Páginas

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Capítulo 16

Dentro do carro no caminho de casa eu fiquei quieta, queria pensar, mas as meninas toda hora chamavam meu nome para contar algo que elas fizeram enquanto eu estava com o Thiago, eu nem estava prestando atenção em nada que elas falavam, o que havia acontecido naquela noite?

“Vamos colocar tudo em ordem”, eu pensei comigo mesma.
“1º Thiago parece estar mesmo afim de mim.” Eu estremeci com esse pensamento, “é até engraçado, eu sempre tive atração por ele e ele só me falava oi de vez em quando, agora que eu estou gostando do Dougie ele vem se declarar pra mim... Acho que isso é pelo fato de nas férias eu ter mudado muito, ano passado eu usava umas roupas estranhas, feias, nem eu sei como tinha coragem de usar aquilo...”
“2º Dougie estava beijando uma loira falsa, oxigenada e oferecida!” eu fiz uma careta só de lembrar daquela menina assanhada. “Prova que ele não está afim de mim, acho que é coisa da minha cabeça, eu não tenho coragem de chegar nele para falar que ele me atrai.. é muito difícil, vai que depois que eu me declaro e ele me dá um toco como eu fico? Acho que nem a nossa amizade iria continuar, não eu sendo do jeito que sou..” eu observei o caminho que minha mãe tomava, estávamos chegando na casa de Priscilla.
“3º Eu fiquei balançada por Thiago... E se eu der uma chance pra ele? Eu gosto dele também, achei que tinha esquecido dele depois do Dougie, mas hoje a noite fiquei.. sei lá... AAAAi como a vida é difícil... Porque comigo?” eu pensei isso e coloquei a cabeça entre as mãos e deitei para frente ficando com a mão em cima das minhas pernas, senti que minha mãe parava o carro, ela devia ter chegado na casa da Priscilla.

- Tchau Pri, - eu falei ainda na mesma posição. Minha mãe também se despediu dela.
- Tchau Suh, tchau tia, até amanhã – Ouvi ela me falando.
- Tchau Suh, vou dormir na casa da Pri hoje... – Lara disse toda animada.
- Sua mãe deixou Lara? – Minha mãe perguntou e eu olhei para ela, não sei por que fiz isso.
- Sim tia, eu liguei para ela enquanto a Suh ligava para a senhora – ela disse sorrindo.
- Então tchau... – minha mãe falou.
- Tchau meninas, amanhã a gente se vê. – Eu disse voltando a virar a cabeça para a minha mão, eu achava que assim eu ia parar de pensar, mas não, isso não acontecia e minha cabeça continuava a todo vapor. Comecei a cantar uma música mentalmente. Senti minha mãe colocar a mão na minha cabeça e bagunçar um pouco o meu cabelo. Chegamos em casa e quando entramos eu sentei no sofá e fiquei olhando para a TV desligada. Minha mãe se sentou do meu lado com a cara preocupada dela.
- Que foi filha? – ela me perguntou e eu fiquei calada pensando, mais do que já estava, se eu contava para ela, resolvi contar, “Ela deve ter algum conselho para mim, tem que ter...”
- É o seguinte mãe, lembra do Dougie né? O garoto que eu falei que to gostando..
- Sim lembro dele sim... – Ela concordou comigo.
- Então, ele tava na festa... Mas eu só vi ele uma vez...
- Ta e daí? Porque você está assim? Porque você viu ele? – Ela me perguntou impaciente.
- Calma mãe, deixa eu falar, vou contar como foi desde o começo... É o seguinte, o aniversariante, o Thiago, ele está afim de mim e ficou atrás de mim a festa toda, mas eu estava esperando o Dougie, eu que convenci o Thiago a chamá-lo, aí, as meninas me deixou lá sozinha porque elas foram curtir e eu queria esperar eles... Porque os amigos dele também ia, mas eu estava entediada e aí veio o Thiago e me chamou pra dançar e eu fui, depois que a gente se cansou de dançar fomos sentar no sofá e eu tinha esquecido do Dougie...
- Esse Thiago é aquele menino que você vivia falando que é lindo coisa e tal? – Minha mãe me interrompeu de novo.
- Sim, é esse mesmo. Daí a gente estava conversando no maior alto astral e de repente ele tentou me beijar, e eu recusei, daí eu olhei para o lado na pista de dança o Dougie dançando com uma loira falsa e oferecida – eu fiz cara feia de novo só de lembrar da cena novamente. – Aí o Thiago falou comigo e eu olhei para ele, quando eu olhei para a pista de novo o Dougie estava beijando a oferecida, aí... – eu espirei fundo – eu não pensei duas vezes e beijei o Thiago e eu tenho certeza que o Dougie viu... calma, deixa eu terminar... – eu disse quando minha mãe ameaçou falar alguma coisa – E eu estou assim porque eu tenho certeza que ele não está afim de mim e se ele estava depois do que eu fiz não está mais.
- Filha, isso acontece, eu vi o jeito que ele te olha, ele te olha de um jeito especial e eu achava que você já tinha reparado, que estranho... – Ela deu de ombros, sabia, ela não é muito boa em dar conselhos, é como eu – Sabe, agora de noite quando eu estava indo te buscar eu vi um garoto bem parecido com ele saindo da festa, talvez era ele...
- Obrigada mãe, agora eu acabei de confirmar minhas suspeitas, ele me viu beijando o Thiago... – eu disse mal humorada, e indo para o meu quarto, depois eu fiquei meio mal, minha mãe ao tinha culpa das minhas burradas para mim falar com ela daquele jeito. Deitei e na minha cama e fiquei pensando mais e mais, achei que ia enlouquecer de tanto pensar até que dormi.

Acordei no outro dia com a cabeça doendo, devia ser de tanto pensar, resolvi ficar deitada por mais algum tempo. Peguei meu caderno da escola e resolvi que eu ia escrever alguma coisa. “Uma música? Um texto? Um Poema?” não sabia o que eu faria só sabia que tinha que expressar meus sentimentos de alguma forma.

Gravity
“Gravidade”
Stop pullin? me
“Pare de me puxar”

I know that you still haven't found you,
“Eu sei que você ainda não se encontrou”
And when I wanna stand on my own too
“E quando eu quero ficar na minha também”
Suddenly you start to show
“De repente você começa a mostrar”
Signs of what is possible
“Sinais de que é possível”

Then you're back to your ways
“Depois você volta ao que era”
And I let me down
“e eu fico triste”
Tell me why I keep tryin'a stay around
“Diga-me por que eu continuo tentando ficar por perto”
When all my family
“Quando toda a minha família”
They always telling me
“Eles sempre me dizem”

To be through with you
“Para ser sincera com você”
And I know that deep down Im callin? time on you
“E eu sei que no fundo eu estou pedindo um tempo”
On you
“Com você”

Every time I'm ready to leave
“Toda vez que estou pronta para sair”
Always seem to be
“Sempre pareço estar”
Pullin' in the wrong direction
“Me agarrando na direção errada”
Divin' in with no protection
“Mergulhando nisso sem proteção”
Man, you can't keep steerin' me wrong
“E você não pode me manter na direção errada”

Oh gravity
“Oh gravidade”
Pullin' me back
“Me puxando de volta,”
Pullin' me in
“me puxando para dentro”
Why you pullin' me back
“Por que você me puxa de volta,”
Pullin' me in
“para dentro?”
Just like gravity
“Como a gravidade”
Gravity 
“Gravidade”

Eu comecei escrevendo, mas tive que parar, meu coração começou a ficar apertado. Resolvi me levantar, tomar banho e ir na casa da Maira conversar com ela, ela sim saberia me ajudar. Me arrumei e fui para a cozinha, tinha sentido um cheiro de café. “Minha mãe em casa levantando mais cedo que eu... Coisa boa não é” eu pensei desconfiada, isso era estranho, ela só faz isso quando quer me contar algo.
- Mãe o que você está aprontando agora? – Eu disse entrando na cozinha.
- Seu café da manhã dorminhoca! – Ela disse vindo até mim e me dando um beijo. – Bom dia!
- Bom dia! – Ficamos em silencio. – Mãe, me desculpa por ontem, eu estava nervosa – eu disse e levei a caneca de chocolate quente que minha mãe tinha me servido.
- Você está muito paranóica menina, eu sei que você falou aquilo porque você estava nervosa... – Ela disse se levantando e levando seu copo para a pia. Terminamos de tomar o café da manhã e eu ainda não tinha conseguido fazer minha mãe falar o que ela tinha pra me falar, eu acabei desistindo.
- Mãe, to indo lá na Mai – Eu disse já saindo pela porta.Quando eu sei pelo portão me deu uma vontade louca de ir para a pista, eu iria ver se a Maira queria ir comigo.

Cheguei na casa da minha amiga, mas ela ia ir para a fazenda com os pais dela.
- ai que raiva Suh, eu não quero ir, lá não tem nada para se fazer... Queria ficar aqui na cidade, mas meus pais me obrigaram a ir com eles... – a menina disse batendo o pé de raiva.
- Mas pensa no lado bom, você vai respirar ar puro, vai... hum... – eu não sabia o que falar que tinha de bom numa fazenda, eu também não gostava de fazendas.
- Não está ajudando Suh – ela disse rindo. Os pais dela saíram para fora com as ultimas coisas que eles iam levar para a fazenda. Me despedi dela e fui para a pista sozinha, queria falar só com ela, minha melhor amiga, mas paciência...

“Na pista de caminhadas eu nunca ia para caminhar, isso é até engraçado...” e porque eu estava pensando nisso agora? Voltei a pensar na minha vida desastrada. Dougie um garoto lindo que eu estava afim, até aí tudo bem, mas agora um antigo amor platônico que não é mais platônico aparece, o que fazer? Eu não queria falar isso para mais ninguém, desistiu de falar isso para Maira também, não gostava que as pessoas ficassem dando palpites sobre a minha vida, já bastava minha mãe ficar sabendo. Sentei num banco da pista e fiquei olhando as pessoas caminhando, naquela hora, com um sol quente, havia apenas algumas poucas pessoas. Eu olhava para elas e ficava pensando se elas gostavam de alguém, se eram correspondidas, se fizeram bobeiras que acabaram com todas as suas esperanças. Me cansei de ficar sentada, levantei e comecei a correr, corri até me cansar e esquecer a vida. As pessoas ali não ligariam do porque  de eu estar correndo, ali era o lugar de fazer isso. Quando eu cansei fui ao bebedouro estava com muita sede. Quando vou me virar vejo Dougie chegando na pista
- Tomara que ele não me veja aqui, não estou psicologicamente preparada para falar com ele, tenho que pensar mais... – falei comigo mesma. Mas parece que minhas preces não foram atendidas porque ele me viu e veio para onde eu estava. – Bom, lá vamos nós... Prepare-se Susan.

- Suuh, o que você faz aqui... – ele olhou para mim toda suada e ofegante – e toda suada? Estava correndo?
- Sim, sim, estava cansada da minha vida monótona e resolvi virar uma atleta – e eu disse rindo e fazendo ele sorrir também. – E você, o que faz aqui uma hora dessas? Esta cedo para as pessoas virem para a pista.
- Sei lá, me deu uma vontade louca de vir para cá... – ele parou e ficou pensativo.
- Vamos nos sentar, eu estou muito cansada.
Fomos para o banco que era para três pessoas, o lugar do meio ficou vago, queria sentar lá, mas não podia, ou eu estava apenas com medo...
- Nossa, eu fiquei surpresa em ver você com aquela menina na festa ontem, não sabia que você gosta de loiras – “falsas e oferecidas” adoraria ter falado isso.
- Hum... Olha quem fala, catando o aniversariante – ele disse rindo. Eu corei e meu coração disparou.
- Ah... caramba... você viu? – eu disse sem jeito não sabia o que falar.
- É, você quase o engoliu – ele disse ainda rindo. Eu queria me enfiar num buraco, minhas suspeitas estavam confirmadas, ele realmente não gostava de mim como eu gostava dele. – Confesso que foi estranho ver aquilo.
- Mas você também estava engolindo a loira que te acompanhava – disse tentando acabar com aquela conversa.
- ELA me beijou – Dougie disse dando ênfase na palavra “ela”.
- Sério? Ah nem responde, vamos mudar de assunto... – ele já tinha me respondido o que eu queria saber e muito mais. Começamos a falar sobre coisas que nos fazia rir. Dougie é bom em fazer as pessoas rirem e eu não fico atrás.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fale o que acha...Gostou? Surte ou acabe comigo risos