Páginas

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Capítulo 28

- Minha nossa, como aconteceu coisas desde a última vez que você me contou algo dele – minha mãe disse com um tom de voz querendo parecer magoada.
- Desculpa mãe, é que tudo aconteceu tão rápido – eu disse e ela sorriu para mim.
- Tudo bem – ela respondeu e se levantou. – Agora que está tudo resolvido a grávida aqui precisa ir dormir, com licença.
- Boa noite Cintia! – Meu pai disse.
- Boa noite tia – Maira disse.
- Boa noite mãe... – eu disse enquanto ela saia da cozinha bocejando. De repente eu arregalei os olhos preocupada. - Que horas são?
- 8:30PM – John disse, “vai se difícil eu me acostumar a chamá-lo de pai ok”. Eu relaxei, ainda estava espantada que o  tempo tinha passado tão rápido, eu ia  ter que ir dormir muito tarde porque eu ia ter que pensar mais tarde já que eu queria ir com a Lara visitar o Tom, ele morava com Dougie e eu estava com saudade do meu fofo. – Bom meninas, tenho que ir para casa, ainda está tudo uma bagunça porque as coisas do caminhão que tinha estragado chegou hoje e eu não tive tempo nem paciência para arrumar.
- Tudo bem pai – enfatizei essa palavra – volta aqui amanhã depois da escola para sairmos para dar uma volta por aí e nos conhecer?
- Claro! – Ele respondeu radiante.
- Passa aqui lá pelas 3:30PM que eu tenho certeza que já estarei aqui... – Perguntei e ele negou com a cabeça.
- Não, amanhã eu te pego na escola – Eu abri um sorriso enorme, meu pai indo me buscar na escola, parecia um sonho... “O que foi? Eu nunca tive um homem fazendo o papel de pai na minha vida, isso é emocionante tá!”.
Fui com ele até a sala abraçada de lado de um lado e Maira do outro lado, confesso que fiquei com ciúmes, mas ela pode.
- Até amanhã Suh, tchau de novo Maira! – Ele disse passando pela porta, respondemos e ele fechou a porta indo embora e eu fiz bico, Lara veio e me deu um abraço.
- Maira, você ainda vai na casa do Tom? Seus pais não vão brigar se você chegar quase 10:00PM em casa? – Eu perguntei depois que nos sentamos no sofá.
- Sim, eu vou e Suh... Saí do castigo hoje! – ela disse e eu comecei a dar gritinhos, só não foram muito altos porque minha mãe estava dormindo. Estávamos pulando igual doidas, se nos vissem naquele estado nos levariam para o manicômio, logo paramos o nosso ataque e bateu uma saudade do Dougie.
- Vamos logo para a casa do Tom – eu disse puxando ela para a porta.
- Nem sei porque você está com tanta pressa de irmos lá – ela disse ironicamente e eu ri dela.
- Deixa para resmungar no caminho... – parei de falar quando abri a porta, porque um ser lesado que ia bater na porta bateu no meu nariz.
- Ah desculpa Suh! – Danny disse pulando em cima e mim e alisando meu nariz enquanto Maira ria loucamente atrás de mim.
- Sai daqui Jones... – Eu disse empurrando ele para trás, menino retardado. – Tadinha da porta, dói tanto uns socos desses... Danny, você não viu que tem campainha aqui não? – eu disse mostrando o botão para ele que riu sem graça.
- Não vi não... – ele coçou a nuca olhando pro chão.
- Na verdade, o que você veio fazer aqui sozinho? – Perguntei rindo da cara de culpado que ele estava.
- É que eu fui dar uma volta com a Paola pela pista, aí o primo dela apareceu e ofereceu carona e ela foi embora com ele, aí eu estava voltando para casa e resolvi passar aqui antes – ele nos lançou um sorriso amarelo depois que acabou de falar.
- E a Lara Danny? Já esqueceu ela? – Maira perguntou rindo e ele mostrou língua pra ela.
- E você e o Tom? – Ele perguntou querendo rebater à altura, no mínimo não tinha visto o garoto depois do ocorrido na praça.
- Estamos bem, obrigada! – Ela respondeu e ele ficou com uma cara de bobo.
- Vocês se acertaram? – Ele finalmente caiu em si.
- Aham! – Maira respondeu.
- Hum que bom... – eu disse virando Danny pelos ombros e empurrando para o portão. – Estávamos mesmo indo para sua casa ver o Tom e o Dougie.
- Mas não vai nem me chamar para entrar na sua casa? – Ele resmungou tentando resistir aos meus empurrões.
- Danny-se – eu disse brincando com o nome dele e ele não entendeu, “ok, dá um desconto que ele não pegou todas as gírias brasileiras ainda”.
- Explica melhor? To boiando... - - Ele disse coçando a nunca e olhando para o chão de novo.
- Deixa para lá, vamos embora! – Maira disse rindo dele.
Fomos a pé à casa dos garotos, falando bobeiras rindo e pagando mico.

Chegamos rindo muito de mim que quase caí do meio fio e molhei tudo a barra da minha calça quando fui inventar de me equilibrar igual fazia quando saía para passear com minha mãe.
- O que vocês estão fazendo andando com esse pateta? – Ouvi uma voz conhecida vindo da cozinha, me virei e vi Dougie com um saco de pipoca de microondas numa mãe e um saco de doces na outra. Ele se aproximou e me deu um selinho. – O que aconteceu com seu nariz Suh?
Dougie estava com uma cara de espanto e entregou o que segurava para o Tom que estava sentado no sofá com Maira vendo alguma coisa na TV.
- O Danny que foi bater na porta da minha casa e eu a abri bem na hora e ele bateu no meu nariz – eu disse rindo ao lembrar do que aconteceu.
- Danny, você é um monstro lesado, não viu que na casa dela tem campainha? – Ele franziu o cenho – E o portão? Danny, como você passou pelo portão? – até aquele momento eu não tinha pensado nisso, como ele tinha entrado na minha casa sendo que para abrir o portão por fora é só com a chave?
- Ah o portão estava aberto e eu entrei... – ele deu de ombros como se aquilo fosse natural.
- Que estranho, fui a última a entrar e posso jurar que fechei o portão! – Maira que estava no maior Love com o Tom disse. Eu fiquei pensando por alguns segundos e de repente me veio à luz!
- É, fomos as últimas a entrar, mas não a sair... – eu disse erguendo uma sobrancelha e ela ficou pensando.
- Ah é, o Marcelo e o John saíram de lá depois que entramos! – Vi os olhos de Tom e Dougie se revezarem entre Maira e eu.
- Quem são esses? – Maxilares duros, oi! Tom perguntou frio.
- Está com ciuminhos Thomas? – Maira provocou, ele não respondeu.
Dougie agora olhava sério para o nada, quando nossos olhares se cruzaram eu gelei por dentro, o azul dos olhos dele estavam escuros, quase verdes. “Será ciúmes? Oh God!”.
- Calma gente, não é nada disse que vocês estão pensando, deixa eu explicar... – Disse essa frase de propósito, já disse que adoro fazer piada de tudo?
- Se ferrou Suh, você disse a frase dos culpados! – Danny disse e Tom e Dougie lançaram olhares mortais para ele.
- Cuida da tua vida Daniel! – Tom falou tão bravo que se sentou em uma poltrona sem graça, pelo menos ele entendeu dessa vez.
Eu ainda estava em pé com o Dougie por trás dos sofás, ele estava segurando em cima do sofá e os dos seus dedos estavam brancos, então parei de brincar.
- Marcelo é o namorado, ou noivo, da minha mãe... E o John... Bom, ele é meu – eu não queria falar ainda para eles, mas foi o jeito. – Pai!
Eles relaxaram, e em suas faces aparentavam arrependimento.
- Vocês são tão dramáticos! – Maira disse rindo deles.
- É, mas analisa a nossa situação, nossas namoradas falando de caras que nem conhecemos e não querem que nós tenhamos ciúmes? – Dougie reclamou fazendo bico, eu fui até ele e dei um selinho.
- Tudo bem meu amor, eu te entendo – disse puxando ele pela mão até o sofá, ele sentou e eu deitei no sofá com a cabeça no colo dele, demorei alguns segundo para olhar para a TV porque fiquei observando ele do queixo pra Cida de um ângulo diferente, ele era lindo de qualquer jeito mesmo!
Passava uma cena estranha, um homem de cabelo branco de penteado esquisito estava apavorado na torre de uma igreja tentando pegar um fio para conectar em algo que estava na sua mão enquanto um garoto acelerava um carro estranho e com uma espécie de antena atrás, tipo aquelas de carrinho de bate-bate dos parques de diversão no fim de uma rua deserta.
- Que filme é esse? Parece ser tão antigo! – Perguntei curiosa, tinha a impressão de já ter visto o filme, mas não lembrava de nada.
- De Volta Para o Futuro I – Tom respondeu enfiando uma pipoca na boca.
- O Tom adora tanto esse filme que ele me disse que se fosse mulher ele ia casar com o Michael J. Fox – Danny disse e eu só vi um travesseiro voando.
- Cala a boca Jones, nunca disse isso! – Tom falou enquanto Danny ria na maneira retardada dele.
- Falou sim – Dougie disse e Tom jogou um travesseiro nele também que pegou em mim, eu peguei o travesseiro e taquei de volta, só que acertou Maira, que tacou em mim que já estava em pé e desviei e pegou em Dougie. Começamos uma guerra de travesseiro com dois travesseiros somente.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale o que acha...Gostou? Surte ou acabe comigo risos