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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Capítulo 23

Depois de um dia de aula, quando todos nós saíamos da escola, percebi que tinha deixado meu casaco dentro da sala de aula e teria que voltar para pegá-la, bufei e revirei os olhos de raiva.
- Gente, vou ter que voltar, esqueci minha blusa de frio na sala – Anunciei e Lara que ia voltar comigo revirou os olhos.
- Ah não Suh, onde você estava com a cabeça? To com pressa pra... – Ela arregalou os olhos, parecia que tinha falado algo que não podia.
- Pra? – Eu perguntei incentivando que ela continuasse mesmo assim.
- Deixa para lá, só não vou poder te esperar hoje – Ela falou e fez cara de que sentia muito.
- Tudo bem – Eu disse, Priscilla e Maira já tinham ido embora, só Dougie conversava com Harry um pouco mais a nossa frente e os outros nem tinha visto para onde foram.
- Tchau Suh, manda um beijo pra tia Cintia – ela disse e eu senti uma pontada no peito porque eu lembrei da minha discussão com minha mãe.
- Tchau, pode deixar que eu mando o beijo – respondi dando um abraço nela.
Pensei em ir falar com o Dougie, mas ia ser bem rápido, ainda estávamos perto da sala, quando eles viram que Lara e eu paramos eles pararam também. Me virei e fui rápido, quase correndo pelo caminha que eu tinha acabado de percorrer só que para o sentido contrário até entrar na sala, peguei o casaco e me dirigi para a porta, quando ia estava prestes a passar um ser tampa minha passagem, respirei fundo ao ver quem era.
- Thiago – dei um sorriso sem graça, aqueles que só sai por educação.
- Oi – Ele deu um sorriso luminoso, dá um desconte, eu posso gostar do Dougie, mas não sou cega também e eu não posso negar que Thiago é bonito e meu coração dispara quando ele chega perto - Tem me ignorado tanto esses dias.
Fiquei tensa quando ele falou isso para mim porque ele deu um passo na minha direção, o olhar dele estava estranho, estava me dando medo, eu dei alguns passos para trás quando ele deu outro passo, eu não conseguia pensar em nada para falar e respondê-lo.
- Ando ocupada... Muitas coisas acontecendo esses dias – respondi hesitante, minha voz tremia, eu tremia, minhas pernas estavam bambas “que porra ta acontecendo comigo?”, o sorriso dele desapareceu.
- Com aquele bando de ingleses idiotas né? – Ele me perguntou com certa raiva na voz.
- Não, e não é da sua conta – eu disse agora tomando coragem e tentando passar por ele, mas quando fui passar pela porta ele me parou me puxando pela cintura e segurou meu braço fortemente bem próxima a ele, tão perto que eu sentia sua respiração bater no meu rosto.
- Aonde você pensa que vai? Estamos conversando! – Ele disse e eu tentando manter a calma respirei fundo.
- Me solta, por favor? – Pedi educadamente.
- Só me responde, uma coisa, aí eu deixo você ir – Ele falou ainda me segurando.
- Fala – respondi secamente, queria ir embora logo.
- Você gosta de mim? – Ele perguntou e eu franzi o cenho.
- Que pergunta...Claro que eu gosto – disse rindo.
- Mas eu falo, GOSTAR mesmo, não só como amigo – eu parei de rir, não esperava por aquela pergunta. Fiquei calada, aquela pergunta para mim deveria ser bem fácil de responder, eu estava apaixonada por Dougie não? Mas eu não conseguia falar nada.
- Ta bom, então faço outra pergunta – ele disse, seus olhos brilharam, acho que o meu silencio significou algo para ele, mas nem eu sei o que eu sentia, agora que olhava para ele assim tão de perto. – Se o Dougie não tivesse aparecido na sua vida, qual ia ser a resposta?
Mesmo sendo algo que eu não consigo imaginar mais como seria minha vida sem o Dougie, mas eu sei como era então tinha uma base.
- Bom... – comecei a responder – Desde que você chegou na escola eu tinha uma queda por você, então... – respirei fundo de novo, eu não estava gostando daquela conversa – Sim, até o fim das férias eu poderia falar isso! – Respondi e ele abriu um sorriso.
Ele me soltou o braço, finalmente, aquilo estava me incomodando.
- Já tenho minha resposta – Thiago me deu um selinho rápido que eu nem tive tempo de recuar a cabeça e saiu para fora da escola, eu fiquei parada ali alguns segundos pensando no que é que tinha acontecido, porque Thiago queria saber aquilo, eu definitivamente não sairia pelo portão grande, fui para o outro portão e fui por outro caminho tentando não pensar mais no que eu estava sentindo, eu gosto do Dougie, porque eu não falei pro Thiago que não gosto dele?  E eu precisava ficar sozinha, sempre que algo acontece eu preciso ficar sozinha, não sei porque isso.
Cheguei em casa e minha mãe me esperava.
“Vai ser um dia difícil hein” pensei comigo mesma, minha mãe nunca está em casa na hora do almoço, não na sala.
- Ainda bem que você chegou Susan, preciso falar com você! – Ela disse se levantando e indo para a cozinha e fez sinal para que eu a seguisse. Joguei minha mochila e o casaco que levava na mão em cima do sofá.
Quando eu entrei na cozinha uma nuvem preta pareceu entrar junto, o clima pesou muito e ar pareceu ser algo rarefeito.
- O que ele faz aqui? POR QUE ELE ESTÁ AQUI? – Perguntei quase chorando já.
- Calma Suh, eu...
- NÃO ME CHAMA SE SUH, MEU NOME PARA VOCÊ É SUSAN! – Eu gritei e ele arregalou os olhos, minha mãe fechou a cara para mim.
- NÃO FALE ASSIM COM ELE, ELE É O SEU PAI! – Minha mãe gritou comigo, pouco me importei com o tom dela.
- EU FALO COM ELE DO JEITO QUE EU QUISER, ELE NUNCA SE IMPORTOU COMIGO! – Eu gritei pra minha mãe a mais pura verdade, desde que meus pais se separaram e meu pai mudou de cidade a única coisa que fazia com que eu soubesse que ele ainda existia era a pensão que ele mandava para mim, mas que eu sempre pegava e mandava de volta, e nós não precisávamos dessa esmola, minha mãe tinha um emprego excelente que nos deixava em muito boa condição de vida, e eu só conhecia seu rosto por causa das fotos que minha mãe me mostrava vez ou outra de quando eles eram casados.
- PARA DE GRITAR ENTÃO OU VOCÊ VAI FICAR DE CASTIGO, TEMOS QUE FALAR COM VOCÊ! – Ela disse e eu cruzei o braços em sinal de revolta.
- Tudo bem, falem! – Falei ainda irritada me sentando num dos bancos do balcão da cozinha, o mais distante possível do John.
- Suh... – Ela hesitou depois de falar meu nome – Seu pai... Ele vai...
Ela parou de falar, vi que seus olhos começavam ficar úmidos.
- Ele vai o quê? – Eu perguntei ignorando a presença dele ali na cozinha.
- Eu vou voltar para a cidade e quero que você vá morar comigo! – Vi que minha mãe tentava segurar o choro e eu já tinha minha opinião, não mudaria por nada, nunca moraria no mesmo lugar que ele, mas não mesmo!
- Mas nunca! – Eu disse dando uma risada alta e sarcástica.
- Não estou pedindo! – Ele disse e eu o encarei, séria.
- Você está falando que vai me obrigar a morar com você? – Eu disse agora fazendo uma cara de deboche e dando uma risada sem vontade no fim da frase. Olhei pra minha mãe, ela estava tentando ainda segurar o choro, mas seus olhos já estavam vermelhos.
- Sim, você vai morar comigo querendo ou não – Quando John disse isso eu levantei da cadeira e fui andando na direção dele bem devagar e o olhando firmemente para com os olhos serrados e o dedo apontado.
- Escuta aqui... Se um dia eu tiver alguma consideração por você... Pode me internar que eu não estarei no meu estado normal – eu disse a ultima frase quase encostando no rosto dele de tão perto que eu tinha chegado.
- Você ficava me envenenando contra ela não é Cintia? – Ele se levantou acusando minha mãe, meu sangue ferveu.
- Não se atreva a falar com ela assim! – Explodi – Minha mãe vivia insistindo para que eu o procurasse e que tivesse uma boa relação com você seu idiota, mas eu não tinha o dever de fazer isso, não fui eu quem foi embora! – Eu disse o olhando de cima abaixo e ele se sentou.
- Eu falei John, ela está numa faze difícil - minha mãe disse agora chorando, ela não agüentou a pressão e acho que o fato de eu ser levada embora, algo que eu nunca iria permitir.
- MÃE! Você quer que eu vá? – Perguntei agora com meus olhos começando a se encherem de água só com aquela suposição.
- Não, de jeito nenhum Suh, não agüentaria – ela disse e eu me contive para não chorar ao vê-la naquele estado, mas quando olhei para o meu pai a raiva voltou com força, ele era o culpado por aquilo, era a primeira vez que eu via minha mãe daquele jeito.
- VAI EMBORA AGORA! – Eu gritei apontando pra porta.
- Não sem antes terminarmos de conversar – ele disse irredutível.
Eu respirei fundo para poder não começar a gritar de novo, resolvi conversar como gente normal.
- Olha, deixa nós duas conversarmos porque ontem foi um dia tenso para nós duas, aí mais tarde ou amanhã minha mãe te liga e aí nós conversamos – eu disse o mais calma que pude –, pode ser?
John refletiu um pouco.
- tudo bem... – Ele disse e eu respirei fundo, ele se levantou e ficou parado me olhando.
- Você deve saber onde é a saída, é o mesmo lugar que entrou só que ao contrário... – Disse o mais mau educadamente possível.
- Você tem o meu gênio! – Ele disse rindo e eu tive vontade de gritar com ele de novo, respirei fundo e me contive, me virei para a geladeira para pegar água para minha mãe enquanto ele saía.


5 comentários:

  1. Não belivo q vc voltou a escrever a fic,to amando.xx

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  2. hahaha graças a uma pequena -GRANDE- pressão da Paola eu continuei sahusahsuajs

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  3. pois então é bom saber q tem leitora super favelity,meto bala no seu barraco se parar de escrever. RUM

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  4. huashaushau agora não paro mais de escrever porque eu também estou viciada :B

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