ficado com uma cara de que tinha visto algum fantasma porque elas me olharam assustadas.
- Suh, você está bem? – Ouvi Maira perguntar, eu balancei a cabeça positivamente.
- Não, você não está bem, ficou branca de uma hora para outra – Priscilla disse com um tom firme na voz. Ela estava certa, eu sabia que algo tinha acontecido, acho que por isso que eu tive um sonho tão real com Dougie, a ultima vez que isso aconteceu foi quando minha avó morreu. Eu sonhei com ela vindo me falar que sempre estaria comigo e que era para mim cuidar da minha mãe e que era para mim ser forte, na hora não soube o que ela quis dizer no sonho, mas de manhã eu soube. Vou falar que tenho medo disso e queria achar que fosse só uma coincidência, mas minha mente se recusava a aceitar isso.
- Lembram do sonho, pesadelo, tanto faz, que eu falei que tive essa noite? – elas afirmaram. – Então, eu sonhei com o Dougie, ele veio no sonho me dizer que me ama muito e que não era para mim esquecer disso... Foi tão real... – Eu disse e meus olhos começaram a lacrimejar. As garotas sabem como eu tenho medo de sonhos assim, elas olharam entre si e se sentaram ao meu lado ao mesmo tempo que bateu o sino. Nos levantamos e fomos para a sala. Eu não queria ir e me sentar ao lado de um banco vazio. Dougie não iria para a escola, eu sabia, mas me recusava a aceitar. Só queria poder ligar para ele e ter certeza de que ele estava bem, e eu faria isso no intervalo. Eu nem sei porque não liguei para ele ontem mesmo. Sou uma burra. Porque ele que tem que ligar? Estamos no século XXI, não preciso mais esperar ele ligar.
Me sentei no meu lugar com o coração apertado. A professora de Geografia começou a dar a aula dela e todos estavam até quietos. Parecia que tinha séculos que ela estava lá falando, mas tinha se passado só quinze minutos. Eu percebi uma movimentação fora da sala e direcionei minha atenção para lá. Era a diretora acompanhada de uma mulher que eu não via o rosto, mas me era conhecida. Fiquei reparando nelas e nem percebi que vinham umas pessoas atrás delas, quando os vi meu coração bateu forte. Estavam Harry, Danny e Tom caminhando no pátio atrás das duas e um segundo depois eu vi que era a mãe de Dougie. Não ia conseguir ficar lá na sala sentada, precisava falar com os garotos, onde estava Dougie afinal? Vi que eles subiram para o refeitórios e eles estavam sérios, coisa que eu nunca tinha visto.


3 comentários:

  1. SANTO CRISTO, EU QUERO O 33° CAPITULO

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  2. Ain meu senhor amado!
    até eu fiquei com o coração apertado, olhos lacrimejados e arrepiada, sério O.O

    tomara que ela saia que nem louca da sala, por que... DUDE eu quero saber o que vai acontecer, tá sentindo meu desespero?

    pra os guys tarem sérios... Eu to pronta pra pari alguém daqui a pouco T.T

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  3. shuahsuahsa que bom, sinal de que tá boa \o/

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