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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Capítulo 3

Quando terminei os meus assuntos sobre bandas e coisas do tipo no Twitter e dei uma olhada no Orkut, que por sinal está um tédio, eu fiquei sem nada para fazer, resolvi pensar em alguma coisa para fazer, mas não queria desenhar que, aliás, eu faço muito quando estou no tédio, queria fazer algo diferente, “desenhar de novo? Hum, acho melhor não... escrever? Não, não sou muito boa para isso, customizar camisas? Year.. boa idéia... vou pintar minhas blusas e vou chocar todo mundo com as frases que eu colocar!”. Eu sabia que minha mãe a Dona Cintia não ia gostar nada nada, mas queria das uma de “rebelde”.....  “Ah que se dane, essas blusas estão velhas mesmo..” Peguei minhas blusas e minhas tintas que estavam até começando a endurecer por não serem usadas. As frases que eu escrevi foram: “Fuck Me”, “Don’t Stop Me Now”, “Just Give Me a Call”, “I’m havin’ a Good Time”, “But I didn’t care”, “You Can Take My Breath Away” e por fim ”So Just Remember to Smile”.
Olhei satisfeita para as minhas blusas que estavam estendidas sobre a minha cama para secar a tinta. “nem vejo a hora de poder usar elas, pago para ver a cara das pessoas me olhando quando eu passar por elas, essa branca vai arrasar, acho que todo mundo sabe o que significa ‘Fuck Me’, mesmo morando num país desse.” Antes que minha mãe entrasse no meu quarto eu passei as camisas para o sofá e guardei minhas coisas, não queria que ela me irritasse naquela noite, estava muito feliz, não sei porque, para ela ficar me dando bronca. Liguei a TV e estava passando Entrevista com o Vampiro, deixei no canal, afinal o filme é bom, Brad Pitt o Tom Cruz juntos é uma reunião de gostosura, mas acabei dormindo nos 10 minutos de filme. Acordei com meu celular despertando para ir para a escola. Me arrumei e fui para a cozinha, tomei meu café e fui para a casa da Lara. Chegando na escola a gente foi direto para a nossa sala de aula deixar os materiais e fomos andar pela escola, até que Priscilla e Maira se juntaram a gente.
- Pronto, o quarteto mais lindo da escola está junto de novo! – Lara falou nos apertando umas as outras, nas férias a Priscilla foi viajar com a família e a Maira estava de castigo porque ela passou de ano por muito pouco, os pais dela a fez ficar com as caras nos livros as férias inteiras e só saia do castigo quando as aulas começassem.
- É, e prontas para botar a escola abaixo! – brincou Priscilla.
- Hey, calma aí.. eu não posso bagunçar dentro da sala, vou ter que virar praticamente uma nerd esse ano se não quiser passar o resto da vida lendo livros e estudando – falou Maira revirando os olhos com cara de tédio.
- Mas você não vai usar óculos fundo de garrafa, tranças e usar roupas feias não né? – Eu disse brincando.
- HA HA, engraçadinha – ela falou com uma cara irônica.
- Oh para com isso, é brincadeira, eu sei que o negócio está difícil para você amiga, mas espera lá também né? Porque mesmo a gente conversando e bagunçando pode se dar bem! – Eu disse.
- Há é? Como? – Ela me perguntou com uma cara desacreditada.
- É só prestar atenção quando os professores estiverem explicando e quando eles passarem tarefa a gente conversar – Lara falou fazendo cara de paisagem após a explicação.
- É, a gente sempre fez isso – foi a vez de Priscilla falar.
- Tudo bem, então só conversem comigo quando os professores passarem tarefas.. por favor façam isso por mim? – ela começou a piscar os olhos, o que fez com que a gente começasse a rir dela.
- Não, a gente vai ficar te chamando toda hora – eu disse ironicamente. Ela ia responder alguma coisa, mas o sino tocou.
- Encontro vocês na sala – eu disse e ao mesmo tempo eu saí correndo para o banheiro para olhar minha maquiagem, tenho mania de fazer isso, e elas foram para o rumo da sala conversando. Eu fui olhar para trás para ver se a professora de história estava indo para a sala e quando eu virei de novo bati de frente com alguém que estava com livros na mão que se espalharam por todo lado.
- Me desculpe, foi sem querer... – eu ia me desculpando e ajudando a catar os papéis até erguer a cabeça e ver quem era – Oh... Dougie... – Eu dei um sorriso bobo e depois disfarcei entregando os livros e algumas folhas que saíram de uma pasta para ele – foi sem querer, estava distraída...
- Não tem nada não, estou indo para a sala, você vem?
- Oh... Eu estava indo para o banheiro olha minha maquiagem, mas agora não dá mais tempo a professora já está indo para a sala – falei meio envergonhada e com a certeza de que estava corando de novo “não sei porque eu fico tão sem graça na frente dele”.
- Não sei o que você ia olhar? Pelo menos para mim está como se você tivesse acabado de passar.
- Tenho mania de ficar me olhando no espelho, mas tudo bem, olho no meu que está dentro da minha bolsa – chegamos na sala e todos ficaram nos olhando, chegamos atrasados e eu vi a Maira cutucando a Priscilla lá da extremidade da sala e me olhando com aquelas caras de que elas faziam quando achavam que eu estava aprontando.
- Com licença professora. Podemos entrar? – Dougie perguntou.
- Onde os senhores estavam? Posso saber?
- Eu estava vindo para a sala correndo e esbarrei nele e ele ainda estava com os materiais na mãe eles caíram e eu o ajudei a catar professora – dei um sorrisinho querendo convencê-la, se bem que uma parte era verdade.
- Tudo bem, podem entrar, mas da próxima vez não vou deixar.
- Sim professora – eu respondi e entrei e ele veio atrás de mim, quando eu olhei para a Lara ela me deu um sorrisinho que eu não gostei nada, nada... “o que há com essas meninas? Não se pode conhecer um menino bonito que elas acham que eu já estou a fim dele? Só porque eu quase não converso com garotos não posso ser amiga desse?”
- Obrigada por ter inventado aquilo, não tinha nada em mente para justificar o nosso atraso – Dougie me agradeceu.
- Oh, não era só você que estava atrasado, eu também não ia poder entrar se não tivesse falado aquilo.
A professora de história é uma mulher chata e legal ao mesmo tempo, tem dias que ela é legal, faz a gente rir e fica falando bobeira igual a uma adolescente, promete fazer coisas legais como viagens e aulas de campo, coisa que nenhum outro professor faz. E tem outros dias que ela fica passando tarefa o tempo todo, querendo que a gente leia alto para ela poder explicar e quando ninguém quer ela fica falando que nós somos muito preguiçosos e coisa e tal, ela fica falando que a gente tem que ler mais, se interar mais com a sociedade, participar das coisas que a escola faz, “eu participo de quase tudo que acontece na escola ela nem devia falar isso para mim”, e por aí vai. Esse dia por incrível que pareça ela estava legal e mandou fazermos grupos de 5 pessoas para um trabalho de um filme que ela tinha passado, “Narradores de Javé”. Eu já tenho o meu grupo formado com já é de se imaginar, Lara, Priscilla, Maira e eu.. Mas faltava alguém... Sentamos juntas e os amigos novos de Lara formaram um grupo entre eles, Priscilla e Maira nem conheciam quase ninguém e falaram para mim chamar o Dougie, meu coração bateu mais forte e eu virei para chamá-lo, ele veio e eu os apresentei.
- Gente, esse é o Dougie, não tive tempo de apresentá-lo a vocês – falei com um sorriso no rosto e não sei porque, estava corando de novo com o coração a mil e as mãos geladas. – Dougie, essa são Lara, Priscilla e Maira – falei apontando para cada uma.
- Oi, tudo bem? – ele perguntou meio sem graça.
- Tudo bem sim – falou a Maira –, senta...
- Ah gente, para com isso, não somos adultos e não precisamos de formalidade entre amigos – eu falei quando vi que todos estavam com vergonha e começaram a falar como se estivessem se conhecendo em um jantar formal. Todos me olharam com a cara de “Quê?” mas nem liguei, e todos permaneceram calados.
- Okay, já que vocês estão com vergonha de conversar vamos ao trabalho, quem entendeu algo do filme? Eu estava prestando atenção, mas eu não me liguei muito em qual era a mensagem do filme, o que isso tem haver com história?
- O filme fala de um povoado sem registro que podem ser retirados de suas casas sem serem indenizados por não ter registros de e nem documentos das terras.
Mas eles descobrem que se a cidade fosse preservada como patrimônio histórico não poderia ser inundada. Assim eles resolveram escrever a história da cidade, porém apenas um cidadão sabia escrever.
Eles confiaram nele para escrever o “Livro da Salvação” mas Antonio Biá não conseguiu agüentar a pressão e acabou desistindo e o vilarejo foi inundado – Maira narrou a história toda enquanto a escrevia, “realmente ela prestou atenção e estava com vontade de estudar para não ficar mais de castigo, os pais dela devem ter pegado muito pesado com ela mesmo..”
- Nossa, essa pode ser a conclusão do trabalho? – Priscilla falou empolgada.
- Mai, não sabia que você interpretava as coisas tão bem assim, porque não fez isso ano passado? – disse Lara com uma cara de espantada.
- Porque eu não queria, eu sempre fui certinha, isso enche, mas esse ano vou voltar a ser a “boa menina” de antes... – ela olhou para a gente e falou brincando – ohhhhh... Eu já sei porque eu não queria mais ser a “boa garota”... Culpa de vocês três, não me deixava prestar atenção na aula – ela falou rindo.
- Nós? Não vem com essa sua nerdizinha do pau oco! – eu falei fingindo cara de ofendida, mas rindo.
- É claro que foram vocês, suas bagunceiras... – ela falou rindo também.
- Meninas, parem, a professora está olhando para a gente - falou a Lara, mas ela também estava rindo, até o Dougie estava rindo.
- Tudo bem, focando ao trabalho novamente, alguém tem alguma idéia de como vamos fazer esse trabalho? É para a aula que vem não é? – Priscilla falou.
- Sim, é para a próxima aula, podemos pegar isso que a Mai falou e colocarmos como conclusão, o resto a gente pega da internet, já que a professora deixou, podemos fazer na casa da Suh, a mãe dela é legal e todos sabem onde é – Lara deu a idéia e todas concordaram, menos o Dougie que parecia não ter ouvido. Estava quase batendo o sinal para a hora do intervalo, já que era duas aulas de história naquele dia, a professora mandou a gente voltar para nossos lugares. 




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