Páginas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Capítulo 25

Quando a tensão passou, tive uma tarde alegre com minha mãe comendo bobeiras e assistindo filmes clássicos com ela, eu até havia me esquecido do ocorrido como Thiago na escola, mas quando minha mãe recebeu uma ligação de Marcelo e foi se arrumar para sair com ele e me deixou sozinha, o turbilhão de preocupações me tomou de novo.
Quando deitei na minha cama me bateu uma vontade louca de dividir o que aconteceu comigo com alguém, precisava que alguém soubesse e conversasse comigo, mas que essa pessoa não estivesse enrolada na encrenca. Precisava falar não só dobre o retorno de John, mas também sobre as novidades que mudarão minha vida para sempre.
Peguei meu telefone e disquei o número de Maira, chamou por alguns segundos até eu ouvir um bip e logo após a voz conhecida.
- Oi Suh?
- Oi Mai, a fim de conversar hoje? – Disse para ela que tinha novidades indiretamente.
- O que você quer me falar? – Ela entendeu na hora.
- Tanta coisa – disse esvaziando meus pulmões.
- Me encontra na pista daqui há 15 minutos então?
- Não, na pista não – Lá era um local muito movimentado por pessoas que conhecemos e sempre podia aparecer alguém.
- Então na praça em frente ao cinema? – Ela sugeriu o lugar perfeito, raramente encontramos conhecidos por lá.
- Perfeito, mas é para me encontrar lá daqui à 10 minutos – exigi, a praça era mais perto da casa dela então não via porque demorar tanto.
- Tudo bem, vou estar lá – ela disse e mesmo pelo telefone soube que ela estava sorrindo – Só não morra antes de aparecer que eu estou curiosa.
Dei uma risada alta do comentário dela.
- Tchau Mai – disse ainda rindo.
- Tchau Suh – ela respondeu rindo também.

Cinco minutos após ter desligado o celular eu já estava saindo de casa e fui me arrastando até a praça para o tempo passar mais rápido. Quando eu dobrei a esquina vi que ela já estava lá e logo ela me avistou.
- SUUUUUUUUUUUUUUUH! – Ela me gritou abanando os braços freneticamente, eu morrendo de vergonha acenei para ela indicando que eu já a tinha visto e ela parou de acenar, aí eu comecei a andar mais rápido para onde ela estava, mas podia jurar que eu estava vermelha ainda.
- Por que não pegou um megafone e um nariz de palhaço que chamava menos atenção – eu disse rindo ao chegar perto da doida.
- Engraçadinha – ela disse me mostrando língua. – Agora me conta, hoje eu saí mais cedo e nem conversamos muito né? – Ela começou a cuspir as palavras e eu comecei a rir.
- Você tomou coca-cola e comeu chocolate ao mesmo tempo ou bebeu mesmo cachaça? – Eu disse rindo – Respira um pouco...
- Haha, você me conhece mesmo né? Tomei coca-cola comendo chocolate – ela disse rindo e pulando ao mesmo tempo.
- Claro, você geralmente é mais quieta, ou menos louca – eu disse puxando ela pra se sentar num banco pra conversarmos. Mas vendo ela naquele estado acho que ela não levaria as coisas a sério, então resolvi dar algo pra ela pra cortar o efeito.
- Vem, vamos na padaria comprar algo salgado... – Puxei ela contra vontade até a padaria que ficava em frente a praça, comprei um enroladinho e fiz ela empurrar para dentro.
Eu fiquei ouvindo ela falar besteiras e rindo das mesmas até ela voltar ao normal e se lembrar de que eu tinha algo para falar.
- O que você queria me falar? – Perguntou ela lúcida agora.
- Bom, é tanta coisa...
- Veio contar para a pessoa certa - ela disse com um sorriso meigo na cara que me fez ficar confiante de contar tudo para ela naquele momento.
- Bom, o Thiago veio com uma conversa estranha para cima de mim hoje, minha mãe está grávida e para finalizar... O John Winchester se mudou para a cidade! – Despejei as palavras para ela e depois de um minuto de choque ela recuperou a consciência.
- Para tudo, seu pai se mudou para cá? – Ela disse meio nerd por causa do bombardeio que joguei nela.
- aham – Confirmei.
- E você vai ter um irmão? – Ela queria ligar os fatos.
- Isso mesmo – eu disse e ela arregalou os olhos.
- Sua mãe engravidou do seu pai? – Quando ela perguntou isso eu não consegui segurar o riso. Ri tanto que chorei e minha barriga começou a doer.
- Não... Nã... Minha... Minha mãe está... Está grávida... Do... Do Mar... Do Marcelo – eu tentei explicar mas não consegui porque estava rindo muito.
- Qual é a graça? – Ela perguntou começando a ficar irritada.
- A sua cara – eu disse normalmente por já ter parado de rir. – Foi tão engraçada.
Depois que disse isso o riso quis voltar, mas eu segurei.
- Ah fala sério – ela disse cruzando os braços. – Mas vamos começar pelo que eu já estou familiarizada, sobre o Thiago.
Meu coração acelerou, que droga, porque sempre que ia falar dele meu coração fica nesse estado?
- Eu esquecei meu casaco hoje na sala, daí quando fui buscar acho que o Thiago me viu entrar na escola de novo sozinha, quando eu estava saindo da sala ele me parou, perguntando coisas do tipo, se eu gostava dele, mas não só como amigo, se ele tinha chance comigo... – Eu disse fazendo uma cara confusa e Maira parecia analisar a situação.
- E o que você falou? – Ela perguntou depois de um breve silêncio.
- Eu não disse nada, não consegui responder, queria dizer que não, mas me pareceu errado... – Eu disse atropelando as palavras porque nem eu as entendia.
Maira arregalou os olhos.
- E aí? O que ele achou do seu silêncio?
- Como eu não o respondi, ele refez a pergunta... Perguntou que se o Dougie não tivesse aparecido ele tinha chance comigo – eu disse tensa só de pensar em nunca ter conhecido o Dougie.
- E você...? – Ela me encorajou a contar.
- Ah eu disse que sim, que eu sempre tive uma queda por ele até o Dougie aparecer – eu disse e o queixo dela caiu.
- Não acredito que você teve coragem de dizer isso – ela falou com uma cara de quem estava gostando da minha confusão.
- Ele me pressionou – eu disse corando. – E era verdade.
- E aí, o que ele falou? Que gostou do que ouviu? – Ela perguntou radiante, será que ela tinha esquecido do Dougie?
- Que já tinha ouvido o que queria, daí ele me deu um selinho e saiu – quando falei do selinho ela ficou de queixo caído de novo.
- Selinho? – Ela iria dar um infarto.
- É, ele foi tão rápido que nem tive tempo de recuar... – Disse com vergonha.
- Minha nossa Suh, e se ele estiver gostando de você – aquilo é o que minha consciência me dizia desde que ele saiu daquela sala, mas que eu me recusava a aceitar, não podia ser, justo agora que o Dougie apareceu.
- Se isso for verdade azar o dele, eu gosto do Dougie – disse firme.
- É, azar o dele! – Ela concordou comigo orgulhosa nem sei por quê. – E agora me conta sobre o seu pai, sobre o Thiago a gente fala mais depois...
- Bom, eu quase voei no pescoço dele quando vi ele sentado lá na cozinha... – eu disse sentindo remorso[?] – Xinguei Deus e o mundo... Ele disse que eu iria morar com ele contra minha vontade, eu dizia que não. Mas eu me estressei tanto com ele quando culpou minha mãe por eu não gostar dele que eu mandei ele embora de casa aos berros porque eu precisava falar umas coisas pendentes com minha mãe, daí eu descobri que ela estava grávida e também descobri que tudo que eu sempre pensei de John... Não passou de um engano...
- Oh God, Suh, isso é... Tão… Complicado… - Ela disse depois de um tempo pensando. Eu não ia falar mais nada até ela absorver tudo, ela é minha amiga desde que me entendo por gente e ela sabe o que eu sofri, acho que até mais que eu mesma, acho que por isso tenho vontade de falar tudo para ela primeiro.
Ela continuou pensando por cerca de uns cinco minutos e eu esperei pacientemente já que tinha desabafado tudo mesmo.
- Você vai morar com ele? Você aceitou a gravidez da sua mãe? Ela vai casar com o Marcelo? Você vai aceitar isso? – Maira jogou a enxurrada de perguntas e eu comecei a rir da cara dela, depois respirei fundo para parar de rir.
- Vou responder uma pergunta por vez tá! – eu disse com um tom de humor na voz ainda. – Aceitei a gravidez da minha mãe sim já que eu não posso fazer nada, fora que eu sempre quis um irmãozinho caçula...
- Que bom – ela disse sorrindo meigamente.
- Ela falou que vai se casar com o Marcelo – fiz uma cara de que tinha chupado limão ao dizer isso – infelizmente...
- Ai que raiva, eu não gosto dele Suh... A Tia Cintia anda tão distante desde que começou a namorá-lo – ela disse com pesar na voz.
- Imagina como eu me sinto então... – eu disse triste.
- E você não me respondeu se vai morar com o John – ela me cobrou uma resposta.
- Depois que descobri que o John realmente me ama como filha, e que voltou para a cidade, eu resolvi fazer um teste, vou morar com minha mãe e o Marcelo, se não der certo eu me mudo para a casa do meu pai – Maira arregalou os olhos e eu também ao perceber o que eu acabara de dizer.
- Você falou pai? – Ela estava em choque.
- É, acho que disse – eu respondi, mas parecia que eu estava em Marte.
- Ain que bonitinho Suh... – Ela disse me dando uma braço de lado que me deixou sem ar e eu comecei a rir.
- Se você contar para alguém isso você morre – fingi ameaçá-la com o dedo na cara dela.
- Tudo bem, bico calado! – Ela disse apertando os lábios com os dedos, indicador e polegar e eu caí na risada.
Enquanto eu ria ela fixou os olhos em um ponto fixo atrás de mim, eu até fiquei com medo de olhar só pela expressão dela.


Um comentário:

  1. awn, cada vez melhor. Eu AMO sua fic suh, continua *-----------* quero mtmt o proximo cap :D

    ResponderExcluir

Fale o que acha...Gostou? Surte ou acabe comigo risos